Capítulo 68

208 28 22
                                        

POV. KIRARA

Chego na escola de Henry segurando sua mão quentinha. Ele parece um pouco nervoso.

Eu mesma me borrava de medo quando minha mãe ia até a escola. Mas, na maior parte das vezes, ela estava indo pra me levar um lanche ou outro.

Eu estava literalmente me arrastando. Acordei no meio da madrugada e perdi todo o sono possível. Virei a madruga preocupada. No momento, o Levi procura saber o remetente das cartas e me proibiu de abdar sem guarda-costas.

E aqui estou eu: andando ao lado de Henry e tendo Jean e Connie há um metro de distância de mim.

Cumprimentei a diretora Margarete e entro na sua sala, me sentando. Esperamos um pouquinho mais e as outras mães chegaram, com seus filhotes ao seu lado. Um deles, com um imenso curativo no meio do rosto. Deve ser o Paulo.

Margarete: Enfim, acho que quase todas aqui se conhecem. Vou dar início aos relatos.

A diretora começa a contar tudo o que eu já sabia anteriormente. Menos  um detalhezinho. Me aproximo de Henry, sussurrando em seu ouvido.

Kirara: Henry, quem te ensinou a xingar alguém de "corno"?

Henry: Adivinha?!

O encaro, quase dizendo um "foi o Levi", com o olhar e ele concorda, sorrindo.

Henry: Eles ficaram pianinhos quando eu...

Kirara: Henry!

Henry: Ah, foi mal, mãe.

Margarete: Enfim, quem quer começar a se explicar...?

Jou, a mãe do Paulo, ergue a mão.

Jou: Eu acredito que tenha sido uma falta de educação em casa. — a encaro com a cara fechada. Tenho quase certeza de que ela se intimidou mas tentou disfarçar. — E-e deve ser porque a no-nossa Luna é jovem...

Margarete: Senhora Jou, nós... — ela já ia me defendendo quando a interrompo.

Kirara: Diretora, quando tudo isso aconteceu, meu pequeno fez algum relato aqui na diretoria? Tem alguma versão da história dele aqui? Até onde vejo, a história apresentada pelo Paulo e Pedro contém algumas pontas soltas.

Me viro na direção das crianças e sorri, calmamente.

Kirara: Querem conrar o que realmente aconteceu? — pergunto.

Lya: Não se deve usar dominância contra crianças! — a mãe de Pedro diz, colocando a mão no ombro do filho, antes que ele soltasse a lábia.

Kirara: E eu não estou usando. Nem o Henry ou eu usamos nossos poderes fora de casa ou de uma área de  treinamento.

Pedro: Eu quis tirar uma com a cara do Henry. Eu falei que a irmã dele seria minha companheira.

Todas as mulheres presentes soltaram uma exclamação.

Paulo: E eu imitei ele. Não pensamos que Henry fosse agir assim.

Suspiro, encarando meu filhote. Ele encara os dois com nojo e, se não fosse pela distância entre a mesa e eles, Henry teria cuspido na fuça deles.

Kirara: Acho que quem agiu de má-fe e não ensinou os filhos de maneira adequada foram as senhoras dondocas.

Elas ralham os dentes.

Kirara: Aliás, aqui não uso honoríficos como "Luna" ou "futuro alfa". Eu estou como mãe e tentado discutir as melhores medidas contra violência dentro da escola. E meu filho está aqui como um filhote para aprender. Da mesma forma que seus filhos aprontam com o meu, ele tem total liberdade para se vingar. Ou acham que ele deveria virar um recatado do lar e sair distribuindo beijinhos à todos?

Minha Companheira (Shingeki No Kyojin)Onde histórias criam vida. Descubra agora