Enemies - Fanfic Larry

Just two ghosts

HARRY:

Se o céu for bonito como a visão que eu tinha, eu não queria sair dele nunca.

- Louis...

- Shh, meu bem - Ele me acariciou no rosto. Sua expressão era bem calma e serena, lembrava até um anjo - Nada está doendo mais, não é?

Fiz que sim. Eu estava sem nenhuma dor. Ou medo. Ou raiva. Apenas paz.

- Vai passar. Você não vai sofrer nunca mais.

- Eu falhei tanto, Lou.

- Eu perdoo você - Ele me deu sua mão - Eu amo você.

- Também te amo, Lou. Mais que tudo.

Deixei ele selar meus lábios, querendo mais daquilo, mas sabendo que eu não precisava de nada mais para comprovar nosso amor.

- Relaxe agora - Ele me pediu, me inclinando para me deitar na cama.

- Deite aqui comigo, pequeno.

- Eu não posso. Tenho que ir. Mas eu sempre estarei aqui - Ele apoiou sua mãozinha pequena no meu peito. As batidas de meu coração nunca estiveram tão calmas.

- Obrigado, Lou. Te amo.

Ele sorriu, pela última vez. Senti meus olhos pesarem, e eu não queria fechá-los. Eu queria ficar o observando. Ele era tão belo, tão perfeito, que eu passaria o resto da minha vida apenas o apreciando. E eu acho que de fato, eu estava no final de minha vida. E ele seria a minha última visão.

De repente, um bip tomou conta de meus ouvidos, e eu abri os olhos. Eu não via o Louis mais. Eu estava no meu chão do meu quarto. Minha primeira reação foi tentar me mexer, mas eu não sentia meu corpo. Tentei me levantar, e então, uma dor insuportável em todos os meus membros.

Eu estava vivo.

Mamãe entrou correndo pela porta e minha visão estava turva, e eu não conseguia ouvir nada. Ela se aproximou de mim, me sacudindo e falando algo, e eu preferia estar inconsciente a ter que passar por isso.

- Foi só um susto. Você tá bem. Só bateu a cabeça. Tá tudo bem.

Abri meus olhos novamente. Agora eu estava na cama.

- Harry? Amor?

Mamãe chamou, e desta vez eu ouvi.

- Mãe?

- Harry, graças a Deus! Você é tão forte, Harry!

Eu preferia não ser. Eu preferia ter ido.

- Você tá ótimo, não está? Tá doendo? Você... Quer água? Quer remédios? - Ela estava agitada. Seu olhar era de remorso, e muita dó. Não gosto que sintam dó de mim. E o pior? Era a primeira vez que eu via a minha mãe em meses e essa era a feição que ela tinha.

- Eu não tô ótimo, mãe. Estou morrendo.

- Você não está. Não diga isso!

- Eu estou. Eu bati a cabeça, não bati? Eu acho que eu tô mal.

- Claro que não! Filho, a mamãe te ama muito! Te ama mais que tudo! Mamãe vai cuidar de você agora, tá bom? Você só não pode se deixar levar. E tem que continuar sendo forte. E não pode contar pra ninguém o que aconteceu.

- Que meu pai me espancou? Até eu desmaiar? Anotado. Pode deixar, eu direi que bati de cara numa porta.

- Harry, você sabe que--

- Que não teríamos casa se não fosse pelo meu pai? Que você não quer voltar pra casa abusiva dos seus pais? Que você tem medo do Des? Eu já sei.