Capítulo 70

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POV. HENRY

Abro meus olhos, não reconhecendo o teto acima da minha cabeça. Olho para os lados e encontro os bichinhos de pelúcia da mamãe. Não identifico mais nada desse lugar.

Ah, não...

De novo, não!

"EU NÃO TENHO UM MINUTO DE PAZ NESSA VIDA?!!", meu lobo berra.

Um rapaz de cabelo laranja entra. Suspiro. Hora da ação. Cadê meu lobo atrevido? Preciso de ideias!

"Henry, eu tive uma grande ideia!"
"Late, por favor!", peço educadamente.
"Tsc! Sabe aquele golpe que você desenvolveu com seu avô? Aquele para..."
"Tá, já sei, já sei!", comento, animado.

Desço da cama e olho ao redor. Vejo duas portas, uma está meio aberta e dá pra ver o chuveiro, e a outra está fechada. Deve ser a porta de saída.

Olhando melhor...

Eita lugar imundo! Como é que me colocam para dormir aqui?!

Escuto vozes se aproximando e corro para debaixo das cobertas. Eu planejei um plano, gente! Dá um ligue!

Primeiro passo do meu plano: analisar a fortaleza!
Segundo passo: conseguir um aliado!
Terceiro passo: tacar raio em todo mundo e sair correndo!

Na verdade, papai que me ensinou esse plano.

   — Mas, que quarto imundo! Esqueceram que ele é a cria do tampinha e meu sobrinho também?! — uma voz masculina resmunga. — Vai lavar essas mãos e me traga as pelúcias que estavam com ele. Vou levar ele para um lugar melhor!

   — Eu não sou paga pra isso! — uma mulher comentou, bufando antes.

   — Você está sendo paga para ME obedecer! Anda!

Eu começo a me arrepender do meu plano assim que sinto que esse homem com cheiro familiar se aproxima. Ele tira a coberta e, assim que encosta em mim, eu me levanto.

Henry: Não, não, não e não! Sai fora! Esse lugar tá uma imundice e você também... — encaro suas mãos, surpreso. — Hum. Suas mãos estão limpas.

Nos encaramos por um tempo. Ele é um cara alto, de cabelos pretos e uma barba pequena. Ele usa um chapéu e um sobretudo. Por incrível que pareça, ele me passava uma sensação boa.

Henry: Eu sou Henry. E você?

"Tutorial de como imitar a Kirara: seja amigo do inimigo", meu lobo comenta.

Kenny: Sou Kenny. Kenny Ackerman.

Henry: "Ackerman"? Igual o meu pai?

Kenny: Isso mesmo. Sou o tio dele. — ele fala, bagunçando meus cabelos. — E você? Não tem sobrenome?

Henry: Ainda não. Papai e mamãe ainda vão se casar. Aí eles decidem de vez. — comento.

Kenny: Vem comigo, pivete.

O encaro feio pelo apelido e meu lobo aproveito a brecha em que eu me distrai para controlar meu corpo.

Henry: "Pivete" é o meu ovo! — meu lobo resmungou por mim. Tampo minha boca.

Kenny: Huuum... Nosso pivetinho tem lábiaaa, hahaha! — ele comenta, puxando minhas bochechas. — Mas ainda é muito fraco. Tem que falar palavras pra botar medo nas pessoas. Tipo... — o interrompo.

Henry: Se me ensinar coisa errada, mamãe vai te matar! — digo, o encarando.

Kenny: Sua mãe? Achei que seria seu pai. Sua mãe parece tão gente boa...

Minha Companheira (Shingeki No Kyojin)Onde histórias criam vida. Descubra agora