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Eu não pude voltar, ninguém pode, não no primeiro momento.
Carlislie achou importante que eu ficasse junto com eles agora. Pois que de acordo com o doutor "eu era parte da família". Forks não virou um lugar mais seguro para os Cullen, grande parte devido a Bella. Uma humana sabia sobre os vampiros. E isso era risco demais para se correr.
Ainda mais se algum Volturi estivesse na nossa cola.
Ele decidiu então que nos mudaríamos da cidade.
Escrevi uma carta de cinco páginas explicando como ia atrás da família por parte de pai, mas mandaria sempre mensagens avisando como estava indo. Bella tentou me impedir, queria ir junto, mas Ed não permitiu.
Outubro de 2006
Alaska não é tão ruim assim, bom, poucos humanos e uma vasta mata para caça, é bom.
Estamos vivendo em puro anonimato, ninguém sabe da nossa existencia na cidade. No começo foi um pouco estranho só sair de noite, mas logo eu me acostumei.
As manhãs eram tentativas fracassadas de costurar vestidos, ler livros, ouvir música e assistir filmes mundanos. As noites eram o nosso café da manhã, almoço e jantar. Nós tornavamos anjos negros que caçavam por entre as matas, vira e mexe encontrava com um caçador, então nos escondíamos nas copas das árvores.
Escrevi uma carta para Bella, contando como Edward estava mal, e pedindo para acalmar o tio Charlie, afirmar para ele que eu estava bem.
Novembro de 2006
Alaska é péssimo.
A cidade já nos conhece - e desconfia - das nossas aparências.
As manhãs íamos para uma escola ridícula!
Mas o ruim não era nem esse, a pior parte é que desde que eu me juntei à família Cullen, Jasper vem me ignorado. Ele não olha na minha cara. E para aumentar seu disfarce está namorando a "popularzinha" do nosso colégio. Me chamam de água de salsicha e cabeça de fósforo aonde eu passo, QUAL É? EU VIVI SÉCULOS E SÉCULOS PARA SOFRER BULLYING DE ADOLESCENTES ESCROTINHOS?
Como o mês anterior, escrevi uma carta para Bella.
Dezembro de 2006
Comecei a matar pessoas, homens, e logo depois me alimentava deles. Acho que alguns da casa sabiam, mas eu não pude evitar. O inverno chegou forte, os animais se tornaram quase extintos. Minha jogada era sempre a mesma.
1. Conferia o registro na prefeitura - se ele tivesse esposa e filhos (ou alguém que sentisse falta dele) era descartado.
2. Atraia ele para algum hotel barato com um decote imenso (de um dos vestidos de inverno que fiz no mês de outubro.
3. Banquete.
Juro que fiz isso só por sobrevivência.
- Está matando pessoas - foi o que Carlislie disse quando sentamos na sala de jantar em um domingo, todos me encararam.
- A comida aqui está acabando Carl, eu não a julgo - disse Emmett bebendo uma taça avermelhada.
- Daqui a pouco as pessoas vão desconfiar.
- Eu não consigo evitar, tá legal? Nenhum animal me satisfaz mais - de tão sensível que eu estava, comecei a chorar. Alice veio correndo me abraçar, chorei em seu ombro.
- EU NÃO AGUENTO MAIS - disse Edward descendo as escadas para se juntar a nós - Eu preciso da Bella, EU PRECISO.
- Amor - disse Esme - As crianças estão certas, Forks é nosso lar - note como ela disse "crianças".
- Só mais alguns meses - disse o doutor - E você, mocinha, pare de matar pessoas, se o sangue não está suficiente, damos um jeito, juntos.
- E BELLA? - gritou Edward - E se Victória for atrás dela?
- Eu vou saber primeiro - disse Alice encerrando o assunto.
...
Quando fui ler um livro em meu quarto, Jas entrou pela porta.
- Sai - falei raivosa, ele apenas me ignorou, se jogou do meu lado no tapete e puxou o livro de minha mão.
- Lê para mim, é Shakespeare, não é? Meu autor preferido - lembrei da nossa conversa meses e meses atrás.
- Deita, chato - e ao ler Macbeth, foi a primeira vez em meses que ficamos juntos, nem que fosse por 30 minutos.
Depois desse dia ele não me dirigiu uma palavra.
Essa inconstância estava me matando.
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