Descobrindo o Amor

Capítulo 1

*Alejandro Javier*

03 de Janeiro. Dias Atuais.

São 05:00 AM. Saio correndo pelas ruas de Madrid.

O vento gelado do inverno bate em meu rosto. Sinto meu nariz congelando, mas não paro de correr.

A cidade ainda está acordando e eu já estou de pé á uma hora. Não tinha por que eu ir para a empresa tão cedo, minha primeira reunião só acontecerá as 08:30 AM.

O som da música "Back In Black" de AC/DC, toca em meus fones de ouvido, a letra dessa música me representa. Passo por algumas poucas pessoas que estavam seguindo seus caminhos.

Depois de uma hora de corrida, volto para meu apartamento no Bairro do Retiro, uma área privilegiada de Madrid.

Passo pelo porteiro e vou direto para o elevador. Quando entro no meu apê vou para o chuveiro, tomo uma ducha demorada e visto meu terno. Vou para o estacionamento do prédio e entro no meu Aston Martin DB9, um dos meus carros favoritos, da cor preta. Dei folga para meu motorista hoje. Sigo o caminho da empresa Javier Company, sou o CEO das indústrias Javier desde que meu pai resolveu se aposentar quando eu completei 26 anos. No meio do caminho recebo uma ligação do Pablo Medina, meu amigo e também meu sócio. Atendo a chamada pelo botão que fica escondido no volante do carro.

-Pode falar Pablo.

-E aí, Alê? Vai demorar muito para chegar?

-Não, por quê?

-Temos que resolver uns assuntos, Você, eu e Marco.

Marco era outro sócio e amigo, e irmão do Pablo.

-Que assunto? –Perguntei.

-Uma chance de expandir nossos negócios.

-Está falando da proposta dos japoneses?

-Sim. Mas conversamos melhor quando você chegar.

-Está bem. Chego em alguns minutos. –Falei e desliguei.

*Maitê Sánchez*

Eu estava pronta para ir trabalhar. Meus cabelos castanhos estavam presos em um coque bem arrumado. Estava vestindo uma saia lápis bordô e uma camisa social branca de mangas curtas. Nos pés um salto alto preto e no pulso um relógio Rolex de ouro rosé.

Eu estava na cozinha fazendo um café bem forte para começar meu dia quando o celular tocou.

-Oi, pai. –Falei animada.

Conversava com meu pai quase toda semana, ele mora no Canadá desde que comecei a faculdade. Ele é um dos engenheiros mais famosos de lá.

-Oi, minha filha. Está ansiosa para seu primeiro dia?

-Muito, pai. É um sonho trabalhar nas Indústrias Javier.

-Fico feliz, meu amor. Sua mãe estaria orgulhosa de você.

Minha mãe faleceu em um acidente de carro 10 anos atrás. Eu estava dentro do carro com ela no dia. Depois do acidente eu tive acompanhamento psicológico. E recebi muito dinheiro com a indenização, não que eu precisasse. Nenhum dinheiro do mundo iria trazer minha mãe de volta.

-Espero que sim. –Falei sorrindo, mesmo sabendo que ele não iria ver. –Tenho que ir pai, não posso chegar atrasada.

-Tá bom. Boa sorte no seu primeiro dia, amo você.

-Obrigada, também amo você.

Encerrei a chamada, bebi o café rapidamente e pequei minha bolsa que estava no sofá. Tranquei a porta e andei em direção ao elevador.

Moro no Bairro Salamanca, um lugar com vários prédios históricos misturados a lojas de luxo. Aqui é ótimo para quem gosta de moda. Também tem vários restaurantes e bares ideais para um happy hour.

Chamei um taxi e dei o endereço do meu mais novo trabalho. Eu serei a secretária do Sr. Javier. Estudei secretariado porque realmente gostei da profissão, trabalhei com meu pai quando ele ainda morava em Madrid e foi quando descobri o que queria estudar.

-Chegamos senhorita.

-Obrigada. –Agradeci e paguei a corrida.

Olhei para o prédio, era gigantesco. Em meus 26 anos de vida, nunca pensei que iria trabalhar em um lugar tão grande.

Respirei fundo e entrei. Todas as pessoas eram bem vestidas. Óbvio, eu estou em uma das maiores e melhores empresas de energia renovável do mundo. Não podia esperar menos.

Fui até a catraca e encostei meu crachá no leitor para poder passar. Acenei com a cabeça para os seguranças e fui para o elevador. Quando as portas se abriram eu fiquei chocada. O elevador era grande, revestido em um tom de dourado, um espelho impecável com uma barra em baixo que acredito ser de ouro ficava nas três "paredes". Entrei e apertei o botão do andar presidencial.

Quando as portas estavam quase se fechado um homem entra correndo. Ele estava com um terno azul escuro de risca de giz. Seus cabelos eram negros como a noite. E o terno não disfarçava seus bíceps. Com certeza ele malhava.

Ele pousou seu olhar em mim. Seus olhos eram como diamantes negros.

-Bom dia. –Falei baixo.

Ele respondeu com um aceno de cabeça e virou-se para frente.

O ar parecia energizado. Não sei quem é esse homem mas ele exalava confiança e poder, impunha respeito só com sua presença.

Meus batimentos estavam acelerados. Fechei os olhos e respirei fundo. Quando a porta do elevador se abriu o desconhecido me deu passagem primeiro. Dei um sorriso de agradecimento.

Quando cheguei em minha mesa uma voz grave me fez congelar.

-Você é a Srta. Sánchez? –O desconhecido perguntou.

Virei para ele.

-Sim, sou eu.

Ele assentiu.

-Passe na minha sala em 10 minutos, quero que leia a agenda do dia de hoje. –Falou sério.

Então ele é o Alejandro Javier?

-Sim senhor.

Ele foi em direção a grande porta de madeira que ficava a alguns metros de frente para minha mesa e entrou.

Soltei o ar que nem sabia que estava segurando.

Liguei o computador, guardei minha bolsa e procurei a agenda com os compromissos do Sr. Javier. Só de pensar em entrar naquela sala, minha boca fica seca.