CAPÍTULO 5

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|E l e n a|


— Como assim ele estava aqui? — Ryder ralha. Suas narinas estão dilatadas e suas mãos estão em formato de punho ao lado do corpo. Consigo ver os músculos rígidos e agora contraídos por baixo do tecido grosso do paletó.

Ele está com raiva.

— Tentou entrar no prédio, senhor.

Sinto minha barriga gelar. O medo se espalha pelo meu corpo e minhas pernas fraquejam. Sento-me no sofá, sem força para continuar de pé.
Sinto minha respiração ficar alterada, descompassada, minhas mãos tremerem e um pânico tomar conta.

Merda... de novo não. Não aqui. Se segura Elena, nada de crise, nada de crise...

— Ei... Ei.... — Ryder me chama, sussurrando. Ele está agachado à minha frente, segurando minhas mãos trêmulas. Não ergo meu rosto, continuo encarando meus joelhos.

Preciso ficar calma, vai passar... vai passar.

— Elena, eu estou aqui. — Ele murmura. — Querida, se acalme. — Seu dedo indicador vai para meu queixo, levantando meu rosto e me obrigando a olhar em seus olhos.

Os olhos dele me passam calma, segurança, paz... parece me compreender, e de algum jeito, sinto meu corpo relaxar aos poucos.
Como ele fez isso?

— Acontece com frequência? — Franzo o cenho, confusa com a pergunta. — Amor, isso foi uma crise de ansiedade. Eu sei como é. — Sua voz está calma. Seus dedos acariciam os meus. Sinto uma vontade gigantesca de abraçá-lo, de me sentir segura. — Acontece com frequência?

Apenas assinto. Noto seu maxilar travar e um suspiro pesaroso sair de seus lábios. Engulo em seco, com medo do que ele deve estar pensando.
Eu não sou a mesma Elena que ele conheceu... eu estou toda fodida.

— Não precisa mais ter medo, tudo bem? — Aperto os lábios, incerta. Ryder não faz ideia do quão podre Ezra é. — Vamos pegar esse filho da puta, é uma promessa.

— Não quero que se envolvam. Ezra é perigoso, Ryder.

— Anjo, eu também sou. — Fecho os olhos ao sentir seus dedos acariciando minha bochecha. — Eu posso ter melhorado, mas ainda sou eu. E vou protegê-la com a minha vida.

— Por que?

Abro os olhos.
Por que ele está fazendo isso por mim? Quer dizer... tanta coisa aconteceu, agora ele é pai, tem uma família... por que colocar um alvo nas costas por mim?

— Ainda não entendeu, Elena? — Nego, fazendo-o suspirar, decepcionado. — Eu te amo, continuo te amando loucamente.

Eu te amo, continuo te amando loucamente...
Eu te amo, continuo te amando...
Eu te amo...

— Elena! — Ele parece ainda mais preocupado. Seus polegares enxugam em vão as lágrimas que rolam livremente pelo meu rosto.

Ele me ama!

Há quanto tempo eu sonho com essas lavras? Há quanto tempo que meus melhores sonhos são assombrados pelos momentos daquela viagem? Por ele...
O sorriso dele. A voz dele. O olhar penetrante. Até a porra daquela marra que ele tinha.

Quanta saudade!

Jogando-me sobre ele, afundo meu rosto em seu pescoço e descarrego toda minha tristeza, alegria, medo, alívio... alívio, sim, com certeza o alívio.
Ele está aqui de novo. Eu estou nos braços dele de novo.

— Me perdoe, Elena, eu deveria ter ido atrás de você. Deveria ter feito alguma coisa... eu... — Interrompo sua fala com minha boca, colando meus lábios aos seus. Ryder demora alguns segundos para retribuir, mas assim que seu corpo relaxa e suas mãos agarram minhas coxas com avidez, sinto que pela primeira vez depois de quatro anos, meu corpo ganha vida novamente.

Ryder - Pronto para você Onde histórias criam vida. Descubra agora