Capítulo 2

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Estou correndo, sem rumo, apenas correndo em um vasto campo.
Não tem nada, ninguém, nenhuma criatura viva.
Até que uma mão pega meu ombro, assim que olho é minha mãe mas ela... está morta

-filha?- minha mãe diz alto e eu dou um pulo na cama de susto

Olho em volta e estou em meu quarto, toda suada.

-outro pesadelo?- ela me questiona passando a mão no meus vermelhos cabelos e colocando eles para trás- sobre o que é?

-nada mãe... só um pesadelo idiota- falo sem pensar me levantando e indo para o banheiro tomar uma ducha fria.

Passo a mão pelas minhas costas e logo em baixo, perto da cintura eu sinto uma cicatriz de X, e perto do meu peito uma longa cicatriz torta que quase forma um Y.

Tenho péssimas lembranças desses dias, nunca contei á ninguém e não irei. Dias ruins temos que esquece-los.

--•--

Olho pela janela e está escurecendo, ja deve ser hora do jantar. Desço as escadas e reparo que minha mãe está fazendo uma refeição para 5

-mãe... quem vem hoje? Henry?- pergunto animada fungando aquele cheiro bom

-Convidei Rick e seus filhos, Carl e Judith- ela comenta temperando uma panela de molho

-mãe? porque?
Pergunto brava, mas minha mãe me olha com aquele doce olhar.

-já pensou em tudo o que eles passaram e agora olham para eles como monstros, então seremos gentis e legais com ele convidando para um jantar- ela diz não mais com o sorriso no rosto- agora vá se trocar

Suspiro alto e subo as escadas correndo para por alguma roupa.
Visto uma camiseta de manga comprida amarela, de estampa lisa, e uma jardineira preta, de calça.

Faço duas tranças em meu cabelo, e coloco a pulseira que Henry me deu, eu nunca á tiro do pulso. Apenas para tomar banho.

...

-eu espero que vocês gostem, não é um super cardápio mas- minha mãe diz rindo, entregando a panela de molho com carne para eles

Rick parece agredecido, mas com medo... não sei dizer. Judith está feliz comendo e Carl me olha com raiva.

-Judith quantos anos você tem?- pergunto á ela

-nove, porque?

-é aqui temos uma "escola" aonde ensinamos a ler,escrever, matemática- respondo sorrindo e dando uma garfada na minha comida.

-qual o intuito? saber ler para matar os walkers ou pessoas?- Carl resmunga e seu pai o olha feio.

Os olhares meus e da minha mãe se encontram.

-você é casado? vejo que tem aliança- minha mãe pergunta tentando mudar de assunto

-não, fale para ela pai. Lori morreu, eu a matei e você tem que superar- Carl aumenta o tom de voz e larga os talheres na mesa e saí andando até nossa varanda.

-eu vou lá- digo após de alguns segundos constrangedores.

sparks | carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora