Epiphany | Jjk/pjm

02.

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[ 27 / 04 / 2018 ]

Segunda-feira, 17:30 da tarde ( mesmo dia )

Ele se lembra de ter uma intimidade frágil com as tias, por causa da pouca convivência e da sua timidez. Mesmo sabendo que poderia ficar quieto às vezes apenas escutando, o que é de certa forma grosseiro, sabia que elas não iriam o julgar pois sabiam sobre sua personalidade, e não eram rudes, apenas compreensivas.

E Hoseok teve sorte nisso. Foi adotado por duas mulheres incríveis.

Famílias são famílias, Jeon pensava quase sempre, mas aquela ponta de inveja sempre surgia quando comparava-as com seus pais. Hinah e Hyujin eram pacíficas, tinham um equilíbrio invejável, e era visível que se amavam pelos constantes olhares nada sutis.

Embora sofreram muito - e ainda sofrem com preconceitos -, elas mostravam sempre aquela coragem e mantinham a cabeça erguida. Jeon admirava isso, amava e apoiava, tudo nelas era algo que queria seguir. Ter orgulho de si mesmo.

E dentro da cozinha decorada ao estilo americano, Jeon via Hinah preparando o jantar mesmo claramente tremendo e com sinais de que esteve chorando; a Hyujin estava no andar de cima, provavelmente ajudando Hoseok a se recompor.

Estava silêncio, daqueles pesados, mas Jeongguk não sabia como iniciar uma conversa. O que falar naquela situação? Levi era a única alma aliviadora de stress, e que estava seguindo Hinah pela cozinha, abanando o rabo.

— Ei... — ele o chamou, meio tímido, sentado na cadeira com uma das mãos em cima da mesa das refeições.

— Deixa. O Levi é um doce... — sua tia falou, risonha, tampando as panelas ao que andava até à geladeira. — Trouxe gelado pro Hoseok... tem bastante, vocês podem dividir.

Sua voz mantinha-se sempre macia, o sorriso simples para fazê-lo se sentir menos tenso.

— Ah... — ele não tinha cabeça para doces naquele momento, mas seria rude dizer não a ela. — Ok, obrigado, tia. Eu...

— Ele deve estar tomando banho pra acordar — ela disse, colocando o balde rosa com decorações fofas em cima da mesa. — Não quis ir pro médico... e, bem, não pudemos obrigá-lo naquela situação. Pode ficar com ele esta noite?

— Tenho de perguntar aos meus pais. — coçou a bochecha.

Jonny poderia dizer que sim, ele poderia dormir com o primo, mas Hyuna era mais osso duro de roer, então teria de evitar mais brigas.

— Claro! Posso falar com o Jonny... — ela bateu uma palma, se sentando em frente a ele, Levi sempre a seguindo. — Meu irmão anda estranho ultimamente...

Jeon fez careta.

— Nem me fale... — pigarreou. — Ele deve estar resolvendo alguma coisa, sabe como ele é.

— Eu sei. Por isso mesmo acho isso tudo muito estranho. — ela franziu o cenho. Aproximou-se mais do Jeon ao que sussurrava: — Podemos vigiá-lo, o que acha? Estou aborrecida.

— An? — Jeongguk riu baixinho, achando a ideia ridícula. — Tia, não está achando que ele, sei lá...

Travou a fala tentando se expressar com gestos. Hinah sorriu com a ingenuidade do sobrinho, negando.

— Aqueles dois se amam, Jun. — garantiu. — Não pensou em outra alternativa?

— Não tem outra...