CAPÍTULO 4

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|E l e n a|


Minha cabeça parece que irá explodir a qualquer momento. Ouço um zumbido baixo, que a cada momento parece ficar mais alto, até que reconheço ser vozes.
Quando abro os olhos, franzo o cenho, estranhando o lugar.

Onde caralhos eu estou?

— Ah, merda! — Coloco a mão na testa, onde uma pontada forte de dor veio acompanhada de flashes de memória da noite passada.

Ezra me enforcando, olhando-me como se quisesse me matar. Ryder tirando ele de cima e o batendo, a garrafa de vodka que eu tomei da mão de um garçom logo depois... o resto está nublado, como uma núvem. A memória está aqui, mas de alguma forma, não consigo acessá-la.

Ótimo...

A porta do quarto se abre, revelando uma senhora de meia idade, muito bem vestida e com cabelos brancos perfeitamente arrumados em um coque elegante.

Ela traz com ela umas sacolas em mãos, consigo ver a marca das lojas de onde elas vieram. Consigo ler Gucci e Prada. E uma sacola menor da Victoria Secrets.

— Que bom que acordou. — A senhora sorri amigavelmente, deixando as sacolas sobre o colchão. — Espero que tenha tudo que precisa aqui. — Ela diz, referindo-se as sacolas.

— Isso é para mim? — Murmuro. — Onde eu estou? — Ela sorri, mas dessa vez de uma forma mais triste.

— Sim, senhorita Grader. O senhor Norwood escolheu a dedo cada coisa que está aqui. Acredita que se sentirá mais confortável com essas roupas ao invés das que está usando. — Ela se vira, caminhando até uma armário embutido na parede e retirando de lá duas toalhas e um roupão. — Quer tomar café primeiro ou tomar um banho? Posso preparar a banheira se preferir.

Pego a sacola da Victoria Secrets, retirando de lá uma calcinha de renda bem pequena e.... rosa. Na verdade, tenho quase certeza que é do mesmo tom de rosa do meu cabelo. Retiro o sutiã, que parece fazer conjunto com a calcinha. E parece que ele lembrou perfeitamente o meu tamanho.

Quando volto meus olhos para a senhora, ela está me encarando e parece segurar a risada.

— Disse que ele escolheu cada peça? — Ela assente, abrindo um sorrisinho malicioso. Sinto meu rosto esquentar um pouco. — E... essa casa... É dele? — Ela assente. — Esse quarto... — Deixo a pergunta no ar, mas ela parece ter entendido.

— Não, não é o quarto dele. — Encaro minhas roupas, que pelo visto, não são as minhas. Será que... — Não, quem a trocou ontem foi eu. — Ela responde meus pensamentos e solto o ar com alívio. Não gostaria que ele visse os hematomas.

Ezra resolveu que queria transar assim que cheguei da casa de Cass ontem. O desgraçado me marcou inteira. Sinto um pouco de ânsia, então é melhor parar de pensar nisso.

— A senhorita já decidiu? — A senhora pergunta, tirando-me de meus pensamentos.

— Ah, sim. Eu prefiro o banho primeiro, mas não precisa preparar nada. — Sorrio, levantando-me da cama, minhas pernas estão meio bambas. Talvez eu ainda esteja meio bêbada.

— Quer ajuda? — Apenas nego, abrindo um sorriso social. Pego uma das toalhas e o roupão, movendo-me até o grande banheiro do quarto de hóspedes.

Ryder - Pronto para você Onde histórias criam vida. Descubra agora