Capítulo 04

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Seoul. Quarta, 12h.

O sono estava ótimo, a cama estava quentinha e aconchegante, mas Mary precisava levantar, tinha que comprar algumas coisas para casa, além de se matricular em algum curso de coreano para que pudesse viver ali e arranjar um emprego logo.

Levantou relutante e se dirigiu ao banheiro, olhava o seu reflexo no espelho e fez anotações mentalmente: "Preciso comprar produtos para a pele, preciso voltar a cuidar de mim de novo". Escovou os dentes e foi pra ducha tomar um bom banho para dispersar a preguiça.

Ao sair do banho, pegou seu celular e mandou uma mensagem para Jisoo.

Mary: Bom dia, Jisoo. Desculpe não ter mandado mensagem ontem, acabei esquecendo. 

Jisoo: Bom dia. Dormiu bem? Deu para descansar? Passo na sua casa em meia hora, hoje eu tenho a tarde livre.

Mary: Dormi tão bem que acordei há alguns minutos. Ok, estarei esperando.

Ela se dirigiu à sua mala para escolher o que vestiria. Escolheu uma calça jeans preta com rasgos no joelho, um suéter mais largo também preto e um coturno. Se perguntou como coube tanta coisa naquela mala e imaginou a imensa tarefa que foi arrumar aquilo tudo.

Ao se ver no espelho, gostou muito do que estava vestindo, nunca havia usado peças como aquelas, mas tinha que admitir que estava se sentindo bonita após muito tempo.

Pegou seu celular, cartão e documentos, estava prestes a descer as escadas quando ouviu um barulho de passos em sua varanda. Seu coração batia de maneira acelerada, seus olhos estavam arregalados de medo, não ouviu ninguém bater na porta, talvez Jisoo estivesse adiantada, pensou.

Mesmo que pudesse ser isso, ela bateria na porta. Tentou ouvir se ainda vinha algum barulho de passos na varanda, mas aparentemente o que havia ali já tinha ido embora. Poderia ser um cachorro perdido, quem sabe.

Desceu as escadas devagar, seu peito subia e descia rápido com medo do que ou quem pudesse estar em sua varanda. Mas ao chegar perto da porta avistou um envelope azul no chão que havia sido jogado por baixo da porta. Achou tudo ainda mais estranho, pois estava na casa há menos de 24h como poderia receber correspondências?

Foi até lá e pegou o envelope. Não havia remetente, mas tinha algo lá dentro. Pegou a folha e leu o que estava escrito:

Bom dia, Mary.

Acredito que eu tenha lhe assustado aparecendo na sua casa daquela forma ontem a noite e também acho que deva estar assustada vendo que seu vizinho lhe entregou uma carta. Me desculpe por isso.

Moro aqui há algum tempo e confesso que sua chegada foi o ponto alto da minha vida pacata nos últimos meses. Não é comum pessoas de nossa idade morarem por aqui e isso me deixou contente ao te ver entrando ontem em sua casa, por isso me atrevi a aproximação.

Eu espero que você permaneça aqui por muito tempo, sinto que vou adorar te conhecer, se me permitir. Não se esqueça que estarei por aqui se precisar de ajuda.

Bom, para facilitar nossa comunicação meu telefone é 52-863-7113.

Taehyung.

Mary não sabia o que dizer após ter lido aquele bilhete. Por que Taehyung se deu o trabalho de se explicar? Por que ele passou seu número? O que ele estava querendo afinal? Ele não podia ser solteiro ou era? Tantas perguntas a serem respondidas. Por mais que quisesse saber as respostas ela não estava disposta a perguntar pois teria que encará-lo novamente e tudo que ela mais queria era evitá-lo. O achou lindo, mas estava cansada e com medo depois de tanto sofrer.

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