CAPÍTULO 12

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|R y d e r|

Abro os olhos devagar, piscando vagarosamente até me acostumar com a claridade.

Que merda aconteceu? Parece que bati a cabeça em um caminhão e fui atropelado vinte vezes.

— A margarida acordou. — Encaro a mulherzinha de meio metro de altura, que está me olhando com seus braços cruzados e parece segurar a risada. — Como está se sentindo?

— Um merda. — Resmungo, sentando-me na cama. — O que aconteceu?

— Ah, essa história é engraçada. Não se lembra?

Forço a memória. Só consigo me lembrar de Elena em uma cama de hospital e de um médico... PUTA QUE PARIU!

— Opa, opa! — A enfermeira se coloca na minha frente quando tento sair da maca e correr atrás da minha mulher. — Parece que se lembrou. — Ela ri.

Ela está rindo? RINDO? COMO ELA PODE RIR?

— Eu preciso ver minha... porra... ela está grávida! — Murmuro. Minhas palavras saem arrastadas.

— Sim, ela está. E o senhor está muito agitado e precisa se acalmar. — Seguro a mulherzinha pelos ombros e a afasto do meu caminho enquanto saio apressado para o corredor. — Senhor!

Começo a andar, olhando para todos os lados meio atordoado ainda. Aonde está ela? Porra!

— Senhor... senhor! Volte aqui senhor!

Ignoro os chamados e assim que viro um dos corredores, encontro-a sentada em uma sala de espera com Bel em seu colo. Os dois guarda-costas estão de pé na entrada, parecendo estarem entediados.

— Elena! — Exclamo, quase correndo em direção a ela. A vejo arregalar os olhos e retirar Bel do seu calo a tempo, antes de a puxar forte contra mim e quase esmagá-la entre meus braços.

Puta merda. Puta merda. Puta merda!

— Amor... — Resmunga. — Está me amaçando. — Ela diz com dificuldade e arregalo os olhos, soltando-a e garantindo que não a machuquei. Olho para sua barriga ainda plana e franzo o cenho. — Ei.. está tudo bem? — Ela pergunta com calma, sabendo que estou insano nesse momento.

— Bem? Se eu estou bem? Eu estou ótimo! — Quase grito. — Você está bem? Tá sentindo algo? Dor? Tá tonta? Você está tonta? — Quase a chacoalho pelos ombros, sentindo minha ansiedade tomar conta de todos os meus sentidos.

— Vou ficar se continuar com isso. — Ela segura minhas mãos, parando-me. — Porra, relaxa!

— Não me pede para relaxar com uma notícia dessas, ELENA! — Sinto algo ou alguém puxar meu a barra do meu terno e olho para a pequena coisa loira que me encara com olhos raivosos. — Belinda. — Murmuro o nome da coisinha que ajudou Elena a mentir para mim por dias.

— Opa. — Ela se afasta e se esconde atrás da Pepa Pig, que agora será a mamãe pig. PUTA QUE PARIU!

— Você está de castigo por um mês. — Aponto para Bel e Elena tenta intervir, mas a paro com um sinal. Ela revira os olhos e o vira o rosto, não querendo olhar para mim.

Elena tem que aprender que a Belinda é uma menina de sete anos e que precisa ter limites. Ela não pode mentir para mim e esconder que minha mulher estava passando mal. E, além do mais, fez chantagem com os dois guarda-costas.

— Desculpe, papai. — Bel abaixa o olhar e encara seus pés. Ela está fazendo aquilo... querendo me fazer sentir pena. Hoje não.

— Desculpada. — Ela abre um sorrio e me abraça. — Mas isso não muda nada. Ainda está de castigo.

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