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Certa manhã, no início de agosto de 1503, Ezio, então um homem de 44 anos, de têmporas

manchadas de grisalho mas barba ainda castanha, foi convocado pelo tio para se juntar a ele e

aos outros da Companhia dos Assassinos reunidos em seu gabinete no castelo de

Monteriggioni. Junto a Paola, Maquiavel e La Volpe estavam Teodora, Antonio e Bartolomeo.

— Chegou a hora, Ezio — disse Mario solenemente. — Agora detemos a Maçã e todas as

páginas restantes do códex. Vamos terminar o que você e meu irmão, seu pai, começaram há

tanto tempo... Talvez consigamos finalmente entender a profecia escondida dentro do códex e

enfim quebrar o inexorável poder dos Templários para sempre.

— Então, tio, precisamos começar localizando a Câmara. As páginas do códex que o

senhor reuniu deverão nos levar até ela.

Mario acionou a abertura secreta da estante para revelar a parede onde o códex, agora

em sua totalidade, estava pendurado. Perto dele, em um pedestal, estava a Maçã.

— É assim que as páginas se relacionam umas com as outras — disse Mario enquanto

todos analisavam o projeto complexo. — Parece mostrar um mapa do mundo, mas de um

mundo maior do que o que conhecemos, com continentes desconhecidos no oeste e no sul.

Mas estou convencido de que eles de fato existem.

— Existem outros elementos — disse Maquiavel. — Aqui, à esquerda, é possível ver um

esboço do que só pode ser um báculo episcopal, talvez até mesmo um artefato papal. À

direita há claramente uma representação da Maçã. No meio das páginas agora podemos ver

uma dúzia de pontos marcados em um padrão cujo significado é ainda misterioso.

Enquanto ele falava, a Maçã começou a brilhar sozinha e por fim a piscar de modo

ofuscante, iluminando as páginas do códex e parecendo abraçá-las. Então ela voltou a seu

estado neutro.

— Por que ela fez isso, e por que neste exato momento? — perguntou Ezio, desejando que

Leonardo estivesse ali para explicar aquilo, ou pelo menos deduzir. Tentava se lembrar do que

o amigo dissera sobre as propriedades singulares daquela máquina curiosa, embora não

soubesse o que ela era: parecia ser tanto algo vivo quanto um mecanismo. Mas a intuição lhe

disse para confiar na Maçã.

— Mais um mistério para decifrar — disse La Volpe.

— Como esse mapa pode ser possível? — perguntou Paola. — Continentes

desconhecidos...!

— Talvez sejam continentes esperando ser redescobertos — sugeriu Ezio, mas seu tom

era de espanto.

— Como pode ser? — indagou Teodora.

— Talvez a Câmara detenha a resposta — respondeu Maquiavel.

— Podemos ver onde ela está localizada agora? — quis saber o sempre pragmáticoAntonio.

— Vejamos... — disse Ezio, examinando o códex. — Se traçarmos linhas embaixo destes

Assasins Creed : Renascença - Oliver BowdenOnde histórias criam vida. Descubra agora