Think fast, Harry

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Lottie.

- Harry? O que faz aqui? - perguntou encostando-se no batente da porta, agora aberta.

Por sorte, Lottie não viu a quase possível pegação, pois quando chegou eles já tinham se afastado.

"Pensa rápido, Harry"

- Oi, irmã do Louis? O loirinho ficou dodói, mandou o pombo correio que vos fala entregar uma folha com a parte dele do trabalho. Aliás, já vou indo. - mandei bem.

- O loirinho se chama Niall, ô arrogante. E não precisa ficar intimidado só por que eu cheguei não. A menos que estivesse enchendo o saco do meu irmão, aí eu acho bom você se sentir muito intimidado - ela se aproximava de Harry devagar.

Harry pediu mentalmente: por favor não olhe pra baixo, você vai ter uma *imensa* surpresa <3

- Eu sei me defender sozinho, Lottie, mas obrigado. E não, Harry e eu só estávamos conversando, mas ele já está de saída - Louis interviu.

- E por que você subiu pro quarto dele, não era só entregar na porta? - indagou.

- Por que o Louis foi educado e me chamou pra subir.

Lottie olhou bem para os dois, analisando-os - Então tá, só vim pegar isso - o quadro que estava em cima da mesa - pra colocar lá em baixo. Tchauzinho - deu um sorrisinho meia boca, e saiu do quarto.

Só descongelaram quando ouviram a porta bater.

- Essa foi por pouco, Harry - sussurrou.

- Ainda bem que eu sou um gênio - sorriu - Me leva na porta, Lou? - disse, pegando sua mochila do chão.

Louis tomou a mão de Harry na sua, entrelaçando os dedos, e então guiando Harry até a porta.

Harry ficou do lado de fora, enquanto Louis ficava parado bem na porta, fazendo ele ficar mais alto que Styles.

- Bom... Acabamos nem fazendo nada. Eu escrevo o poema, e te mando por escrito até o prazo. Você me deu muitas inspirações, sabia? - deu aquele sorriso cafajeste, com aquelas covinhas.

Ugh.

- Calado, bobão - riu.

- Vou incluir isso no texto, pode apostar.
- Inclinou-se para receber um beijo, mas Louis recuou.

- Sai! Agora não, Harry - falou baixinho, fechando mais a porta atrás de si.

- Vai me negar um selinho? - Harry fez biquinho.

Louis revirou os olhos, e em seguida depositou um selinho nos lábios do mais novo, que o surpreendeu, segurando sua cintura e aprofundando o beijo. Puxou o lábio de Louis entre os seus, introduzindo sua língua em sua boca.

Louis levou as mãos até seus cachos e os puxou, depois escorregando as mãos pelo maxilar másculo, e então, empurrando seu peito devagar.

- Já chega. Tá muito abusadinho - Louis não conseguia esconder o sorrisinho que dominava sua face.

Harry levou o polegar até o canto dos lábios de Louis, onde estava molhado de saliva e limpou suavemente, ajeitando seu cabelo em seguida.

- Tchau, Louis.

XXXX

Harry estava radiante. Antes de vir para a casa de Louis, pensou muito, muito mesmo. Estava decidido de que investiria nele, e que se ele correspondesse, lidaria com as consequências depois.

Chegou em casa, estava totalmente sozinho. Não estranhou, pois seus pais trabalhavam até tarde. Subiu pro quarto e ficou lá pensando em um poema. Teria que ser bom, o melhor.

Harry procurou palavras chaves para usar de inspiração e escreveu à caneta:

> azul
> mar
> calor
> medo
> apaixonar-se

E no final, escreveu à lápis, bem fraquinho:

> Louis

Estava finalizando seu poema, perdido em seus pensamentos quando ouviu a porta de casa bater bem forte.

Lá de baixo, uma gritaria. Sentiu um fisgada no peito. Já sabia o que estava por vir.

- Cala a boca, sua vagabunda! Você não sabe o que está falando! - A voz embargada pelo álcool de seu pai ecoou pela casa.

- Você está bebendo de novo, Des! E não me chame assim! Harry não merece ouvir você me chamar disso! - Sua mãe gritou. Ela nunca gritava. Harry tremeu.

- Se você não fosse uma escrota eu não estaria bebendo. Estúpida! - apenas o som da voz de Des fazia Harry sentir náuseas.

"Eu preciso descer . Preciso ajudar a minha mãe".

- Cala a boca!

"Vai, Harry, seu idiota. Tá com medo de quê? De apanhar? Desce logo lá!"

- Cala você, sua vadia!

Um tapa. Harry ouviu um tapa, e em seguida, um silêncio absurdo. Arrebatador, doentio.

"Pensa rápido, Harry".

"Faça algo. Engole esse choro, e faz alguma coisa!"

Harry apertou uma almofada, abafando o choro nela. Se sentiu tão, tão pequeno. Se lembrou de todas as vezes que presenciou a mesma cena, e era pequeno demais para agir. Era como ele se sentia agora: pequeno, frágil. A ponto de desmoronar.

"Para de ser egoísta. Quem sofre é a sua mãe enquanto você está aí parado, chorando como um bebê".

Harry só queria calar sua mente. O silêncio que pendurava, por sua vez, foi quebrado por um choro.

"Parabéns, Harry. Você podia ter impedido tudo isso".

Ouviu a porta de casa bater de novo. Des saiu.

Harry levantou-se às pressas, como se um peso saísse de cima de seu corpo. Correu escadas a baixo e encontrou sua mãe, de joelhos, chorando. Parecia que estava prestes a quebrar em pedaços.

"O que falar?"

Melhor não falar. Abaixou-se ao seu lado, tomando-a em seus braços, apertando bem.

"Quem sabe se eu apertar bem, eu colo todos os seus pedacinhos de volta".

Deixou sua mãe derramar todo o seu choro em sua blusa. Ajudou a mulher a se levantar, ainda a abraçando, e a levou pro andar de cima.

Chegou em seu quarto, deixando sua mãe deitar na sua cama. Deitou ao seu lado, com a cabeça em seu peito, pra ouvir seu coração, enquanto a abraçava, como sempre faziam.
Lembrou-se de quando era só uma criança, novinho demais para entender porque às vezes sua mãe chegava em seu quarto à noite, perguntando se poderia dormir ali, só por aquela noite.

- Vai ficar tudo bem, mamãe. Nós vamos sair dessa.

Ou quando mamãe passava base demais debaixo dos olhos, ou como ela sempre "caia da escada" ou "batia numa porta".

Mesmo quando pegou no sono, sabia que sua mãe ainda chorava.

"Pense mais rápido da próxima vez, Harry".

Enemies - Fanfic LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora