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                                           S/n:

Assim que cheguei ao meu quarto joguei aquela pedra em baixo da cama.

Não é porque estou tendo um dia ruim que vou ficar boazinha e agradecida por ganhar uma besteira daquelas.

Foi sim uma atitude legal da parte de Edward, mas eu não acho nada demais ganhar uma pedra.

Não fiquei parada por muito tempo e fui arrumar minhas coisas.

Aproveitei para pegar o meu bloco de músicas.

Nunca tive tanta falta de vontade de tocar harpa, mas eu não tinha nada pra fazer mesmo.

Me sentei e comecei a tocar algo aleatório.

O resultado disso foi que toquei pelo resto do dia.

Na hora do jantar fui comer alguma coisa.

Vi Molly saindo de um quarto que não é dela. Estava sorridente e toda alegre. Se esse pirralha aprontar alguma coisa ela vai ver.

— Molly! Vem cá agora. — falei e ela se virou rapidamente.

— O que foi? — ela perguntou com uma cara feia e levemente assustada.

— De quem é esse quarto? — perguntei enquanto ela vinha até mim.

— Ninguém importante. — ela disse.

— Então não vai me dizer pirralha? Tudo bem, eu vou lá ver. — falei e fui em direção a porta.

— Não precisa disso S/n, volta aqui. — disse Molly e veio atrás de mim. Tarde demais, abri a porta antes que ela me pegasse.

Dei de cara com um moleque loiro e magrelo. Devia ser Corin, óbvio. Me senti burra e ingênua.

Molly se escondeu atrás do pilar quando abri a porta, acho que ele não viu ela.

— É... Oi? — perguntou o menino confuso.

Arrume uma desculpa, idiota.

— Me desculpe, entrei no quarto errado. — falei e sorri.

— Tudo bem, acontece. — ele disse e sorriu gentilmente.

— O seu nome é? — perguntei.

— Corin, irmão de Cor, filho do Rei Luna da Arquelândia. — respondeu. — E você?

— Sou S/n. Irmã de Molly, conhece ela? Uma menina loira tagarela que se apaixona a cada fração de um segundo.

— Conheci hoje. Ela me falou sobre você. Disse que ama brigar com Rei Edmundo, mas no fundo gosta dele. — disse Corin e na hora pisei no pé de Molly que estava escondida ao meu lado.

— Não amo ele. — falei.

— Não mesmo?

— Claro que não. Eu gostei de você Corin, mas agora eu preciso ir atrás dos meus irmãos. Não é fácil ser a única que tem responsabilidade na cabeça. Até breve príncipe.

— Até.

Assim que fechei a porta, olhei para Molly. Estava claramente brava.

Peguei na sua mão e tirei nós duas dali.

— Satisfeita agora? — perguntou enquanto andávamos pelo corredor.

— Ele é bem bonito, pirralha. Se eu fosse mais nova investiria nele. — falei.

— Nem pense em colocar seus olhos nele, eu achei primeiro. — disse a coitada.

— Claro que não Molly, ele é mais novo que eu.

— Falou com Edmundo depois do que aconteceu?

— Não.

— Nunca vi alguém tão teimosa. E olha que eu sou a mais nova.

— Exatamente, irmãos mais novos nunca sabem de nada.

— Se eu der certo com Corin, você me deixaria ir pra Arquelândia com ele?

— Não, ele que se mude pra cá. Você é a minha única irmã, minha melhor amiga e é a única que eu confio para contar meus segredos. E outra, já viu a sua idade pirralha?

— Estou até lisonjeada. Mas me conta como foi seu dia terrível.

— Não foi terrível.

— Não mente, a sua cara diz tudo.

— Foi chato, pior do que eu imaginei. Conheci um cara chamado Edward, ele me deu uma pedra, ou dizendo melhor, um "cristal". Achei mais brega do que as cartinhas de Edmundo.

— Nem vem S/n, esse cara aí não presta. Quem dá uma pedra para uma princesa?

— Eu não tô nem aí pra ele, ridículo demais. Mas se for pra eu me livrar de Edmundo eu até aceitaria ele.

— Para de ser besta menina, esse Edward não tem o senso do ridículo. Edmundo é rei e te entrega cartinhas fofinhas. Fora que ele é tão legal com você.

— Quero ver como vai ser amanhã, se ele ainda vai ser "legal" comigo.

— Quer apostar quanto que vocês vão se resolver até amanhã?

— Eu não vou me desculpar, agi por impulso. Por culpa dele fiquei traumatizada e comecei a andar com uma adaga.

— Que adaga? Você não me falou nada sobre isso. Ficou louca de vez ou eu escutei errado?

— Pensei que nossos irmãos tinham te contado o que aconteceu.

— Eu não os vi o dia todo, fiquei com Corin, Cor e Aravis.

— Você não tem vergonha nessa cara não Molly?

— Vai me contar o que aconteceu ou não?

— Edmundo tentou me beijar, então retirei essa lindinha aqui e coloquei entre nós após escapar das mãos daquele atrevido com um empurrão. — falei e peguei a adaga.

— Guarda isso S/n, é uma arma pequena, mas é traiçoeira. Você errou e deve desculpas a Edmundo sim.

— Que seja, não tenho culpa do que aconteceu. Se Edmundo se sentiu ofendido o problema é dele, eu não tô nem aí.

— Como você não tem culpa? Foi você que apontou uma arma pra ele. Edmundo sempre foi compreensivo com todos nós, não deveria ter feito isso. Não era mais fácil só se afastar?

— Não se cansa de ser tratada como uma qualquer?

— Deveríamos estar presos ou mortos agora. Acho que já está na hora de aceitarmos que estamos aqui. Não adianta fingir que é diferente.

— Não estou fingindo nada.

— Tem certeza? Não tente se iludir, já é bem grandinha pra viver no mundo da fantasia. Pode ser que a nossa realidade não seja a melhor, mas poderia ser muito pior. 

— Eu sei disso, por isso estou com raiva. Raiva de mim, Molly.

— Estava falando mal de Edmundo agorinha mesmo.

— Sim e a culpa é dele, mas quando você tocou em tudo o que poderia estar acontecendo com a gente caiu um peso na consciência de novo, obrigada.

— Que bom. Eu agradeço a nossa conversa, mas já chegamos no meu quarto e estou exausta, até amanhã minha irmã. E juízo pra você.

— Igualmente, não vá fazer besteira. Boa noite.

— Boa noite.

Depois que eu estava totalmente sozinha, fui para o meu quarto. E nada de jantar.

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Eu amo o Corin de todo o meu coração.

𝑆ℎ𝑒 𝑤𝑖𝑙𝑙 𝑏𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑒𝑛 | 𝐸𝑑𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑣𝑒𝑛𝑠𝑖𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora