Epiphany | Jjk/pjm

12.

[ 07/05/2018]
Quinta-feira, 16:10 PM.

Casa dos Park.

— Sente-se aqui, Jun.

Eu sou guiado até a cadeira comprida com assento redondo, em uma cor vermelha, onde sento-me e vejo Jimin estender sua mão para mim.

— Me dê a mochila. — eu dou, assim como pedido, colocando ambas as mãos em cima da mesa de madeira clara redonda. No centro, há uma cesta de metal achatado com várias frutas, e a cozinha toda é a cores cinzas, um tom preto claro, e castanho. Tem um espaço bem aproveitado, com armários acima da bancada onde a pia fica, do lado direito de mim há o fogão com seis bocas em uma cor cinza, e as paredes são pintadas em uma cor branca.

Jimin coloca minha mochila em cima da mesa mais afastado de mim, caminha até o fogão com pressa, tirando do forno um prato cheio de panquecas de mirtilo.

Eu mordo a boca, meio abobalhado quando vejo-o trazer o prato para mim, todo feliz.

— Eu segui uma receita que encontrei no Google, se está horrível culpe a internet — ele diz, ao invés de ocupar a cadeira mais afastada, senta-se ao meu lado direito, bem perto, e coloca o prato na minha frente. — Bom apetite! Oh, espere, o garfo!

Eu acabo rindo de sua afobação, achando uma graça seus pés descalços fazendo barulho no chão enquanto ele busca pelo objeto no armário de cima, e estica-se todo para encontrar.

Esse lugar definitivamente não teve o toque feminino de uma mãe. Não é que é desorganizado, só é meio... viril? Sei lá, você reconhece quando uma casa é habitada apenas por homens, e quando é habitada apenas por mulheres. Né? É isso que eu quero dizer.

— Mantemos essas coisas longe por causa da Yu — ele diz, ao que volta a sentar-se ao meu lado. — ela meio que é muito teimosa e quase deu um treco no pai quando apareceu uma faca no quarto dela.

Jesus.

— Mas ela é bem baixinha pra' alcançar essa bancada... — murmuro, pensativo. — a não ser que suba numa cadeira. Ela fez isso, né?

Jimin confirma, risonho.

— Sim... apesar de desobedecer muito a gente, ela é muito carinhosa e vai bem nos estudos — ele estala os dedos. — Agora come, Jun.

Eu pego no garfo, meio encabulado. Não tenho vergonha de comer em público, mas parece que quando o público é Jimin, a coisa é diferente. Eu já comi na frente dele, porém, estávamos rodeados de gente, e não estávamos na casa dele, na cozinha dele, comendo panquecas que ele fez, com o garfo dele...

Ai, meu estômago está todo coisado. Eu corto um pedaço da panqueca, e ok... a textura está boa, levo até minha boca, e com a primeira dentada, sinto que provei uma tentativa de fazer uma receita melhor que a minha.

Está bom. Não excelente como os da minha mãe, mas está bom.

A massa fofa, do jeito que deve ser, e não dura como a que fiz com Hoseok. Aquilo era pedra.

Eu estou bastante paciente enquanto como, mas Jimin belisca meu braço de novo, fazendo-me olhá-lo com ódio.

— E então? Está ruim? — ele aproxima-se, ansioso.