Reencontro - Parte 1

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Londres

Largo Grimmauld, 12

Casa da família Black


Walburga olhava com satisfação a tapeçaria de sua família, seu plano de se livrar da filha bastarda do seu irmão estava ocorrendo de maneira satisfatória. Mesmo que a pirralha de sangue ruim ainda não estivesse morta de fato, era só questão e tempo para isso acontecer.

Por este motivo ela estava com o um ótimo humor, nada poderia mudar isso, foi o que ela pensou até adentrar na sua sala de estar e dar de cara com seu irmão e um outro bruxo a qual ela desconhecia. Suspirou irritada com a audácia dos dois.

‒ Já ouviu falar em pedir licença ao entrar na casa dos outros, irmão?

‒ Não preciso pedir permissão para entrar no que é meu, irmã.

O lembrete de que seu irmão era o legitimo herdeiro dos Black, só serviu para irrita-la e estragar seu ótimo humor.

‒ Diga logo o que quer Alfardo, meu tempo é precioso.

‒ Walburga quero lhe apresentar Diogenes White, ele é oficial de justiça do Ministério.

O homem baixinho e rechonchudo estendeu a mão para cumprimentar a mulher a sua frente que simplesmente ignorou o cumprimento direcionando toda a sua atenção ao seu irmão. Alfardo viu a fria fúria nos olhos de sua irmã ao ouvir suas palavras e percebeu naquele momento que ela sabia bem onde ele queria chegar.

‒ Sabe o que um oficial de justiça faz, não sabe irmã?

O pobre senhor White parecia perdido no meio daquela luta por território que os dois Blacks estavam travando e achou mais seguro se afastar um pouco, pois a senhora Black lhe causou um pouco de medo.

‒ SAIAM JÁ DA MINHA CASA!

‒ Sua casa? Acho que você ainda não entendeu irmã. Eu sou o Black do sexo masculino mais velho, essa casa e tudo nela são meus.

Alfardo falava com uma tranquilidade e um certo tom de arrogância que somente um homem que sabe a influência e poder que possui poderia exalar. E por um momento ele achou que Walburga iria explodir de ódio, e sentiu certa satisfação em ter conseguido retirado a máscara de calculada frieza a qual sua irmã estava acostumada a usar.

‒ Você acha mesmo que pode me tirar na casa de meus antepassados? Eu sou mais Black do que você jamais foi, eu honro o nome da família. Você não passa de um inconsequente. Só sairei da casa dos meus pais morta.

‒ Não precisa ser tão dramática irmã. Você pode visitar a mim e a minha filha sempre que quiser. Mas peço que mande uma coruja antes, sabe como é indelicado invadir a casa dos outros não é irmã?

Naquele momento, ao ouvir que uma bastarda iria morar na casa de sua família, Walburga perdeu a cabeça, e as palavras foram cuspidas de seus lábios e o tom de sua voz demostrava todo o desprezo que sentia.

‒ Eu jamais permitirei tamanha humilhação.

‒ Acho que você não tem muita escolha Walburga, de acordo com o meu amigo Sr. White, eu tenho o direito de fazer o que bem entender com a minha herança.

‒ Alfardo, você ficou louco? Como pode considerar jogar o nome da nossa família na lama?

‒ Já chega irmã. Falei com seu marido e ele já está ciente da mudança de vocês. Fique grata por eu não enviar você para Askaban, e pode acreditar eu fiquei muito tentado em lhe enviar para lá, depois do que você incitou Bella a fazer. Mas pensei melhor e me dei conta que viver aqui com minha filha depois que ela se recuperar será um castigo bem mais doloroso pra você.

‒ Isso se a sangue ruim se recuperar.

‒ Reze para que ela se recupere irmã, caso contrário você vai se arrepender amargamente do dia em que nasceu.

Castelo de Hogwarts

Em algum lugar na Escócia

Valerie não notou de imediato, mas depois de um tempo o silêncio ficou opressor e foi difícil ignorar a falta que a voz de Severo lhe fazia. Sentiu seu corpo meio que dormente e tentou se mexer, mas não teve sucesso, o que a frustrou grandemente. Foi naquele momento que sentiu algo pela primeira vez em dias. Foi bem sutil, mas estava lá, como se ela estivesse sob o sol, o calor inundou seu ser. Viu através das pálpebras a luz brilhar a sua volta e finalmente conseguiu abrir os olhos.

Demorou alguns segundos para seus olhos se habituarem com a luz. O ambiente a sua volta estava calmo e silencioso, assim como uma enfermaria deveria ser. E ao se dar conta de onde se encontrava as lembranças do duelo com Bellatrix voltaram e imediatamente olhou para si mesma procurando pelos ferimentos, mas não encontrou nada. Devia ter ficado muito tempo desacordada já que se encontrava totalmente curada agora. Olhou com interesse as roupas brancas que vestia, não pareciam vestes de uma pessoa hospitalizada, um vestido branco que batia em seus pés.

Procurou por alguém, Severo ou Madame Pomfrey mas não viu ninguém. Como se sentia muito bem, decidiu se levantar e sair para procurar. Seus pés descalços tocaram o chão, estranhamente morno, e então Valerie caminhou em direção as grandes portas da enfermaria. Esperava encontrar logo Severo e lhe dizer que estava bem.

Andou por alguns minutos e para sua surpresa o castelo estava estranhamente silencioso e deserto. Pensou que talvez o ano letiva já tivesse chegado ao fim e todos os alunos já voltaram para suas casas. Mas não deveria ter dormido tanto tempos assim, se fosse esse o caso deveria conseguir encontrar pelo menos um professor.

Mesmo descalça Valerie saiu pelo corredor, tentou não se preocupar com o fato de não encontrar ninguém pelo caminho, deveria ter uma explicação para isso. Foi quando para seu alivio viu uma pessoa parada ao lado da porta que dava de frente para os jardins.

Seu coração se apertou ao ver os longos cabelos castanhos que caiam pelas costas da pessoa a sua frente, a familiaridade daquela cena encheu seu peito de um carinho tão imenso que chegou a ser opressor. Queria poder se mover, mas toda e qualquer ação sobre seu corpo havia sido anulada pela magnitude daquele encontro. Tentou falar algo, mas a corrente frenética de sentimentos não lhe permitia.

Vagarosamente a pessoa a sua frente se virou em sua direção e quando os olhos tão parecidos com os seus próprios lhe encararam com amor, foi impossível evitar que lágrimas escorressem por seu rosto.

‒ Olá querida.

‒ Mãe...

The Half-Blood Prince - Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora