4. Eu apenas gritei.

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Melody
No outro dia estava chovendo, eu me levantei da cama e fui até a janela me apoiando na mesma e sentindo o cheiro, aquilo dava uma sensação de paz e tranquilidade... Mas a imagem do Allan segurando aquela vela me fez pensar no que aconteceu com ele, eu realmente queria saber o porque ele fica tão na dele, mas não quero ser inconveniente.

Sai do quarto, e deci as escadas, ainda estava chovendo muito, eu me sentei na mesa e comecei a preparar meu café da manhã, logo depois que me sentei na mesa Allan se sentou na cadeira que estava na minha frente, eu fiquei olhando pra ele enquando eu comia e via ele preparando o café pra ele, ele olhou pra mim sem esboçar nem um sentimento, e ficou me encarando eu fiquei um pouco desconfortável com a forma que ele estava me olhando, parecia que ia me agredir a qualquer momento, e eu de vez em quando olhava pra ele para saber se ele ainda estava me olhando e ele estava.

Eu queria saber o porque ele estar me olhando assim, eu resolvi beber um pouco de leite pra não olhar pra ele quando ele pegou seu copo de café e disse.

- Sua boca ta suja.

Eu engasguei e toci um pouco, eu não esperava aquilo, eu nem sabia que ele podia falar, eu nunca tinha escutado a voz dele, e era uma voz muito bonita,
eu fiquei envergonhada e limpei a boca olhando para a mesa, todo esse tempo eu estava com a boca suja, não sei como ele não estava rindo da minha cara nesse exato momento.

Ele terminou o café dele e saiu da mesa sem dizer mais nem uma palavra, eu realmente queria ter uma conversa com ele, depois de comer, sai da mesa e comecei a andar pela casa e achei uma biblioteca quando eu entrei avistei uma mesa com um grande livro que tinha escrito a palavra "Banshee".

- "Abri a cortina e, na esquadra da janela, vi sobre a luz da lua, uma mulher de cabelos vermelhos, pálida e de aparência tetrica. Falava alto e num tom que nunca tinha ouvido e então, com um suspiro que mais parecia o vento do que uma respiração ela desapareceu."

quando eu terminei de ler esse pequeno trecho o livro se fechou, eu tentei abri-lo de novo, mas não consegui.

- Ele não abre.
- Serena?
- Desculpe, eu te assustei?
- Não... Isso é seu?
- Bem, sim, me deram isso, esse livro só se abre para revelar que criaturas as pessoas daqui são.
- Como assim?
- Quando alguém daqui é algum tipo de criatura, como eu por exemplo, esse livro se abre mostrando um pequeno trecho sobre a criatura que a pessoa é.
- Aqui tem livro sobre todas elas?
- A maioria.
- Eu posso ler eles? Parece interessante.
- Claro, eu vou preparar o almoço, depois você pode comprar umas coisas pra mim?
- Posso.
- Obrigada.

Ela disse e saiu do quarto, eu não sei se eu deveria ter dito a ela que o livro mostrou aquilo para mim, mas eu fiquei curiosa sobre essas Banshees, então comecei a procurar em todos os livros alguma coisa sobre elas, e eu achei coisas interessantes sobre elas. Elas eram pertencentes a família das fadas, e eram a forma mais sombria que uma fada poderia ter, normalmente aparecessem para informar a morte de alguém, com um grito que poderia ser ouvido a quilómetros de distância e podendo estourar um crânio.

Depois de umas horas lendo sobre Banshees, Luna apareceu na biblioteca e me disse que Serena tinha terminado de fazer a comida, eu fechei o livro e o deixei na mesa, sai com Luna e logo que cheguei na mesa me sentei, Serena tinha já preparado a mesa, e todos estavamos lá. Nós comemos enquanto ouvíamos Anthony e Luna tendo uma discussão sobre algum filme que eu nunca assisti.

Depois do almoço Serena me chamou e quando cheguei na sala ela disse que Allan ia comigo já que eu nunca fui no mercado de lá e não sabia onde ficava, eu acenei com a cabeça tentando ficar com minha expressão neutra, mas eu não sei se consegui, eu fiquei animada por Allan estar ali comigo, e eu fiquei andando super feliz ao lado dele, assim que chegamos no mercado ele parou e olhou pra mim.

- Não saia daqui, eu já volto.

Eu concordei e fiquei esperando ele voltar, quando eu escutei uma voz vindo da floresta ao lado do mercado, alguém pedindo ajuda, eu não consegui fazer o que Allan disse naquele momento, corri em direção a floresta para ver se a pessoa estava bem, quando eu cheguei lá não vi ninguém, mas uma pessoa me empurrou e eu cai no chão, era um homem que aparentava ter uns 38 anos.

- Olha só, parece que dessa vez consegui uma mais jovem...

Aquele homem nojento se aproximou de mim enquanto eu me afastava dele até ele me dar um chute e se ajoelhar encima de mim, ele segurou minhas mãos com apenas uma mão e com a outra ele começou a tirar meu casaco, eu não conseguia me mexer, não conseguia fazer nada, então eu apenas gritei o mais alto possível.

Allan
Quando eu sai do mercado Melody não estava lá, eu olhei para todas as direções mas eu não a vi em lugar nem um, até escutar um grito, um grito muito alto que chegou a me fazer cair no chão e perder a audição por alguns momentos, eu percebi que aquela era a voz da Melody e corri para dentro de uma floresta que avia ao lado do mercado, quando eu deci por algumas pedras e andei um pouco eu vi uma coisa que me deixou assustado ao mesmo tempo que impressionado, Melody estava de pé e em sua frente avia um homem com o crânio fragmentado, ela estava com um olhar morto e quando olhou pra mim seus olhos estavam vermelhos, e aviam lágrimas neles, ela apenas subiu as pedras e fomos em direção a casa.

Quando chegamos em casa Anthony estava com as mãos tampando os ouvidos gemendo de dor, todos olharam para Melody quando viram o sangue pingando em sua roupa, ela apenas subiu as escadas sem dizer nada e entrou no quarto, no momento em que a porta se fechou um símbolo se revelou na porta que parecia um desenho simples de três mulheres. A virgem, a mãe e a velha. Serena olhou para mim confusa.

- O que aconteceu?
- Ela gritou.

Todos na sala arregalaram os olhos todos tinham escutado o grito mas não sabiam o que era àquilo, era Melody, era o poder dela, eu subi as escadas e entrei no meu quarto, me deitei e fiquei pensando sobre aquilo, depois de talvez meia hora eu fuu até o quarto dela e bati na porta dela, ela abriu a porta, estava com uma blusa de gola alta e manga longa com listras, e com um shorts jeans, ela ficou surpresa por me ver lá, logo perguntei se poderia entrar e ela me deu passagem.

- Como fez aquilo?
- O que?
- Aquele grito, na floresta, todo mundo ouviu.
- Eu não sei ao certo, eu escutei alguém pedindo ajuda na floresta e fui ver o que era, um cara me empurrou e tentou...

Ela não conseguiu terminar aquela frase, e ela não precisou eu entendi o que ele tentou fazer, eu apenas cheguei perto dela e coloquei minha mão nas costas dela. Eu senti que ela estava com medo na floresta, eu queria consegui confortar ela, mas eu não sabia como.

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Esse foi o capítulo
Desculpe a demora a criatividade falhou um pouco.
Bjs e até o próximo

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