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Capítulo 10

Mary voltou para a sala onde todos estavam.

— É .. me desculpem, mas eu preciso ir. Foi um prazer conhecer vocês. — Disse alto para todos ouvirem, fez uma breve reverência e saiu com pressa, sem esperar pelas despedidas.

Todos se entreolharam até que Taehyung apareceu na sala, confuso com o que tinha acontecido. Não sabia o que pensar, se perguntou se tinha feito algo de errado e passou mentalmente cada ato que fizeram. "Eu a beijei na bochecha e depois ela me beijou, nunca que eu ia negar esse beijo, será que ela queria que eu negasse? Ai Deus, o que foi que eu fiz?". Seus olhos procuraram por ela, mas sem sucesso.

— O que você fez com a garota? — Jin gritou, abaixando o volume da música, que se tornou quase inaudível.

— Nada hyung, eu não fiz nada. — Tae passou a mão atrás do pescoço, mais confuso ainda.

— Tem certeza? — Jimin perguntou.

— Ela me beijou e eu não recusei, daí ela saiu assim. — Tentava se explicar, mas sentiu seis pares de olhos lhe fuzilarem.

— Você fez todo aquele aviso sobre ela e agora tá aí com essa cara de confuso? Por favor, Tae, tá na cara que ela tem medo, aconteceu algo com ela. Você precisa ter calma. — Jimin rebateu.

— Vai atrás dela agora, anda. — Jin falou batendo em sua cabeça.

— Tá bom, to indo hyung, to indo. — Tae tentava se esquivar dos tapas.

Abriu a porta e saiu correndo até a casa de Mary. Avistou a mulher abrindo a porta.

— Mary, Mary espera, por favor. Vamos conversar. — Falou quando passou pela cerca de seu jardim, correndo para alcançá-la antes de entrar.

Pegou em seu braço sem usar força e olhou em seus olhos. Mary estava chorando, agora ele estava mais confuso que antes. Passou o polegar em suas bochechas, limpando as lágrimas.

— Não chore, por favor. Me diz o que aconteceu. — Sua voz demonstrava aflição.

A mulher balançou a cabeça para os lados, voltando a derramar lágrimas.

— Por favor, Mary. Eu disse que não ia fazer nada que você não quisesse, mas me deixa te ajudar. Me conta o que aconteceu. — Ele levantou seu rosto e limpou as lágrimas recentes de novo.

— Eu ainda sou casada com Ryan ou Peter, seja lá como ele se chama. Não posso fazer isso. — Ouvir aquilo sair de sua própria boca doeu, tudo que ela mais queria era ser livre. Livre para amar quem quisesse. Livre para beijar Taehyung sem medo, sem culpa.

— Você o ama? — A voz de Tae era calma, mas demonstrava toda a sua preocupação com esse assunto.

— Não, claro que não. Ele fez coisas horríveis comigo. — Chorava ainda mais com as lembranças que invadiam sua mente.

— Então por que você está assim? — O homem segurava seu rosto com as duas mãos, a fazendo encará-lo.

— Eu não posso fazer isso com você. Você é livre Tae, não deve se envolver comigo. Eu sou toda errada, toda problemática, toda quebrada. Nem eu me entendo às vezes, como eu vou deixar você se afundar nisso? — Suas palavras eram dolorosas, mas eram sinceras.

— Exato! Eu sou livre e não preciso da sua permissão para me envolver nisso tudo. Eu quero você, Mary. Você ainda não entendeu isso? — Os olhares estavam conectados e agora em total silêncio.

O coração de Mary batia acelerado, seu peito subia e descia com violência ao ouvir aquilo.

— Você nem me conhece Tae. Se me conhecesse, com certeza não ia querer nada comigo, eu só carrego problema.