|RYDER|Três anos e meio antes.
Bel era pequena demais. Ela estava encolhida no canto, os bracinhos em volta de suas pernas, o rostinho enfiado entre os joelhos. Suas roupas estavam surradas, seus cabelos loiros estavam sujos, sua pele naturalmente bronzeada estava com algumas marcas de sujeira e vestígio de poeira. Seus pés estavam descalços, ao lado deles havia apenas um coelhinho de pelúcia que estava tão sujo quanto ela. Meu peito se apertou.
Meu Deus...
– Bel... – A assistente social a chama com carinho, a menininha apenas levanta a cabeça e nos encara, seus olhos se parecem demais com os do meu pai, azuis turquesa, no olhar da garotinha era perceptível a tristeza, o desconsolo. – Esse é o Ryder, seu tio. – Engulo em seco. A menininha não diz nada, mas ela me olha sem nem desviar o olhar. – Você vai finalmente sair daqui. – A mulher diz com animação, tentando tirar algum sorriso de Bel, mas falhou miseravelmente. – Ela não fala nada, nunca ouvimos a voz dela desde a morte dos pais.
Belinda Nolan é a filha da minha irmã por parte de pai. Descobri há uma semana que ela e o marido haviam sofrido um acidente de carro que infelizmente tirou suas vidas, o serviço social bateu na porta do meu apartamento, pelo visto, sou o único familiar vivo para cuidar da menininha de apenas quatro anos, caso negasse, ela seria enviada para o sistema de adoção.
Não vou mentir, eu pensei seriamente em negar, não faço ideia de como cuidar de uma criança, porra. Mas, cacete, que tipo de homem eu seria se deixasse a menina à mercê da sorte? Eu cresci sem pais, eu sei o que é se sentir sozinho e desamparado na infância, e, mesmo que eu nunca tenha nem falado com minha irmã, não posso deixar a filha dela ir para um orfanato.
– Venha querida. – A moça a chama, e depois de um tempo sendo medido pela menina, ela finalmente se move. Belinda coloca os pés no chão, quase caindo da cadeira por ser pequena demais. Bel caminha em minha direção com cautela, e assim que chega bem perto, ela simplesmente abraça minhas pernas, deixando-me atônito.
O que?...
– Isso é ótimo. – A assistente social diz, parecendo contente. Ainda estou mais perdido que cego em tiroteio. – Ela aprovou você.
– Me aprovou? – Encaro a garotinha, que continua agarrada a mim. – E agora? O que eu faço?
– Simples, senhor Ryder, cuide dela.
Três anos antes.Minhas mãos não param de suar.
Meu nervosismo deve estar saindo até pelos poros da minha pele.Porra. Descobrir que sua mãe está viva, que tenho três outros irmãos e uma avó depois de quase doze anos não é fácil.
Caralho... eles vão me aceitar?
Eu definitivamente não deveria ter atendido aquele número estranho...
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Ryder - Pronto para você
FanfictionRyder não era mais o mesmo cara, com as mesmas inseguranças e traumatizado, não era mais o cara solitário e sem família. Após um ano de terapia, ele estava empenhado em reconquistar a Grader de cabelos rosas, mas quando o noivado de Elena foi anunci...