Nota do Autor: Eles são imortais e são cheios de traumas, o que vocês esperavam?
As lâmpadas dos lustres brilhavam naquela noite calma, o restaurante estava lotado, ou pelo menos, quase, e como todo restaurante uma criança chorava, outra tinha se sujado com molho, e os garçons fingiam que não tinham clientes ou pelo menos tentavam, a cozinha fervia para entregar os pratos corretamente e a doce música dos violinos compunham uma doce melodia naquela noite em Paris, digo, Paratis.
Contudo, seja pela antipatia, seja pela frieza, ou porque realmente ninguém ligava para o que a mesa ao lado fazia, nem uma alma havia notado quando um grupo de sete pessoas, vestidas de forma extravagante totalmente diferente do comum, apareceram sentados em uma das mesas mais ao fundo.
Os Chamados encararam seu entorno com os olhos arregalados não entendendo onde exatamente estavam.
Eles se encararam, todos sentados naquela mesa redonda bem decorada com um arranjo de flores e velas no centro. Ficaram surpresos por onde acabaram parando, mas pelo sotaque das frases nas outras mesas, o aroma requintado da comida, a moeda mais valorizada que o Real mesmo depois de 500 anos (algumas coisas nunca mudam) e a antipatia dos garçons, só podiam deduzir uma coisa, França.
- Isso é... Curioso no mínimo - comentou Ártemis olhando ao redor.
- Anúbis quer que a gente encha a pança primeiro? - questionou Gaia fitando a cesta de pães.
- Não tenho idéia, o que fazemos? - perguntou Loki.
- Damos o fora - falou Umbra se levantando mas trombando com o garçom que estava ao seu lado.
- Bonsoir - retrucou o garçom o fitando do alto - Gostariam de fazer o pedido? - disse com frieza (óbvio que traduzido é isso, mas leiam com um sotaque francês bem aparente).
- É... - Umbra quebrou, fitou o grupo ao lado que o olhava sem indício de ajudar em nada e ele voltou a atenção ao garçom - Não! - recusou com o melhor francês rebuscado que sabia falar - Ficamos 20 minutos esperando qualquer consideração em nos atender, mas a incompetência de serviço foi a única coisa que recebemos - falou pontuado e sério - Estamos nos retirando para qualquer quitanda de esquina que sem dúvidas é melhor que essa espelunca, vamos! - e virou as costas.
O resto do grupo o seguiu, Gaia teve que puxar Júpiter quase obrigado pois ele não largava a cesta de pães, seguiram rapidamente para fora do estabelecimento, um dos garçons deu um tapa na nuca do ou garçom mais mal educado, reclamando se não tinha visto as jóias do vestido de Iemanjá. Umbra seguiu caminho rápido, travou ao chegar do lado de fora ao ter a atenção das pessoas que passavam pela rua, uma vez que pareciam ter saído de um circo devido as roupas espalhafatosas, Umbra sentiu vontade de partir aquela pedra de Ártemis que os teletransporta nos piores momentos; ele correu até o beco mais próximo, para sua sorte estava vazio mas não ficou satisfeito com os ratos que passaram.
- Estamos no centro de Paratis? - perguntou Ares.
- Tá super diferente! - exclamou Júpiter impressionado.
- Na minha época isso era tudo mato - comentou Gaia.
- Será que dá tempo de ir ver a torre Eiffel? - perguntou Iemanjá.
- Pessoal por favor, mantenham o foco - Interrompeu Loki - Não teremos tempo de ver nada se Anúbis destruir esse lugar primeiro.
- Está certo, não temos tempo, sabemos onde será a batalha, só falta irmos até ela - concordou Ártemis - Isso me lembra que preparei algo para nós.
Do bolso da calça ela tirou oito pulseiras finas, com uma corrente de prata e uma pedra diferenciando cada uma, a verde era uma bonita esmeralda presa nela, está era pertencente a Gaia, o qual Ártemis não esperou que perguntassem o que era para entregar a cada um a sua respectiva. A pulseira de Iemanjá era uma safira em formato redondo, a de Ares uma rubi quadrada, o de Loki uma bismuto colorida em quadrados unidos pequenos, o de Júpiter era uma pepita de ouro, de Umbra um cristal de ametista e de Ártemis uma opal oval. Gaia notou quando o Chamado da Lua guardou uma pulseira com uma pedra alaranjada, que ela reconhecia ser uma sardonyx, deduzia que seria para Rá e deixou escapar um leve sorriso, Ártemis continuava com a mania de fazer algo para todos eles, mesmo para aqueles que não estavam ali.
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Os Heróis Que O Mundo Esqueceu
FantasyQuando em um dia comum a vida mundana e monótona é inundada no terror e destruição, medidas drásticas são necessárias a serem tomadas. Não se sabe de quem foi a ideia brilhante em dar à um jovem grupo de sobreviventes habilidades inimagináveis traze...