Capítulo 14

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Ouço uma campanhinha enquanto Carl está sentando no sofa lendo minhas anotações do caderno.

-deve ser Paul- enxugo a mão após lavar a pia e vejo Henry na porta- ah oi

Comprimento ele dando um abraço e um beijo.
Mas não adianta ele quer entrar e consegue.

-o que ele está fazendo aqui com você sozinha?- Henry pergunta irritado

Carl se levanta no sofá e pega seu casaco e vem até nos.

-te vejo amanhã Mar- ele me dá uma piscadela e vai embora.

-eu tento confiar em você mas é impossível! Hoje seria nosso dia mas você estava aqui com ele. Sempre ele está lá.

-ei não venha botar a culpa em cima de mim, ele é meu amigo e eu gosto dele. E hoje eu não marquei nada, iria só estudar. Mas ele trouxe comida, só não rolou nada.

Coloco a mão nos ombros de Henry tentando o acalmar, mas ele parece ainda irritado. Mesmo que Henry não tenha uma cara de bravo.

-tudo bem, só não quero que fale mais com Carl- ele diz me dando um selinho mas eu fico parada

Penso em falar algo mas ele já foi embora.
Fico irritada com vontade de quebrar algo.
Vou ate minha varanda e vejo uma velha cadeira marrom, de maderia podre.
Dou um golpe de soco com toda minha força e a cadeira se quebra facilmente.

Sinto um peso de mim indo embora, foi o que eu sempre fiz desde pequena.
As vezes eram pessoas, mas agora são objetos inanimados.
Olho nas minhas mãos e nos ossinhos dos dedos estão vermelhos e meio inchados.

Entro em casa e corro para lavar e eu enfaixo minha mão, com gase simples.
Sento no sofá, e respiro fundo.
Assim que olho para o lado vejo um quadro da minha mãe.
Eu e ela sorrindo quando pequenas,eu tinha apenas 6 anos.
Não sei como essa foto me sobreviveu, mas fico feliz.

E penso se minha mãe está feliz me vendo, eu não aguentaria mais fingir quem eu não era, espero que ela não ligue. Aonde quer que ela esteja.

sparks | carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora