Capítulo 08

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Estava ali, parada, encostada na porta e sorrindo para o nada, "Ele me convidou para o seu aniversário", sorria largo, se sentindo feliz, se sentindo especial. "Mas o que eu vou vestir? Ele não disse onde seria, ou disse?", sua mente fervia em pensamentos, "O que eu posso dar de presente para alguém que eu mal conheço?".

Mesmo se sentindo feliz por ser lembrada a ponto de ser convidada para a festa, havia uma grande batalha interna entre razão e emoção. De um lado a emoção toda contente por um cara tão legal mostrar interesse e querer sua presença em um momento importante, do outro a razão que alertava para o perigo dele ser apenas mais um a usar Mary e depois descartá-la.

Por um momento Mary ficou com medo, estava tão longe de "casa", se sentia tão insignificante, acreditava que a única pessoa que realmente se importava consigo era a sua amiga Vanessa. Não podia ser enganada de novo, seu coração não aguentaria tamanha decepção, mas ao mesmo tempo que tinha medo, queria tanto, queria carinho, queria atenção, queria amar de novo.

Tentou esquecer esse assunto, depois resolveria o que comprar de presente para o homem, ainda era domingo precisava se distrair. Como não conhecia muitos lugares e tinha medo de se perder, ficou em casa fazendo o que sempre fazia, assistindo seriado.

Sua mente se esqueceu de Taehyung, mas em nenhum momento esqueceu-se das palavras de seu pai, sobre o seu real parentesco com Ryan, ou Peter, ainda tinha que se acostumar com isso. Queria que as horas passassem rápido para conversar com o advogado e saber porque, mesmo sabendo de tudo aquilo, ele não entrou em contato para que ela se separasse e tivesse acesso à sua pensão.

O dia passou tão devagar que ela achou que o tempo havia parado, conseguiu terminar duas séries já que não conseguia nem dormir. Horas se passaram até que a noite chegou e ela pode respirar aliviada, faltava poucas horas para segunda.

Seoul. Segunda, 07h.

Segunda-feira, dia de retorno às suas aulas de coreano.

Se levantou cedo para tomar um café reforçado, hoje seria um dia importante, falaria com o advogado e tiraria toda a história a limpo, além de dar os próximos passos. Precisava com urgência reaver seu patrimônio, que não era pouco, para que pudesse se sustentar na Coréia, até que tivesse segurança no idioma e buscasse por algum trabalho.

Pouco tempo depois de tomar seu café da manhã, arrumou algumas coisas que estavam fora do lugar até que seus olhos encontraram um outro envelope azul no chão próximo à porta, seu coração pulou alto, sabia de quem era aquele envelope e por isso, sorriu.

Foi até a porta e pegou-o do chão, dentro havia um novo recado de seu vizinho.

"Bom dia, Mary.

Espero que hoje você esteja melhor, depois de tudo o que ouviu de seu pai. Não quero me intrometer em sua vida ou seu passado, mas saiba que você pode confiar em mim. Se precisar de alguém para conversar, sabe onde me encontrar.

Na verdade, eu ainda estou aguardando sua mensagem, ou será que sempre terei que enviar recados em baixo da sua porta? Acho que essa vai ser "a nossa coisa" hahaha, achei romântico e você? Enviar recados e cartinhas, olha o que eu me tornei, tudo culpa sua.

E antes que eu me esqueça, sobre o meu aniversário .. Será uma reunião pequena, apenas com meus amigos próximos, aqueles que mais gosto, espero que se sinta especial com isso. Vai ser sábado, na minha casa, a partir das 20h. Venha por favor, se não eu vou levar minha festa e meus convidados para sua casa.

E eu falo sério!

Tenha um bom dia, Mary.

Seu vizinho, Tae :)."

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