Capítulo 14

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Seoul. Terça, 07h.

O despertador de Mary toca, mas ela já estava acordada. Havia passado mais uma noite acompanhada de pesadelos e além deles, acompanhadas de seus medos. Lembrou de quando Ryan fez todas aquelas marcas e disse que ela jamais o esqueceria e ele estava certo. Desde que passou a ter pesadelos nunca mais deixou de pensar no seu marido.

Se ele já havia descoberto seu paradeiro, se já sabia sobre os papéis da separação. O medo agora era companhia recorrente de seus dias, horas e minutos. Sentia tanto medo de que Ryan aparecesse que seu corpo tremia, suas mãos suavam frio só com a lembrança de estar submissa a ele mais uma vez.

Levantou-se, fez sua higiene matinal e se dirigiu a cozinha tomar seu café da manhã, mas antes disso, algo chamou sua atenção.

Um envelope azul no chão próximo a porta.

Tae não mandou nenhuma mensagem, tampouco ligou. Fez o que Mary pediu, lhe deixou sozinha. E aparentemente, também não apareceria aquela manhã para o café, apenas deixou o bilhete.

Tomada pela curiosidade, Mary pegou o envelope do chão, tirando o papel de dentro e passou a lê-lo.

Bom dia, anjo.

Espero que tenha dormido melhor essa noite.

Bom, eu  resolvi respeitar seu pedido em ficar sozinha, por isso estou lhe enviando esse bilhete. Mas se quiser me ver por favor me manda uma mensagem que eu vou correndo assim que meu horário no trabalho acabar.

Eu não sei o que se passou com você, mas quero que saiba que vou respeitar seus limites e esperar o tempo que for preciso até que você se sinta inteiramente confortável com minha presença. Jamais irei te forçar a fazer algo que não queira.

Fui levado pelo momento e por isso eu peço desculpas se, de alguma forma, te ofendi ou magoei. Espero te ver em breve para que possamos conversar e, claro, dar muitos beijinhos se você ainda quiser.

Eu já sinto sua falta, mais do que gostaria de admitir.

Que seu dia seja lindo, assim como você.

Beijos, seu Taehy.

Mary não sabia explicar, mas aquelas palavras aqueceram seu coração como um raio de sol tocando a pele. Cada vez mais, aquele que, devia ser apenas seu vizinho, tomava lugar em sua vida, em seus dias, em seus pensamentos e ela estava gostando da sensação que ele lhe causava.

Foi para a cozinha, preparar um café antes de sua professora chegar e enquanto a água fervia, lia e relia aquele bilhete e se pegava sorrindo para aquele pedaço de papel que talvez não tivesse significado para muitos, mas que para ela significava o mundo.

Em poucas palavras, Tae demonstrou mais empatia que Ryan durante a morte de seus pais. E isso era mais que importante, Mary lidava com traumas e o homem demonstrava não só ser paciente em esperar mas também mostrava empatia para lhe entender.

Pensando nisso, pegou seu celular com a intenção de mandar uma mensagem para o homem, mas assim que o aparelho estava em suas mãos, recebeu uma mensagem de Jisoo.

Jisoo: Bom dia, Mary. Podemos conversar hoje? [07:40]

Mary: Oi, Jisoo. Bom dia. Claro, podemos sim. Que horas? [07:41]

Jisoo: Passo na sua casa às 12h e almoçamos juntas. Pode ser? [07:42]

Mary: Tudo bem! [07:42]

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