Meu trabalho.

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Capítulo 3.

Foram três dias que Gulf não saía muito de casa, tendo que cuidar do pai e ajudar a mãe nos afazeres. Em uma manhã, foi chamado ao quarto dos pais, Nosh queria vê-lo.

- Mandou me chamar, pai? - Ele perguntou, adentrando o cômodo.

- Sim, preciso falar com você - Nosh estava com todo o torso enfaixado, se recuperava rápido graças ao tratamento do curandeiro da aldeia e dos cuidados da família, mas ainda se encontrava muito debilitado - Quero que faça uma coisa para mim.

Gulf se abaixou ao seu lado na cama, aguardando o que ele tinha a dizer.

- Não sou mais capaz de caçar nestas condições - Ele começou - Preciso que vá no meu lugar. Que cuide de nossa família e da aldeia por mim - Segurou a mão do filho - Aquele lobo... estou com medo. Medo do que ele possa fazer - Olhou profundamente para seu filho, para os olhos idênticos aos seus - Se não conseguirmos nos livrar dele... terei que mandar você e Grace para longe, por segurança.

- Não precisa se preocupar, pai - Gulf apertou a mão do entre as dele - Tomarei conta de tudo enquanto estiver no seu lugar - Forçou um sorriso - Aquele lobo não fará mais nenhum mal à nossa família, eu prometo.

- Fico mais tranquilo só de saber que estou confiando na pessoa certa - Sorriu - Sinto orgulho do homem que se tornou, meu filho.

Gulf sorriu e acenou, se retirando após a conversa ser encerrada. Quando fechou a porta do quarto, suspirou de olhos fechados, sentindo a exaustão que aquela promessa o traria, os riscos.

- Como ele está? - Menma perguntou ao filho assim que ele chegou à cozinha.

- Melhor, está se recuperando rápido - Falou, pegando uma maçã antes de se dirigir para a porta - Vou caçar hoje. Ver se vendo algumas coisas na cidade para comprar mais remédios para ele.

- Gulf - Menma chamou, se aproximando do filho - Ele pediu para você, não foi? Sobre o lobo.

- Sim... - Respondeu, incerto do que esperar.

-Me prometa que terá cuidado - Tocou o rosto de Gulf, alisando a pele bronzeada - E que vai se livrar desse monstro.

- Eu prometo - Forçou outro sorriso, pegando o arco, a aljava e a capa vermelha - Tchau, mãe.

Assim que passou pela porta, ele grunhiu. Estava fazendo promessas demais em um só dia. Promessas que ele não sabia se conseguiria cumprir.

Marchou para a floresta com aquelas promessas o assombrando. Apenas o cheiro de mato e terra molhada para acalmá-lo, junto com o canto dos pássaros e outros ruídos selvagens. Se abaixou perto de um arbusto, preparando uma armadilha, teria sorte se um coelho caísse nela. Se afastou a uma distância razoável, esperando e procurando outra coisa ao redor; queria mais que coelhos.

- Por aqui tão cedo?

Deu um sobressalto quando se virou, a faca de caça em mãos, pronta para um golpe.

- Wow, está assustado, chapeuzinho vermelho? - Mew sorriu, levantando as mãos em sinal de rendição.

- É só você - Gulf suspirou, guardando a faca - Olha só, você tem roupas!

Realmente, Mew estava com uma camisa de laço preta, calça de cetim marrom, bota de couro preto e o cabelo arrumado. Bonito de forma elegante, exatamente como Gulf imaginava.

- Sei que prefere me ver sem elas, mas é bom ser civilizado de vez em quando - Mew brincou com o laço da gola da camisa que vinha até seu peito, ameaçando abri-lo mais.

- Eu prefiro não ver você. Uma dor de cabeça a menos - Fingiu um sorriso inocente e revirou os olhos - O que está fazendo aqui?

- Passeando, apenas tive sorte em encontrar meu caçador favorito - Parcialmente mentira, ele realmente saiu para encontrar Gulf, já fazia dias que não se viam, começou a caminhar por aqueles arredores na esperança de encontra-lo - E você?

vermelho sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora