Descobrindo o Amor

Capítulo 27

*Alejandro Javier*

Junho de 2013, Agora

Não vejo Maitê desde janeiro. 

Estou me afundando no trabalho e na bebida. 

Todos esses meses eu evitei conversar sobre o término. 

Minha família tentou conversar comigo.

Eu não quis.

Eles não acreditam que ela tenha me traído.

Eu também não acreditaria se não tivesse visto as fotos. 

Eu amava Maitê. 

Ainda amo. 

Amo tanto de dói.

Sinto falta de sua voz, de seus toques e de sua presença. 

Merda, eu sinto falta até dos detalhes mais banais. O jeito que ela adorava dançar, amava a música... 

Sinto falta até do jeito que ela segurava a xícara de café, com as duas mãos. 

Eu fico pensando, e se eu estiver errado? 

E se ela não tiver me traído? 

E se tudo isso não passou de um mau entendido? 

E se tudo isso for só um pesadelo? 

São tantos "e se" que nem tem como contar.

As vezes penso que eu poderia perdoar, que eu poderia conviver com a traição, porque eu amo demais a Maitê e não estou sabendo ficar sem ela. 

Eu poderia amar por nós dois. 

Mas ai eu lembro que não posso amar por dois. 

Lembro que não é assim que a vida funciona. 

Lembro das dúvidas...

Ela realmente me traiu?

Nas primeiras semanas de trabalho eu evitei Maitê. Ela a todo custo tentou conversa comigo, mas eu nem sequer vi ela. Quando eu sabia onde ela estava eu mudava o caminho. Até que ela se demitiu no começo da terceira semana. 

Ela deixou a carta de demissão em minha mesa junto com um bilhete. 

"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito". Essa frase é de Shakespeare, mas se encaixa no que eu sinto agora... Eu não consigo suportar o seu silêncio, as vezes eu gostaria que você simplesmente olhasse na minha cara e gritasse comigo. Eu suportaria isso. Mas ser ignorada não. Isso eu não suporto. Eu te amo demais, amo tanto que seu silêncio está me matando. Por isso eu me demito. Está entendendo Alejandro? Eu me demito seu cretino filho da puta, eu te odeio por não confiar em mim. E eu me odeio por ainda te amar mesmo depois de suas palavras duras. 

Meses... Esse mês completa 6 meses sem vê-la. 

Dói...

*Maitê Sánchez*

  Ainda dói. 

Hoje é o primeiro dia de junho. Mais um mês sem Alejandro. Até quando vai doer? 

Eu descobri que ficar sem fazer nada é pior... Me faz lembrar, e eu não quero lembrar. Não converso com Daniel faz tempo. A última vez foi quando ele me pediu para ir me encontrar com ele no ano novo. Mas eu não tenho certeza se foi com ele que eu conversei. 

Não estou preocupada. Não é incomum ficarmos meses sem nos falarmos. É mais comum quanto parece. Mês que vem ele volta da viagem. Antes dele ir para o aeroporto ele havia me falado que quando voltasse passaria aqui em casa. 

Eva e Nayara tentaram me animar. Mas não tiveram tantos resultados. Eu contei para elas tudo o que aconteceu, em detalhes. 

Hoje eu tomei uma decisão. 

Vou para Ibiza. 

Pois é. Clichê. 

Vou viajar para Ibiza e afundar minhas magoas em bebidas e festas. E claro, vou aproveitar para pensar. Preciso descansar. 

Já avisei para as meninas que eu estou saindo de viagem. Elas entenderam e até me apoiaram, falaram que eu precisava de novos ares. 

E eu concordo com elas.

Arrumei minhas malas e peguei um táxi para o aeroporto. A passagem foi cara por ter sido comprada de última hora, mas sinceramente? Não me importo. Tudo o que eu quero é sair daqui. 

Ibiza, aí vou eu.