Capítulo 5 - Volte Para Nós, Kara

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L: — Kara, fique calma. Já tem meses que isso aconteceu e ela não se manifestou. Deve ter fugido como Lex queria, não deve mais nem estar no país.

K: — Não estou conseguindo. Ela e seu irmão já tentaram acabar comigo tantas vezes, Lena... sempre quiseram me atacar, me fazer mal, tentaram afastar você de mim tantas vezes. Me aterroriza pensar que ela pode continuar tentando... logo agora... Estou com medo.

L: — Minha mãe tentou e falhou todas as vezes. E vai continuar sendo assim, ela não vai conseguir. Se ela aparecer de novo, vai ser presa, existem muitas condenações contra ela.

Lena abraçou Kara vendo o medo nos olhos azuis. Também tinha medo, sabia como era a mulher que a havia criado depois da morte de sua mãe biológica. Mais do que nunca, sentiu a necessidade de proteger Kara. Era a mulher de aço ali em seus braços, mas naquele instante a sentia vulnerável, como quem precisa de proteção.

K: — Eu preciso ir ao DEO falar com Alex, preciso garantir que vão rastrear qualquer vestígio de Lillian, que vão te proteger.

L: — E te proteger também, por favor. Me apavora pensar que ela pode tentar algo contra você.

Kara assentiu, entendeu que Lena também estava receosa com a notícia quando viu seus olhos verdes nublados de preocupação. Beijou sua testa com ternura e caminhou até a sacada, de onde alçou voo para o DEO.

(...)

Aquela noite Lena voltou para casa com a cabeça borbulhando. Passara por meses de luto sombrio pela família e, no fim, sua mãe continuava viva. Pensou em como sua família havia feito mal a Kara, como a machucaram, tentaram tirar sua vida. Sua doce Kara. Tinha confiança em Alex e na equipe do DEO para rastrear Lillian e proteger Kara, mas era imperioso que ela própria também estivesse segura. No dia seguinte tomaria medidas para aumentar a rigidez do seu sistema de segurança, talvez contratar seguranças particulares, ou mesmo pedir escolta de agentes do DEO.

Tarde demais.

Lena abriu a porta de sua cobertura, entrou e digitou a senha que trancava tudo. Acendeu uma das luzes, colocou seu celular e bolsa sobre a bancada ao seu lado e congelou de terror ao olhar para o vulto sentado em uma de suas poltronas. A pessoa estendeu o braço e acendeu a luminária que revelou seu rosto e a arma em sua mão, apontada diretamente para Lena.

Li: — Boa noite, querida. Estava à sua espera.

Le: — Mãe... como você entrou aqui?

Li: — Também senti sua falta, meu bem.

Le: — Onde você estava esse tempo todo? Achei que tinha morrido... ou fugido daqui.

Li: — Pensei mesmo em fugir, mas resolvi voltar e acertar alguns ponteiros. Deixei muitas pendências aqui.

Le: — Que pendências? Você só deixou um rastro de ódio e destruição, Lex com certeza puxou essa característica de você.

A menção do nome de Lex fez Lillian se levantar da poltrona, sem nunca deixar de apontar a arma na direção de Lena.

Li: — Eu iria sair dessa cidade medíocre com seu irmão mesmo, estávamos com tudo pronto para irmos para nossa ilha nos mares nórdicos. Já estávamos no hangar quando decidi ficar. Por mais incrível que possa parecer, decidir ficar por você, para te levar junto conosco.

Le: — E em que mundo fantasioso você achou que eu iria mesmo com vocês?

Li: — Em nenhum momento eu disse que te daria a opção.

2 Mil Anos-Luz em Direção a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora