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Uma fita cassete, era o que tinha na caixa

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Uma fita cassete, era o que tinha na caixa.

Caso eu fosse um pouquinho menos afobada, poderia ter perguntado do que se tratava por telefone e pedir para que eles me enviassem por correio.

Mas não. Eu viajei de Seul até Busan, escondida dos meus pais, dentro de um ônibus ao lado de uma senhora que roncou durante as quatro horas de viagem e de quebra ainda consegui ficar com meus joelhos doendo de ter pedalado pela cidade inteira até o orfanato.

Parabéns, Sora.

É isso o que acontece quando se faz as coisas sem pensar.

Sentada na escadinha em frente a casa em que eu estava hospedada, rodei a caixinha transparente, em minha mão enquanto a encarava. Estava escrito meu nome na parte superior da fita, com caneta permanente.

O dia já estava se aproximando de virar noite. O céu azul-claro se tornava de um azul mais escuro, o ar começava a se tornar mais frio e o casaco que eu vestia não pareceu ser capaz de me esquentar o suficiente, mas eu me sentia tão idiota, que nem aquilo me fez ter coragem de levantar e entrar para me aquecer. Eu tinha mais três dias ali e só agora percebi que não tinha mais nada para fazer.

Respirei fundo me curvando e encostando a testa nos joelhos, me sentindo boba pra cacete.

Ouvi a porta atrás de mim ser aberta e me virei para ver se era algum hóspede que precisaria passar pelo caminho onde eu estava sentada, mas vi Namjoon me encarar de cima, nas mãos um pacote de Cheetos. Ele encostou em uma das colunas de sustentação da varanda e mastigou uma porção por um tempo, encarando o céu.

— Por acaso você teria algum toca fitas disponível? — disparei, meio do nada, encarando objeto em minha mão.

— Por que eu teria um toca fitas? — Namjoon perguntou, achando graça.

— Sei lá, eu precisava arriscar. Vai que você curte. — dei de ombros. Coloquei a fita, no bolso. Namjoon se sentou do meu lado e me ofereceu o salgadinho laranja. Aceitei e mastiguei uma porção em silêncio, encarando o jardim.

— Eu até teria para te emprestar, mas minha mudança ainda não chegou por completo — o encarei surpresa, não imaginando que ele realmente tivesse um. Ele riu, também encarando o jardim. — Tem um senhor em uma rua aqui perto que com toda certeza vai ter um para te emprestar. Ele conserta coisas antigas, então sempre dou um pulo lá para ver o que ele tem de novo. — Namjoon fez a brincadeira, que me fez rir.

— Vou passar lá amanhã de manhã, então — respondi. Eu não tinha nada a perder e não ia aguentar ficar três dias olhando para aquele negócio sem saber o que tinha ali. — Eu ainda não acredito que vim de Seul até aqui por isso... — resmunguei, fazendo bico.

— Pensa positivo, Sora. Pode ser que o passado queira te mostrar alguma coisa — sorriu.

Namjoon se levantou e apertou meu ombro de leve, antes de voltar para dentro da casa.

Passado o quê...?


yesterday. today. • Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora