capítulo três.

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Ano: 2014
(17 anos)

Perspectiva Louis:


"Cara, me desculpe. Sério." Liam tentava se justificar.

"Tudo bem, Li. Fica pra próxima." Dei de ombros. 

Liam estava me dando um bolo. Havíamos combinado de ir para minha casa para jogarmos vídeo-game e agora, de última hora ele estava desmarcando. Zayn provavelmente deve ter feito alguma chantagem emocional com direito a biquinho e tudo. Não julgo.  Tudo bem que jogar vídeo game sozinho é legal, mas eu queria uma companhia pra jogar até tarde, bebendo refrigerante e comendo besteiras. 

Até então, não havia notado o olhar curioso de Harry sobre mim e Liam. Ele ainda estava sentado na carteira recolhendo os materiais, mas ele prestava atenção em nossa conversa.

"Harry!" Eu exclamei e ele se assustou, virando o rosto. Eu segurei uma risada. "Você gosta de videogame?" 

"É.. e-eu, é.. eu não sei jogar." Ele olhava para os dedos que insistiam em circular a mesa vazia.

"Quer aprender?" Seus olhos se iluminaram e imediatamente foram para os meus.

"Eu.. eu não que-quero te atrapalhar. Sei que você deve saber jogar bem, e de-deve ser um saco jogar com alguém que não sabe na-nada."

"Deixa de ser bobo..." Disse me sentando em sua frente e inclinando o corpo em sua direção. "Na pior das hipóteses, você finge que aprendeu, aperta todos os botões possíveis e me deixa feliz por ganhar de você, que tal?" 

Ele sorriu largo soltando uma risadinha logo em seguida.

"Tenho que pedir à minha m-mãe. Vou ligar pra ela e pedir. Pode esperar?" Ele se levantou e pegou o celular do bolso traseiro da calça.

"Espero." Sorri e o assisti ir para o corredor. 

Ele voltou alguns minutos depois com um sorriso no rosto.

"Ela deixou?" Perguntei curioso.

"Deixou!" Ele se inclinou e pegou a mochila.

"Então vamos..." Me levantei. "Espero que você não se importe de andar um pouco, minha casa fica há uns dez minutos daqui." 

Ele deu de ombros e então nos despedimos de Liam e seguimos a pé até a minha casa. No caminho, Harry me contou que nunca tinha tido um videogame. Ele brincava de casinha com a sua irmã. Como ela era mais velha, ela escolhia as brincadeiras para os dois e ele não parecia se importar nenhum pouco de ter brincado dessa forma.

Disse a ele que eu era filho único e que meus pais por serem médicos quase nunca estavam em casa. A minha maneira de me divertir era jogando vídeogame, já que não tinha o costume de sair muito. 

Quando chegamos na minha casa, abri caminho para ele entrar e ele timidamente concordou, entrando. Mostrei a sala e seus olhos imediatamente se fixaram no piano de cauda preto no canto da sala. 

Ele calmamente caminhou até lá e seus dedos percorreram a madeira do piano em adoração. Ele o observava como se fosse uma obra de arte ou um quadro em uma galeria.

"Você toca?" Perguntei.

"Oh, não... Não toco. Mas sou a-apaixonado por piano." Ele disse ainda admirando o instrumento. 

"Você é apaixonado e nunca tocou?"

Ele me encarou por um instante e suspirou.

"Não precisamos tocar algo para nos apaixonarmos." Ele disse calmamente ainda me olhando.

all shades of BLUE [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora