06 | to carry love, to carry children of our own

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TINA ROSSI RICCIARDO

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TINA ROSSI RICCIARDO


O cansaço era constante, assim como o sono que abrangia meu corpo a qualquer momento do dia, mesmo que a noite fosse bem dormida. A fome parecia não ter fim, eu comia compulsivamente, deixando todos os mais próximos preocupados e estanhados. Além disso, os enjoos, eram parte da minha rotina, sendo fiel companheiro todas as manhãs logo após o café. Sem contar com os desmaios, que tanto me assustavam.

Tudo isso tinha um significado, mas eu relutava para não admitir que aquilo era possível.

— Já fez o teste? — Marie indagou, esticando-se no grande sofá da minha casa.

Respirei fundo, olhando para as cinco caixas de teste de gravidez sobre a mesa, com certo medo.

A possibilidade de estar grávida me assustava, afinal durante todos os anos ao lado de Daniel, ficou claro que quando fôssemos ter filhos, tudo seria planejado. Além de tudo, eu seria mãe pela primeira vez e só de pensar em cuidar de uma criança que não fosse um dos meus pacientes, me assustava. Tinha medo de não ser boa o suficiente.

— Não. — confessei, roendo as unhas.

Marie levantou-se, caminhou até a mesa, capturando todas as caixas.

— Vamos acabar com isso agora. — a engenheira exclamou.

— Marie-Anne, por favor. — Blue chamou a atenção da amiga, que bufou, despejando todas as caixas de volta à mesa.

— Tá, eu vou fazer. — decidi um pouco nervosa.

Acabar com aquela expectativa logo, seria melhor, pois findaria com qualquer dúvida, sanaria as especulações e comentários dos mais próximos.

Daniel não estava com Mônaco e sequer sabia dos sintomas que eu apresentava. Optei em omitir, na intenção de não deixar meu marido preocupado, já bastava a ansiedade pela apresentação da McLaren, onde ele estava a dias.

Peguei as caixas e caminhei calmamente pelo corredor que levava ao banheiro, com o estômago revirando. Queria vomitar de ansiedade.

Adentrei o cômodo, jogando as caixas sobre a pia, abri a torneira e molhei o rosto, encarando meu próprio reflexo. Eu conseguia ver a insegurança e a coragem aos poucos escorrer entre meus dedos.

— Você consegue, Valentina! Você consegue! — exclamei para mim mesma e finalmente sentei-me no vaso.

Realizei apenas um teste e lavei as mãos, permanecendo inquieta ao esperar pelos minutos, sentada sobre a tampa do vaso.

O tempo não passava, os segundos pareciam estar congelados, pausados como uma música triste que não deveria ser ouvida.

— Tina?! — ouvi a voz de Blue do outro lado da porta.

FOREVER | DANIEL RICCIARDOOnde histórias criam vida. Descubra agora