Nota do Autor: Meu amigo morreu agora vou fazer isso ser um problema de todo mundo.
A noite era fria e totalmente escura, poderia ser uma noite tranquila para Gláucio, o segurança do Zoológico, que lia uma revista de fofoca que havia roubado da esposa, esta revista que o mesmo vivia reclamando para sua esposa que gastava seu dinheiro com coisas estúpidas. Suas pernas estavam levantadas na mesa e ele não tirava o rosto da fofoca mais quente do momento (ou que ele acreditava que fosse) o qual uma atriz genérica, de um estúdio de TV genérico, havia comprado briga com outra rede de televisão, também genérica.
A sua frente várias câmeras das selas dos animais apareciam na sua frente, mas óbvio que ele não estaria focado em um bando de bichos dormindo pacificamente, porém, se Gláucio tivesse sido mais cuidadoso perceberia que a câmera número um que deveria ter um canguru, não tinha nada. E que a câmera número quatro onde deveria ter um coala também estava vazia, e não só isso, mas a câmera número sete que deveria ter um tigre estava igualmente vazia, assim como as demais. Um tigre não cria asas e sai voando por cima das barricadas altas de aço que o mantém preso, não era uma cena que se via todo dia e então, apenas quando todos os animais das celas haviam sumido, o alarme foi disparado. Gláucio pulou da cadeira mandando sua revistinha para longe e encarando a tela das câmeras com olhos bem aberto, aquilo era impossível, Gláucio nunca tinha visto isso nem em seus 27 anos de serviço, nunca os animais de seu zoológico haviam sido abduzidos, claro que houve o caso do garoto com a píton andando livremente pelo lugar, mas não o zoológico inteiro. Gláucio havia retirado os sapatos e pelo susto nem lembrou de calça-los, então apenas saiu do seu pequeno cubículo com suas meias de girafa e sua lanterna.
☼
Do outro lado do zoológico perto da casa das cobras uma mulher alta, vestida toda de preto e parte do seu cabelo castanho volumoso escondido dentro de um gorro, com um coala abraçado em seu dorso se preparava para jogar uma pedra e quebrar o vidro grosso, ela se concentrava em mirar no melhor ponto de impacto que quebraria o vidro inteiro de uma vez, teria apenas uma chance para o vidro não machucar os pobres animais ali dentro, toda a sua concentração estava focada no vidro, nada poderia tirá-la daquele estado. Até que um raio amarelo de energia para bem ao lado dela.
— Gláucio acabou de sair das câmeras — disse o homem próximo do ouvido da amiga.
E toda a concentração que ela havia juntado para aquele momento foi quebrada pelo susto, derrubando a pedra bem em cima do pé do colega.
— Ai! Caralho! Gaia! — esganiçou o homem se contorcendo no chão com o pé machucado próximo a si, se ele fosse um humano qualquer com certeza todos os ossos do pé estariam quebrados, porém devido ele ser uma Chamado a dor se concentrava na mesma proporção de bater o mindinho na quina do móvel, que era igualmente horrível.
— Porra Júpiter, bem feito, quem mandou me assustar — respondeu Gaia pondo a mão no coração e respirando fundo agradecendo que seu coala estava tranquilo e não tinha sofrido de nenhum susto.
— Agora a culpa é minha? — indagou incrédulo.
— Sim, seu pé duro feito bigorna quebrou a rocha que eu ia usar — indicou para a pedra partida ao meio que com o impacto havia sido repartida.
— Sabe que tem uma espada que fura qualquer coisa bem nas suas costas, né? — apontou para as costas de Gaia onde o cabo da espada coberto de cipós aparecia.
— Ah! Verdade né! — riu Gaia se virando novamente ao vidro.
Assim que desembainhou a katana a manteve próximo ao seu rosto, fechando os olhos e respirando fundo, ao redor as plantas do lugar mexiam sua folhas freneticamente, o que era estranho devido o lugar fechado e sem entrada de ar, em poucos segundos a ponta da espada atingia o vidro e o quebrava em milhões de caquinhos, deixando os animais lá dentro livres para escapar.
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Os Heróis Que O Mundo Esqueceu
FantasyQuando em um dia comum a vida mundana e monótona é inundada no terror e destruição, medidas drásticas são necessárias a serem tomadas. Não se sabe de quem foi a ideia brilhante em dar à um jovem grupo de sobreviventes habilidades inimagináveis traze...