Capítulo 4

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Deculpe a demora. Trouxe mais
um capítulo divertido pra vocês. 
Enquanto isso, ouçam "You
Belong With Me - Taylor Swift"
enquanto lêem o capítulo. ❤

***

Meredith

A paisagem que circundava o caminho pelo qual passávamos era, por certo, uma das mais bonitas que eu já havia tido o prazer de ver. Apesar de estar enfurnada num carro minúsculo, ouvindo um gênero musical que eu mal conseguia identificar e na companhia de uma mulher que sem nenhum tipo de classe devorava uma bomba calórica em forma de hambúrguer, as extensas planícies esverdeadas e o céu cinzento sobre nossas cabeças compunham um cenário harmônico e muito agradável de se observar.

No entanto, como nem tudo são flores, as coisas começaram a desandar quando eu educadamente desliguei o som, a fim de apreciar a paisagem com um pouco mais de paz. Dei de ombros ao ver que Addison olhou pra mim com uma cara tão azeda quanto um limãozinho, segurando o hambúrguer em uma das mãos enquanto a outra guiava o volante.

— Então. — falou depois de um longo suspiro. — O que pretende fazer em Dublin?

— Meu namorado, Derek, é cardiologista e está lá pra uma convenção. — dei um sorriso satisfeito. — Estamos juntos já tem quatro anos e agora estamos tentando comprar esse apartamento maravilhoso e super concorrido em Boston.

— Sério? — mordeu o lanche, a boca meio cheia.

— Uhum, alguns dias atrás achei que ele ia me pedir em casamento, mas não aconteceu. — cruzei os braços. — E vocês tem essa ótima tradição que permite às mulheres fazerem o pedido no dia 29 de fevereiro.

Ohh! — me encarou, dando outra mordida no hambúrguer. — Mesmo?

— Sim! — respondi animada.

— Sim!

Ela repetiu minha exclamação antes de cair em uma crise de risos, desviando os olhos de mim para a estrada, rindo tanto que pude ver algumas lágrimas nos cantos de seus olhos. Eu observava aquela cena, indignada com a falta de tato da irlandesa, que debochava da minha cara como se eu fosse louca. Aquelas atitudes dela me irritavam tanto! Peguei o hambúrguer de sua mão e joguei pela janela do carro, dando-lhe um sorriso convencido quando ela parou de rir e me fuzilou com o olhar, o sanduíche rolando e se estraçalhando pela estrada.

Ela bufou antes começar a despejar uma palavra atrás da outra naquele sotaque irlandês característico.

— Será que você não percebe que essa tradição estúpida é só uma desculpa pra mulheres desesperadas amarrarem homens que claramente não querem compromisso sério?

— Não é uma tradição estúpida, é uma tradição romântica!

— É um monte de besteira, isso sim. — balançou a cabeça. — Se ele quisesse se casar, já teria feito o pedido.

Preferi não discutir, bater boca com as pessoas nunca foi do meu feitio e eu sinceramente não ligava pro que ela achava ou deixava de achar, contanto que me levasse até Dublin à tempo do dia 29. Addison era tão cabeça-dura que eu não me surpreenderia caso ela ficasse falando a mesma coisa repetidas vezes só pra me irritar.

Depois de um tempo em silêncio, a irlandesa ligou o som de novo, e a barulheira das guitarras preencheu o espaço apertado entre nós. Eu sentia minha paciência chegando bem próxima de seu limite e sem hesitar apertei o botão, desligando-o mais uma vez.

Addison me encarou com um olhar desafiante e tornou a ligar o cd player.

Aquela estava sendo a pior corrida de táxi da minha vida! Nem ter que lidar com os motoristas abusados de Boston que ficavam olhando meus peitos pelo retrovisor achando que eu não notava me pareceu tão ruim quanto ter que lidar com a prepotência da ruiva.

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