Juro, era possível ouvir o destino soltar uma gargalhada exagerada, incrível como tudo ali parecia uma cena dramática de um cenário teatral, faltou alguém fechar as cortinas para o segundo ato. Uma cena incomum se formou naquele estabelecimento frequentado pela classe média, algo anormal. Kushina engolia a máquina de cartão com os olhos. Naruto era o mais confuso porém foi o primeiro a tomar uma atitude, jogou na mesa algumas notas de dinheiro:
- Deveriam arrumar essa porcaria de máquina _ sugeriu enquanto "arrastava" sua mãe para fora daquele constrangimento. _ Francamente...
Já um pouco distante da loja, a ruiva parou de seguir Naruto. Retirou da bolsa três cartões de limites inimagináveis para certos mortais como nós.
- Preciso pedir novos para o banco...
- Mãe, _ rosnou o Uzumaki herdeiro _ esses cartões foram renovados há menos de um mês. Além disso são de um material exclusivo que evita fraudes. Se nem mesmo o de platina passou o problema vai além do banco.
- Isso signifi...
- Isso significa que houve algo na empresa que certamente não fui comunicado.
Isso meus irmãos foi o estopim para um confronto que entrará para a história na vida de Naruto, o início da queda de um anjo já caído. Coincidência ou não o céu se fechou.
Kushina tirou a mão do coração para se segurar com cuidado nos braços do filho, pobre mulher, o jeito é esperar para ver se o destino irá poupar-te da tempestade que se aproxima. Hum, infelizmente sabemos a resposta.##########################
No covil de corvo traiçoeiro mais estiloso de Tokyo Sasuke desligou o chuveiro depois de um banho quente. Caminhou até o quarto de toalha amarrada na cintura. Antes mesmo de vestir a última peça de roupa desviou a atenção para a sacada, a visão do pôr de sol conseguia roubar aqueles olhos negros.
Tons laranjas e vermelhos penetrantes furavam a alma do jovem, - podemos chamá-lo de o grande aprendiz: Sasuke, o destruidor de vidas. Fica a dica - aquelas cores misturadas pareciam tomar conta do mundo, como se não fosse haver outro tom. O pequeno corvo sentou-se na cadeira da sacada contemplando o show da natureza. - Nada na vida parecia ter sentido desde o momento em que decidiu tomar parte dos planos de Fugaku, as escolhas que ele fez atormentava em forma de pesadelos terríveis. Por inúmeras vezes ele tentou imaginar como poderia ser a reação de Naruto ao descobrir tudo, porém a vida tem o dom de quebrar todas as nossas expectativas, isso será provado em breve.-Em algum momento de seus devaneios que não pode ser identificado ele sorriu, o tom de rosa do céu lembrou uma certa atendente desajeitada. Nada melhor que conversar com alguém fora daquele mundo caótico, foi com esse pensamento que ele pegou um moletom e a chave para enfim sair de casa.
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A transição do dia para a noite também chamou a atenção de Hinata, sem deixar de lavar a louça ela curtia o fim de tarde. Um por um os copos e pratos foram lavados e secos.
Até mesmo a espuma na louça refletia a palheta de cores do céu; quando de repente algo estranho aconteceu: gotas incolores que não faziam parte do script desceram. - A felicidade verdadeira dura eternamente mesmo dentro do prazo de um minuto, já a felicidade forçada não tem esse dom. Uma hora nos perguntamos o porque de fingir estar feliz, a ficha cai junto com as lágrimas. - Hinata largou a pia incompleta e saiu sem rumo para a rua, o apartamento pareceu um lugar pequeno de mais para respirar.- Mas que... inferno _ reclamou com o chão _ , essa agonia não me deixa em paz.
Uma breve apresentação dos pensamentos de Hinata: " o que fazer para as contas serem pagas esse mês?", " como criar essa criança sem um real no bolso?, " qual o sentido de continuar lutando?". Perdoem, ela é uma simples mortal com problemas mortais, nossas preocupações tendem a se repetir ao longo da vida.
Ela chegou no destino depois de caminhar durante uma hora, de pés cansados entrou na conveniência onde Sakura trabalha. Esperou paciente a amiga atender um cliente, um segundo depois do idoso deixar o local Hinata correu para os braços:
- Tudo o que você me alertou é verdade.
- Do que você tá falando? _ Sakura indagou.
- Eu não sou capaz de administrar tudo que tá acontecendo.
- Eu nunca disse isso Hinata. Apenas pedi para não tentar resolver tudo sozinha, mas você nunca me escuta.
- E tem diferença?
- Perai, não.. agora você tá me confundindo _ Sakura puxou um banquinho para trás do balcão de atendimento _ . Senta aí.
- Eu queria muito ser essas pessoas que não fica pensando no que vai acontecer _ sentou-se _ , mas até mesmo lavando a louça me passa pela cabeça que um dia pode chegar a nos faltar água.
- PARA COM ISSO!
- Huhum _ Sasuke chamou a atenção coçando a garganta _ , devia ouvir sua amiga.
As duas trocaram olhares enquanto o rapaz se aproximou de uma máquina de café expresso.
- Ah, me desculpem. Não quero me intrometer, só vim pegar um café e ficar sentado ali no cantinho avaliando alguns documentos _ apontou sorrindo para a última mesa do local _ , fiquem à vontade.
Sakura ajeitou o uniforme e crachá, saiu sem jeito de trás do balcão para entregar o cardápio ao rapaz:
- Bem-vindo.
- Obrigado. _ Sasuke esbanjou outro sorriso.
Embora o clima se normalizou rápido para o alívio dos três, ele não estava satisfeito, o jovem Uchiha esperava encontrar Sakura sozinha . - Mas não se engane, ele não é o Naruto, pensamentos libertinosos passam bem longe. Tudo não passava de um desejo para desabafar.- A conveniência se localiza um pouco fora de mão para pessoas acostumadas com lotações, por isso raramente Sakura fica sufocada com o tanto de clientes, no caso dela o difícil mesmo é combater o sono durante a madrugada.
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Naruto adentrou o apartamento do pequeno corvo sem sequer bater na porta. O loiro foi de cômodo em cômodo gritando:
- Sasukeeee..
O desespero era tanto que ele chegava a ofegar de tanta raiva, ali já haviam se formado várias paranoias em sua cabeça - mal sabe ele que de dez, nove são verdadeiras. - Alguns xingamemtos depois finalmente pegou o celular do bolso.
- Inferno.
Tentou três vezes até discar certo o número do "amigo" - inferno? Oh não querido primata, isso para você ainda é o paraíso. Diferente de Hinata seu inferno terá sete camadas. Cruel não, trabalho com estatísticas e não com probrabilidades. - Sentou-se no sofá como se tudo ali no local pertencesse aos Uzumakis.
- Ele só pode tá de brincadeira com a minha cara _ reclamou tocando a tela do celular _ , até parece que tenho tempo livre.
De dentro dali era possível notar o vento empurrar com força os galhos das árvores secas, pareciam sugar o resto de vida que elas ainda tinham. Naruto tremia as pernas inquietas, com muito custo buscou uma garrafa de whisky e um copo médio para saborear; e assim ficou ali largado, apenas aguardando Sasuke.
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Depois de duas horas, Hinata se despediu de Sakura alegando que conversariam melhor em casa, a rosa apenas concordou que era o melhor a fazer. Foi possível notar um sorriso de canto nos lábios do Uchiha assim que a morena saiu pela porta. Sasuke engoliu rapidamente o resto de café na intenção de exigir o quanto antes outro:
- Pode por favor me trazer outro... _ o entusiasmo mudou drasticamente para apavoro assim que viu inúmeras ligações de Naruto. Manteve o copo no ar até Sakura se aproximar e exigir a continuação da frase _ café....
- Como quer?
- Café... Não, digo: o que você escolher tá ótimo _ com as mãos trêmulas discou o número de Itachi _ . Eu falei para esperar... custava esperar?!...
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NoW
FanfictionQuer saber de uma coisa ? Ninguém volta no passado ! Tão óbvia e clara essa resposta quanto uma água cristalina , ou seja , sem nada a esconder principalmente alguma mentira . Mas acredite ! Por mais clara que seja essa resposta , cegos pelo desejo...