Minha Companheira (Shingeki No Kyojin)

Capítulo 02

POV. LEVI ACKERMAN

Durante um mês nesse buraco chamado Paridis, consegui me acostumar com todos da minha nova matilha. Minha antiga alcatéia está sob domínio de Erwin. O mesmo sabe o que faz.

Não houve muito de diferente nesse mês. As brigas de Kirara vs Katie são, mesmo, algo do dia-a-dia. Por isso que o povo deixa que as duas a vontade para trocarem farpas.

Embora ambas possuam outros afazeres, elas gastam a maior parte do tempo no QG. Claro que existe uma diferença gigantesca entre as duas sobre o porquê de ficarem aqui.

Historiya me contou mais sobre a maldição de Kirara. É a primeira vez que vejo uma amaldiçoada e o pior é que tenho que ser responsável por tudo que acontece à ela. Na semana passada, tanto ela quanto a loira enjoada passaram mal, quando as duas se atracaram no QG. Outro fator que foi pra minha lista: Se ambas se chocarem, ambas vão adoecer.

Mas creio que parte disso é porquê a Lua Cheia dos Transformados está chegando e os hormônios de ambas afloram. O cheiro da nanica ainda me deixa atormentado. Claro que não conto pra ninguém sobre, mas, se tivesse um jeito de seu cheiro ser apagado...

Enfim, a maior parte do meu tempo foi gasta em reconhecimento de pessoas e de convidados. A cerimônia e o restante deixei nas mãos dos meus capangas. Não é à toa que os trouxe comigo. Podia ter trago apenas Eren e Armin. Mas, tropa é tropa e não seria nada saudável afastar meia-dúzia quando estão acostumados a trabalharem juntos.

***

Hoje, finalmente, noite da cerimônia. Será algo totalmente extenso, pois não possuo ligação com o antigo Supremo. Isso faz com que, caso tenha o menor dos menores dos deslizes, todo mundo estará morto. Mas parece que alguém não se importa tanto e acaba puxando os demais para se alegrar.

Kirara, até então, a única que ainda não se transformou. Seu corpo mostrou indícios de dores, mas não passa disso. Historiya e Sasha não desgrudam dela e passam a maior vergonha alheia por isso. Daqui há pouco vão pensar que minha alcatéia é inútil.

Reiss: Podemos começar, Levi?

Levi: Claro.

Reiss sobe no palco do imenso salão. Todas as famílias de Alfas e Betas estão aqui, assim como alguns antigos. Reconheço alguns, que acenam pra mim e devolvo o aceno. Por educação, claro.

Após um longo discurso, no qual Reiss fez favor de frisar que livrei os outros das mãos de Marley, um feiticeiro, já idoso, sobe no palco. Ouço um grito feminino no meio da plátéia e uma única pessoal aplaudir o feiticeiro que coloca a mão na cabeça. Olho na direção e vejo Kirara.

- Me desculpe, senhor. Minha aprendiz é meio elétrica.

Levi: Percebi.

O feiticeiro se curva e logo conjura um monte de falas doidas que não entendo nada. Em instantes, ele se levanta e coloca a mão no centro do meu peito. Sinto-o arder no mesmo instante. Quando o velho tira a mão, eu retiro o terno e abro alguns botões. Vejo uma marca de um pássaro em meu peito e uma águia negra de quatro asas adentra o recinto. Após algumas voltas, a mesma pousa em meu ombro.

Tal fenômeno foi acompanhado em silêncio total, o que me surpreendeu. Procuro Kirara, que deveria estar sendo o motivo da ausência do barulho, com o olhar e não a encontro, assim como não encontro Sasha muito menos Historiya.