CAPÍTULO 11

2.8K 333 76
                                    

|E L E N A|


— Belinda, mais devagar! — Tento gritar, mas é em vão.
Ela já está longe.

Ryder está trabalhando. Eu resolvi buscar Belinda na escola hoje e passearmos no Central Park para espairecer.
Obviamente ela, como qualquer criança, correu para dentro do parque e atrás dos patos. Ela adora ficar vendo os patos perto do lago.

Sento-me em um dos bancos do parque e sinto minha cabeça girar.
Já se passaram algumas semanas desde a última vez que tivemos notícias do Ezra.
Pedi um tempo da empresa e meu pai não está me dando paz.

Óbvio que o senhor Grader sabe que há algo de errado. Minha mãe é mais discreta, mas está perguntando se eu estou bem à cada uma hora.

Meus pais quase deram uma festa quando descobriram que eu e Ezra terminamos. Minha irmã surtou, dizendo que já era hora, e Gabe, que já está no auge dos seus vinte anos e recém solteiro, também deu graças à Deus.

Realmente todos odiavam aquele crápula.

E falando no diabo, pela visão periférica, vejo os dois seguranças que me acompanham por onde eu vou. Exigência de Ryder.

Sinto meu celular vibrar no bolso e o pego. Um gelo sobe pela minha espinha ao ler a mensagem de Ivan.

"Conseguimos rastreá-lo há uma hora. De acordo com as evidências, ele está no México."

Meu corpo relaxa e meus ombros caem.
Ao menos ele está longe.

Pedi ao Ivan para que nos ajudasse a pegá-lo, Ivan não perguntou o motivo, apenas concordou de imediato. Óbvio que eu sei que ele está se mordendo de curiosidade, mas achei melhor manter segredo por enquanto.

Com certeza Ivan surtaria e me obrigaria a ir me esconder na Rússia enquanto ele colocaria fogo nos Estados Unidos.
Além de que, fofoqueiro do jeito que é, ele contaria para Alexsandro e Margarita, aí a coisa ficaria feia por aqui e odiaria chamar a atenção da mídia.

Se por algum acaso Ezra souber que a máfia está atrás dele, provavelmente soltaria as informações que tem à respeito de todos nós.
E, claro, meu pai seria o primeiro a se voluntáriar para matá-lo e eu não quero ter um pai com ficha suja.
Já basta meu namorado.

— Olha, olha! — Bel vem até mim, mostrando-me a pequena borboletinha que pousou em sua cabeça.
Mas não dura muito.
A borboleta bate suas asinhas, voando para longe de nós. Belinda acompanha seu voo com o olhar, sorrindo de orelha à orelha.

— Ela deve ter gostado de você. — Digo para ela, que agora está sorrindo fraco para mim. Belinda se enfia entre minhas pernas e segura meu rosto com as duas mãos.

— Está melhor? — Ela sussurra, provavelmente para que os guarda-costas não nos ouçam. — Ainda está tonta?

— Só um pouquinho.

Faz alguns dias que ando tendo muitas tonturas, normalmente depois de fazer algum esforço. Acho que aquele chá que a Margot anda me dando está me fazendo meio mal.
Descobri ser chá de alfafa, que é ótimo para aliviar o estresse e a ansiedade. Mas devo estar tendo algum tipo de efeito colateral.
Ando tomando muito essa coisa.

— O meu pai vai descobrir, Elena. — Belinda está me ajudando a esconder esse... mal estar que ando passando, do pai dela.

Motivo? Não quero preocupá-lo.
Ryder já está explodindo de tanto estresse e não quero dar mais um motivo para preocupá-lo, além do mais, é apenas isso, um mal estar.

Ryder - Pronto para você Onde histórias criam vida. Descubra agora