Meu Conselheiro Amoroso

Parte IV

[...]
- Espera... Deixa eu ver se entendi - Dak respirou fundo. 
Naquela altura, a morena já estava na porta de casa após receber uma carona de Jamie.
- Durante o encontro vou estar com ponto eletrônico, microfone e tudo mais para você me aconselhar sobre como me comportar com o Paul?
- Exatamente. - O moreno confirmou - Assim você não fará nenhuma besteira e ainda por cima, terá o melhor encontro da sua vida. 
- O encontro perfeito - Dakota definiu sorrindo, tirando o cinto de segurança - Isso se ele me ligar mesmo, né? 
- Ele vai ligar, Dak. Ele vai. - Garantiu sorrindo de volta. 
- Tomara... - Dakota deu um beijo na bochecha dele - Até amanhã, Jamie. Ou melhor, até mais tarde. 
- Até, Dak.
[...]
- Acha mesmo que ele vai te ligar? - Eloise perguntou caminhando pelos corredores da universidade ao lado da amiga.
- Acho que sim, Jamie também. Mas poxa, já passou do meio-dia. Já era para o Paul ter ligado, não? - A morena perguntou ajeitando sua mochila nas costas - Ele é bem gatinho, Elô. Musculoso, tem um rosto bonito também.
- Pelo jeito alguém aqui do meu lado já está toda apaixonadinha... - Elô brincou dando uma cotovelada na estudante de literatura. 

- É, mas eu não posso demonstrar que estou tão a fim dele já no primeiro encontro. Pelo menos, foi o que Jamie me explicou. Se o Paul perceber que estou muito caidinha por ele... Se eu der muita bandeira vai acabar só me usando e jogando fora depois, como todos os outros. 
- Genial! - Eloise exclamou boquiaberta - Faz todo sentido, amiga. 
- Não é? - O celular da morena tocou e ambas pararam de andar - Céus... É ele. - Constatou abrindo um sorriso enorme - O que eu faço? Atendo?
- Espera... Deixa tocar um pouco mais. Assim não fica parecendo que você estava louca por um telefonema dele. Ah, e coloca no viva-voz. 
- Você devia virar conselheira amorosa também Elô, sério! - Ambas gargalharam e após a sinalização da loira, Dak enfim atendeu - Alô? 
- Dakota, é você? Aqui é o Paul. Lembra de mim? Nos conhecemos ontem, na festa dos seus amigos de faculdade. 
- Ah, lembro sim. 
- Quer sair comigo no sábado? Claro, se você não estiver ocupada ou com outro compromisso. 
- Eu? - Elô fez sinal para ela - Er, primeiro preciso checar minha agenda. Sabe como é, sou muito ocupada. Um instante que vou checar aqui - Ficou muda na ligação por alguns segundos, segurando o riso junto com Eloise - Transferi um compromisso que eu tinha aqui e dá sim pra gente se encontrar no sábado, Paul. 
- Que ótimo! Vou aguardar ansioso, Dak! Depois te mando mensagem pra marcar o lugar e os demais detalhes etc. Pode ser? 
- Pode sim, Paul. 
- Combinado então. Beijo!
- Beijos... - Ele desligou - E aí? Me saí bem?
- Bem? Você arrasou, Dak! - Ambas se abraçaram felizes. 
[...]
Dias depois...

Sábado.

- E aí? Tudo pronto? - Dakota questionou vendo Jamie colocar o ponto eletrônico em seu ouvido com delicadeza. 
- Quase, precisamos testar se o microfone está pegando mesmo, se eu vou escutar você a distância e tudo mais.  
Dakota estava no escritório de Jamie, em sua sala, onde o rapaz estava preparando tudo para seu encontro com Paul. Além do ponto eletrônico e do microfone, o moreno instalou uma micro-câmera no colar de Dakota para assim, poder monitorar cada detalhe do grande dia. Após os testes, o conselheiro percebeu que tudo estava de acordo com seus planos. 
- Agora sim, está tudo certo! 
- Sim, roupa, tudo. Tudo que você me ensinou durante esses dias está aqui - Apontou para a cabeça - Espero não esquecer de nada.
- Tenho certeza que não vai. 
- Ah, você venceu a aposta. Jess e Mike estão juntos, como você preveu. 
- Então você me deve uma garrafa de vinho - Ela sorriu - Qualquer coisa te dou um toque pelo ponto eletrônico. Não esqueça de seguir a risca todas as minhas ordens. Okay? 
- Okay, professor. - Dak confirmou piscando para ele. 
[...]
- Aqui um cafézinho, senhor Dornan. - Ângela falou entrando na sala de seu chefe - Dakota já chegou ao tal restaurante? 
- Ainda não, mas está quase chegando lá. - Jamie respondeu sem tirar os olhos do computador - Obrigada pelo café, Ângela. - Pegou a xícara e tomou um pouco. 
- Vai ser como os outros encontros com ponto eletrônico, senhor? 
- Sim, vou acompanhar tudo de perto até ela ganhar mais confiança. Opa, nesse exato momento ela e Paul estão se encontrando na porta do restaurante. Acho que é um restaurante italiano, aliás. Continuando nosso papo... Dak era muito insegura, sabe? 
- Imagino, muitas mulheres são assim como ela. Ainda bem que existem homens como o senhor, que as ajudam a ter mais auto-estima, mais confiança e afins. 
- Sim, mas ela melhorou demais com as lições dos últimos dias. Acredito que hoje mesmo já resolveremos a questão amorosa dela com sucesso.  
~*~
- Muito obrigada - Dakota agradeceu quando o moreno puxou a cadeira para ela se sentar. 
- Imagina - O advogado fez o mesmo, dando a volta ao redor da mesa e sentando.
Em seguida, o garçom apareceu com os cardápios e ambos fizeram os pedidos. Ambos pediram uma boa e velha massa italiana.  
- Me fale sobre você, Dak. Estou curioso a seu respeito. 
- Falar sobre mim? - Dakota engoliu em seco. 
- Não exagere nas informações, Dak. Tente manter um certo mistério, para que Paul sinta vontade de sempre saber mais sobre você. - Jamie aconselhou através do ponto eletrônico no ouvido dela. 
- Pode deixar - Dak respondeu em voz alta. 
- Pode deixar o quê? - Paul questionou franzindo a testa. 
- Pode deixar que vou te falar sobre mim como você pediu há poucos segundos. Isso! - Mentiu dando um meio-sorriso - Vamos lá. - Respirou fundo - Estudo literatura há alguns anos. Estou no último ano do curso, aliás. 
- E você escolheu a literatura porque ama os livros, correto? - O moreno bebeu um pouco de água. 
- Sim, dos mais variados gêneros. Vim para cá estudar em Stanford e não me arrependo. Atualmente, moro com minha colega de faculdade em um apartamento pequeno, mas muito aconchegante. - Sorriu. 
- E seus pais?
- Ah, meu pai é chefe de polícia de uma pequena cidade em Seattle. E minha mãe, mora na Europa com meu padrasto. Ambos são separados desde que eu tinha, sei lá, uns dez anos. - Explicou enquanto o garçom servia os pratos para os dois. 
- Ah, já eu fui criado pelo meu avô somente. - Comentou pondo uma garfada de comida na boca. 
- Agora faça o Paul falar um pouco de si, Dak. - Jamie aconselhou. 
- Uhum - A morena concordou - Er... E seus pais?
- Eles se foram quando eu era pequeno em um acidente de carro. Motorista bêbado. 
- Sinto muito, Paul. 
- Tudo bem - Suspirou - Enfim, talvez tenha sido por isso que acabei optando por ser advogado. Tenho um irmão mais novo, Sam, mas este vive se metendo em encrencas. Naquele dia, saí das pressas por isso, aliás. - Explicou - Ele tinha sido preso por porte de substâncias ilícitas. 
- Que barra, hein? - Dak comentou de boca cheia. 
- Pois é... Mas tirando isso, os casos que cuido são bem interessantes, me instigam demais. 
- Imagino. Tenho uma amiga que adora séries policiais. Ela ia adorar ouvir sobre esses casos. E eu, também, claro - Sorriu. 
- Você tem um sorriso lindo, sabia?
- Você também, Paul.  
[...]
Após o jantar, Paul e Dak foram caminhar em uma praça perto do restaurante. 
- E então, conheci Florença, na Itália. É um lugar maravilhoso, você iria adorar conhecer, Dak. 
- Está na minha lista de lugares que quero conhecer nesta vida. Acredita? 
- Sério? E quais os outros?
- Hum... Deixa eu pensar! Paris, Rio de Janeiro, Japão... - Parou de andar - Tantos outros! 
- E se eu te convidasse para visitar um desses países? Você viajaria comigo? 
- Eu? - Paul se aproximou. 
- Sim, no final do ano. Por exemplo, quando você se formasse. - Sugeriu segurando as mãos dela - E aí? Você gostaria? 
- Acho que sim. - Confirmou fazendo-o sorrir. 
- E você gostaria que eu...
- Que você o quê?
- Te desse um beijo?

~*~
- Senhor Dornan?
- Diga, Ângela. - Jamie engoliu em seco. 
- Faça o que tem que ser feito!
- Do que está falando?
- Paul está perguntando a senhorita Johnson se pode beija-la. E ela está há três minutos esperando um sinal seu de que sim. E é o que o senhor tem que dizer, afinal, Paul parece um bom rapaz, está a fim dela e não parece um sentimento superficial. 
- É, não parece mesmo. - Cobriu o rosto entre suas mãos.
- Se ela está a fim dele e ele, a fim dela, o que os impede de ficarem juntos? Olha, eu já vi essa situação aqui com dezenas de outros alunos seus e quando é assim, o senhor autoriza o beijo, mesmo que seja no primeiro encontro oficial. 
- É, eu sei. - Engoliu em seco novamente. 
- O que está havendo com o senhor? Por que não está conseguindo autorizar o beijo como sempre faz? - Ângela questionou sem tirar os olhos do computador - Não me diga que... Se apaixonou por ela?
- Ah, Ângela... Eu acho que sim. Acho que me apaixonei de verdade pela Dak e por isso, estou com dificuldades para autorizar, para aceitar vê-la beijar outro homem.

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E agora gente?

Penúltima parte, amanhã teremos o último capítulo aqui!

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