Capítulo Dois
(1926, dezembro)
Era uma noite de ano novo fria em Londres, alguns flocos de neve caiam do céu e decoravam as ruas escuras, um vento forte soprava fazendo os galhos das arvores balançarem violentamente, um casal de bêbados saia de um bar barulhento, e no meio disso tudo, tentando entender o que estava fazendo em frente a um orfanato trouxa, havia uma mulher moribunda. Seus cabelos estavam desgrenhados, suas roupas rasgadas e sujas, seus pés estavam descalços, seu corpo estava magro e esquelético, sua mão segurava a protuberância em sua barriga como se tentasse a proteger do frio. Aquela era Mérope Gaunt, ou pelo menos um reflexo do que ela já foi antigamente.
Mérope não tinha ideia do que estava fazendo ali, era para ela estar no Beco Diagonal indo em direção ao hospital onde ela teria seu filho e saberia que ele ficaria seguro, não era para ela estar em uma rua trouxa de frente a um orfanato que parecia ser um cemitério, aquilo estava errado, ela não queria estar ali. Antes que pudesse tomar uma decisão sobre o que faria a mulher sentiu uma dor aguda no pé da barriga e entendeu que estava entrando em trabalho de parto, ela tinha que sair dali, mas antes que desse um passo a porta do orfanato foi aberto e uma mulher de aparência seria apareceu segurando uma vela.
- Quem está aí?- a mulher do orfanato tentava enxergar no meio de toda aquela escuridão até que um gemido de dor foi ouvido e ela decidiu ajudar.- Meu Deus! Vamos entrar, mulher!
[...]
'Minha mãe era Mérope Gaunt, vinha da linhagem mais direta de Salazar Sonserina, uma linhagem que já havia sido poderosa mas o casamento entre familiares fodeu com a magia e os reduziu a meros bruxos que poderiam ser comparados a abortos, eram extremamente paranoicos e tinham poucos anos de vida. Meu pai era um trouxa que tinha o mesmo nome do que eu, ele vivia em uma casa próximo ao barraco onde a família da minha mãe morava e foi assim que ela o conheceu e se apaixonou, foi o sangue desse trouxa que fez a magia dos Gaunt ser mais forte em mim, era sangue novo e isso foi o suficiente para fortalecer meu núcleo mágico.'
[...]
Mérope olhava para seu filhos totalmente fascinada, ele era lindo aos olhos dela, cabelos pretos, pele branca, bochechas coradas, para ela ele era o recém-nascido mais bonito do mundo.
- Tom...Tom Riddle!- essas foram as últimas palavras da mulher antes de sua alma deixar seu corpo para sempre.
[...]
'Quando consegui acesso ao cofre Gaunt achei um diário da minha mãe da época em que ela estava gravida, lá tinha todos os seus planos traçados, ela iria para um hospital bruxo onde me daria à luz e, caso ela morresse, eu ficaria em segurança. Analisei as ações dela e percebi que talvez tivessem usado um Império para levá-la até o Orfanato Woolf, mas eu ainda tinha dúvidas. Por que me abandonar em um orfanato cristão? O que a pessoa ganharia com isso? Logo eu percebi qual era o plano.'
[...]
Tom Riddle andava por um corredor cinza sem graça, o lugar tinha cheiro de mofo e pouca iluminação, o garoto de cinco anos foi abordado por tres meninos mais velhos que começaram a bater nele descontando toda sua raiva na pobre criança. Tom perdeu toda sua paciência e acabou fazendo magica acidental e quebrando os ossos das mãos e dos pés dos garotos que gritaram de dor atraindo atenção da Sra. Cole.
- ABERRAÇÃO!
[...]
'O orfanato era uma espécie de teste para ver seu eu era poderoso o suficiente, acho que Dumbledore queria que eu me tornasse um Lord da Luz e derrotasse Grindelwald, Lord das Trevas que estava aterrorizando o mundo bruxo naquela época. Dumbledore não esperava que eu conseguisse um controle quase total da minha magia em tão pouco tempo, ele também não esperava que eu a fosse usar só para me defender. Acho que ele subestimou minha situação e percebeu isso no dia que foi entregar minha carta de Hogwarts.'
[...]
Tom estava de costa para o bruxo em seu quarto, o garoto olhava pelo vidro da janela o reflexo de Dumbledore, o homem parecia estar um pouco surpreso e com raiva, mas logo sua expressão mudou para uma de felicidade e um sorriso maníaco apareceu em seus lábios.
[...]
'Ao anos em Hogwarts foram...produtivos. Consegui influências e seguidores importantes, acho que fui uma das maiores decepções de Dumbledore que teve que derrotar Grindelwald por conta própria. Me tornar um Lord das Trevas não era o caminho que eu queria seguir, mas era o único que estava livre, o museu ambulante não deixou eu dar aulas de Defesa Contra a Arte das Trevas em Hogwarts e bloqueou todos as minhas investidas políticas.
Quero que entenda como era minhas ideias antes de eu enlouquecer totalmente (coisa que também foi culpa de Dumbledore). Eu não pregava que os nascidos trouxas deveriam ser exterminados e que os puros sangues eram melhores, seria pura hipocrisia da minha parte pregar isso sendo um mestiço. Minhas ideias eram bem simples, eu só queria que as tradições bruxas continuassem a ser celebradas em vez das dos trouxas, só queria que nosso mundo fosse separado dos deles, queria que houvesse igualdade entre claro, cinza e escuro.
Eu ainda quero isso, mas no momento atual sei que vou perder, mesmo morto Dumbledore ainda tem todo o mundo bruxo ao seu lado, minha única esperança é que você receba essa carta e consiga voltar ao passado para nos salvar. Harry você só precisa me trazer de volta mais cedo e me guiar pelo caminho certo, não estou pedindo para você se tornar um Comensal da Morte só estou pedindo para me ajudar.
Agora alguns avisos.
- Faça um teste de herança completo urgentemente! Ele te mostrará se você tem alguma poção, amuleto ou bloqueio, mostrara também os estado do seu núcleo magico.
- Fique de olhos em seus amigos! Se eles fossem realmente seus amigos Dumbledore já teria se livrado deles para ter certeza de que sua arma estivesse focada em seu objetivo, repasse todas as ações deles, observe os detalhes estranhos.
- Tenha cuidado com casamentos! Do jeito que Dumbledore é manipulador ele provavelmente já até decidiu os nomes dos seus filhos. Se você já estiver casado quando ler essa carta cheque o dia do seu casamento e o dia em que o contrato de casamento foi firmado.
- Peça um extrato de todas as atividades na conta do Potter desde que você ficou órfão! Dumbledore me roubou muito quando eu estava na escola e temo que não fui o único!
Espero que consiga entrar em contato com a Morte e viajar no tempo com facilidade, se não você terá que pegar um dos meus cadernos de anotação do meu cofre e continuar meu estudo sobre como separar a alma do corpo e fazê-la viajar no tempo com poucos riscos.
Atenciosamente,
T.M.R'
- Puta que pariu!
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Spirit: jul_uchiha
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Revivendo o passado (CANCELADA)
FanfictionHarry Potter estava prestes a se casar quando descobre a grande farsa que era sua vida. Mentiras, manipulações, dinheiro e falsidade foram as principais coisas que teceram seus anos. Ele não podia confiar em ninguém apenas naquela estranha mulher qu...