Há algo de errado acontecendo com Ravena. Sua maior preocupação na vida era frustrar-se internamente ao ver seus melhores amigos desaparecerem e sua paixão de infância se distanciar cada vez mais. Mas tudo muda da noite para o dia: Ravena está mais...
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As previsões estavam certas e isso me deixava extremamente angustiada. Jacob não fora à escola não somente na segunda-feira. Ele simplesmente não deu as caras em nenhum dia que se seguiu sem a menor explicação. Não que eu estivesse contando com um memorando direcionado a mim, é claro. Não que ele mesmo tivesse me prometido me contar caso Sam Uley tivesse chegado até ele. Não que...
E eu tentava me convencer que as faltas dele me incomodavam apenas pelos assuntos que Nick, Leah e eu tentávamos desvendar, e não por... Por eu ter os meus motivos particulares. Tudo em vão.
A semana terminou à medida em que a minha paciência também se esgotava; pensei no que Leah faria no meu lugar. Ela era muito mais inquisitiva e assertiva e certamente já teria encontrado respostas melhores. Tudo que Nick e eu conseguíamos eram mais e mais perguntas que não éramos capazes de responder; ele tinha um talento especial para desenterrar caixas de Pandora que eram impossíveis de se fechar e que nem sequer tinham esperança lá no fundo. Assim era difícil lidar com o mistério que nos rondava.
Eu também começava a ficar mal acostumada. Minha mãe notou que era a segunda vez seguida que eu tinha um "compromisso" num sábado à noite, mas não me questionou. Depois de meses reclusa em casa assistindo todo o catálogo da Netflix talvez ela estivesse um pouco aliviada que eu respirava ares diferentes. Eu me sentia igualmente satisfeita.
Naquela noite não tínhamos um plano, mas Nick queria andar de skate de novo - e dessa vez sem interrupções. Dirigimos pela costa desde First Beach até avistarmos James Island. No meio do caminho eu tirei da mochila o meu presente improvisado, mas com bastante carinho. Nick se permitiu tirar os olhos da estrada e ergueu as sobrancelhas, surpreso, ao ver dois enormes cigarros enrolados à mão e um isqueiro de prata com suas iniciais gravadas.
- Uau! - ele quase engasgou e soltou a mão do volante. Não contive o sorriso e precisei morder o lábio para não exibir uma expressão entusiasmada até demais. - Tem certeza que esse é o meu presente? Eu mereço mesmo?
- Não vou me importar se você dividir um deles, é claro - dei ombros e me acomodei no banco do passageiro enquanto ele voltava a atenção para a rodovia.
Coloquei a base branca de um cigarro na boca e acendi o isqueiro a uma distância segura. No mesmo segundo Nick soltou uma risada incrédula.
- Agora? - ele perguntou no que parecia ser um grito, mas o sorriso brincava no canto dos seus lábios.
Assenti que sim enquanto puxava o primeiro trago de olhos fechados. Ignorei o cheiro enjoativo da erva que estava especialmente mais forte naquela noite e estiquei a mão na direção dos lábios de Nick. Ele, no entanto, hesitou.
- Não se preocupe - eu o tranquilizei com a minha voz serena de uma maneira que não achei que fosse possível. - La Push não tem nem polícia. É só a Patrulha Florestal.
