Raposa Ou Ovelha: Escolha Qual Quer Ser.

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Sasuke sentia o estômago queimar na medida que seus pensamentos desastrosos surgiram. O gosto amargo da ansiedade de fato era mais forte que o próprio café recém servido, e ele tem total ciência que todo esse medo não vai salvá-lo.
O medo do amanhã aprisiona as pessoas em uma caixa de fósforos, podendo ser menor ou maior, e isso deixa bem claro que não passamos de um resultado do acaso, engolidos por nossa própria cabeça. Sasuke agora se vê em uma situação que irá definir o futuro, e sim ele tem fobia de acordar um dia morto pelo arrependimento, fará diferença? Não!
As mãos trêmulas, o rosto sem uma circulação sanguínea correta, o coração sobrecarregado, a respiração de um atleta em pleno treino. Assim ele foi para a casa, esperando do fundo da alma um desfecho "bom". Em uma uma mão estava a pasta preta e na outra a chave para destrancar a porta do apartamento, de início parecia tudo normal, mas... foi só ele firmar o pé no chão que Naruto segurou o ombro do amigo:

— Sabe o que mais admiro em você? _ entregou uma taça transbordando de vinho para o amigo. _ Sasuke, você NUNCA tem dúvidas do que deseja, vai até o fim buscar seus sonhos. Nesse exato ponto somos incrivelmente parecidos.

— Por que tá dizendo isso?

— Chegou a hora, aquela hora meu caro amigo _ cumprimentou com longos tapas nas costas. _ Naruto esbanjava um sorriso social, o tempo todo. Não precisava ser especialista e entender que aquele mesmo sorriso era falso, _ somente agora me dei conta: eu nunca disse o quanto você é importante pra mim. Você limpou todas as merdas que eu fiz sem reclamar, agora olha só para nós... dois completos desconhecidos. E a pergunta que não quer calar: quem é esse desconhecido na minha frente?!

Sasuke apoiou a taça em cima da mesa de centro. A aura de Naruto exalava raiva, como se tudo em volta dele queimasse. O Uchiha buscou coragem para pensar e entender que havia chegado o momento de cortar os laços com o Uzumaki, ele sentiu essa necessidade de acabar logo com tudo, conseguindo finalmente a tão sonhada paz de espírito.

— Onde quer chegar com todo esse diálogo sem sentido? _ Sasuke questionou, evitando um contato visual.

— Está bem. Melhor irmos direto ao assunto _ gesticulou com o braço. Naruto representou uma atuação barata, seu objetivo era nitidamente mostrar seu descontentamento com as atitude do Uchiha. _ Vou ser direto como desejou: desde que meu pai vem me treinando para assumir a empresa, confiei em você, não apenas por ser meu único amigo, mas também por ser alguém digno de confiança. Então... mentiu para mim, por quê?

Sasuke congelou no tempo, em volta tudo parecia girar e denegrir sua imagem. Por mais que ele tenha imaginado e treinado o que falaria para Naruto, nada de fato se compara ao real momento em sí. - Ele estava ali, parado e ao mesmo tempo queimando. Fugimos constantemente de nossos destinos, mas o que muitas pessoas esquecem é: que não importa qual caminho você escolha, ficar parado sem decidir qual escolher também é uma escolha. Sasuke resolveu esperar o caos explodir, e agora olhe só para ele... Miserável e patético. - O imprestável Uchiha apertou um dos pulsos na tentativa de acalmar sua respiração:

— Hã, eu realmente não sei do que está falando. Devia largar a bebida, isso já está afetando seu cérebro.

Uma garrafa voadora estourou na parede da sala, arremessada por Naruto:

— NÃO MENTE PRA MIM.... SEJA O AMIGO QUE EU CONFIEI E ME DIGA A VERDADE _ os gritos ecoaram no cômodo. Uzumaki tacou os cartões aos pés de Sasuke _ e isso? Será que a bebida fez eu não ver o limite de crédito?

— O que tem de errado com o cartão? _ Sasuke sentou-se no sofá, apático.

— Há um tempo atrás você veio até mim, disse que precisava da minha autorização para trocar de banco, disse que precisávamos de mais segurança no património da empresa.
Você sabe que eu sempre fui contra a desconfiança do meu pai sobre vocês. O caro que mais amo e admiro na face da terra depois do Minato é você, e eu me recuso a acreditar que você seria capaz de me roubar.

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