— Pegue mais uns daquela fileira.
— Da direita?
— Isso, menino. — Mikyung sorriu, os olhos enrugados se fazendo presentes.
Jeongguk assentiu com a cabeça, indo até a outra fileira de morangos da estufa. Colheu os mais vermelhos e cheios, não deixando de comer mais alguns. Sorriu de boca cheia, lembrando de quando chegou em Jeju e uma torta maravilhosa lhe esperava.
Quase brigou com Yoongi porque ele queria comer o último pedaço da sua torta.
— Vovó Mi, será que o Taehyung termina de escrever ainda essa semana?
— Eu não sei, querido. — suspirou, mexendo no boné rosa que usava. — Estou preocupada com ele, quase não dorme mais por conta desse livro. Mas tenho certeza que não é só isso.
— E o que seria? — perguntou com um biquinho, saindo da estufa com a mais velha e indo em direção ao restaurante.
Era cedo quando acordou. Não tinha visto Taehyung ainda e isso lhe deixava um pouco ansioso para largar os morangos na cozinha e ir vê-lo.
— Os próprios conflitos internos dele.
O Jeon não disse nada, apenas seguiu em silêncio com a patriarca. O vento era forte naquele dia, fazendo com que suas mãos e nariz congelassem rapidamente. Largou a caixa com morangos na cozinha e a vovó o dispensou.
Foi um tanto saltitante para a casa dela, louco para ver o Kim e suprir a necessidade que tinha de estar perto dele.
Abriu a porta da sala, sentindo o ar quente da casa lhe aquecer o corpo todo. Deixou seus tênis na entrada e calçou pantufas fofas. Sorriu pequeno, andando até cozinha para poder tomar um copo de leite.
— Oh, está aí.
Comentou ao ver Taehyung ali, quase debruçado sobre a mesa enquanto escrevia.
Sua aparência estava tão abatida... Fazia o coração de Jeongguk se apertar.
— Aonde você estava? — perguntou, desviando o olhar do manuscrito. — Fui no seu quarto mas não estava lá.
— Foi no meu quarto, Kim Taehyung?
Soltou ardiloso, se aproximando do corpo do mais velho. Parou atrás dele, envolvendo os ombros com seus braços, deixando que seu peito encostasse quase que superficialmente nas costas largas.
Taehyung deu pulinho no lugar, sorrindo em seguida. Sentiu a respiração do outro bater em sua nuca e junto, um toque gelado: — Que nariz gelado, Guk...
Estremeceu, encolhendo o corpo que se arrepiou.
— Eu fui ajudar sua vó na estufa. — disse baixo, quase manhoso.
— Colheu morangos?
Taehyung deixou a caneta sobre a mesa e levou as mãos grandes até as de Jeongguk, sentindo-as bem geladas por conta do frio que fazia no lado de fora. Entrelaçou os dedos, soprando o ar quente de sua boca nas falanges.
— Uhum — miou, roçando o nariz nos fios escuros e fofos do Kim —, é bom comê-los enquanto colho.
O mais velho soprou um riso, fechando os olhos ao se entregar àquele pequeno momento que estavam tendo juntos.
Toques assim, eram raros entre eles. E claro, não era por falta de vontade e nem oportunidade, era porque Taehyung tentava se manter o mais distante possível de Jeongguk.
Precisava terminar aquele livro, e ficar muito perto do Jeon apenas lhe tirava toda a atenção que necessitava.
Jeongguk entendia, mas de alguma forma, se sentia rejeitado. Não sabia mais se o que sentia era recíproco e isso o sufocava na maioria das vezes. Porque quem sempre começava algum tipo de contato, era ele.
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Eternal [taekook]
Fanfikce[Concluída] Dois anos, é o tempo que Taehyung precisa esperar por Jeongguk. E quando ele chega, não achou que fosse acontecer tão diferente do que esperava. - Pretende voltar? - Vale a pena voltar? Certo, o Kim ficou confuso. Mas tudo o que queria...