Capítulo 2 - Você Está Vendo o Mesmo Que Eu?

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Kara acabara de sair de uma reunião com seu editor na Catco quando pegou o telefone e discou para Lena. Sabia que a amiga acordava cedo, e como havia prometido a Sam que iria à L-Corp, imaginou que não teria problema em ligar logo de manhã, mas resolveu aguardar algumas horas.

Lena realmente havia acordado cedo. Levantou-se, tomou uma ducha, escolheu sua roupa. Ficou vários minutos em frente ao espelho e depois novamente vários outros minutos em frente à porta pensando como seria voltar para a vida normal depois de tudo aquilo. Até seu motorista ficou surpreso quando ela entrou no carro e pediu que se dirigisse à L-Corp, como habitualmente fazia antes do ocorrido com sua família. Era uma família disfuncional, todos sabiam, mas ainda assim, sua família.

Chegou ao escritório antes de Sam. Todos a olhavam com pesar nos olhos, mas tentavam demonstrar entusiasmo pela volta da CEO da empresa. Com o intuito de se afastar dos olhares piedosos, entrou em seu escritório e ficou sentada no seu enorme sofá branco, encarando o tempo lá fora. Parecia que foi em outra vida que havia entrado naquela sala pela última vez. Sam entrou pouco tempo depois.

S: — Posso saber o motivo de você estar sentada nesse sofá como se fosse uma visita? Essa sala é sua, Lena.

L: — Bom dia para você também — sorriu para a amiga. — No momento você está na presidência, então quem se senta à mesa é você. Vamos lá, estou pronta quando você estiver.

Sam sentou-se e abriu o laptop para começar o dia com Lena. Começou a reportar todo o acontecido desde o dia do acidente com o avião, as reações da Bolsa, dos investidores, do andamento das pesquisas em todas as unidades. Pesquisas essas que Sam alertou não terem andado muito, já que era Lena quem estava à frente de todas elas. Estava com algumas reuniões marcadas para aquele dia, mas Lena achou que era muito para a sua volta, pediu que Sam continuasse com o bom trabalho que estava fazendo, deixando-a de fora, pelo menos por aquela semana, em que estava retornando. Sam concordou prontamente.

Quando Kara ligou, Lena estava sozinha, sentada à frente de várias planilhas enquanto Sam participava da primeira reunião do dia.

K: — Bom dia! Como está se sentindo hoje? Aliás, liguei numa boa hora? Não sei como estão as coisas por aí.

L: — Bom dia! — falou sorrindo, sem perceber. — É sim uma boa hora. Estou aqui às voltas com algumas planilhas, mas nada que eu não possa dar uma pausa. Prometi que voltaria, e voltei, mas vou ter que ir com calma. Parece que fiquei fora 15 anos, tantas coisas para me inteirar. Não sei como a Sam não saiu daqui numa camisa de força.

K: — Fico feliz que esteja se sentindo bem. E você comanda uma mega empresa, não era de se espantar que tivesse bastante coisa esperando por você, afinal, se não for você, quem mais?

Falou aquilo e se arrependeu no mesmo instante. Não queria que Lena pensasse que aquilo se referia ao fato de ela ser a única Luthor que restara, que era só ela para cuidar da empresa agora. Não que fosse diferente antes, mas não queria trazer memórias doloridas para Lena.

K: — Ai, desculpa... eu não queria falar isso, eu sou uma tonta mesmo...

L: — Tudo bem, Kara... não me causou mal algum, acredite em mim. As coisas continuam como antes, era eu mesma quem cuidava de tudo sozinha. Não se sinta mal.

K: — Queria te ver mais tarde, tomar um café, quando você puder... gostaria de te fazer um convite para o fim de semana.

L: — Bom, como eu mesma sou minha chefe, posso sair a hora que bem entender. — Falou tentando parecer o mais descontraída possível. — 17h está bom? Posso te encontrar aí no café do prédio da Catco, o que acha?

2 Mil Anos-Luz em Direção a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora