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                                          S/n:

Chegamos. — falei.

— O seu irmão também vai? — perguntou Edmundo.

— Se eu estou aqui... — disse ele.

— Tudo bem. Certamente veio para cuidar da sua irmã, mas ela está bem protegida comigo. — disse Edmundo.

— Depois de ontem a gente sabe que sim. — disse Louis.

— Também veio, certamente, para paquerar minha irmã. — disse Edmundo.

— Tenha certeza disso. — falei.

— Na verdade, rei Edmundo, eu gostaria de entrar no seu exército. Eu posso não ser o melhor guerreiro que já viu, mas me garanto com uma espada. — disse Louis.

— É isso o que vamos ver. — disse Edmundo. — Bom, creio que Pedro e o resto do pessoal já estejam lá fora, me sigam.

Saímos do quarto e fomos para onde todos estavam, especificamente, na frente do castelo.

Eu achei que eu iria andando como todos, mas deram um cavalo para mim e para Louis.

— Eu preferia ir andando. — disse ele.

— Cala a boca Louis. — falei.

Logo em seguida fomos em direção a saída da cidade e depois seguimos um longo caminho de terra para o norte.

O dia chegou ao fim e todos montaram o acampamento.

Apenas a corte (Edmundo, Lúcia e Pedro) teriam tendas próprias. O resto teria que dividir.

Mas para a minha maravilhosa sorte, não tinha espaço pra mim. Claro que fui reclamar para Edmundo, afinal, ele que me trouxe aqui.

— Não tem espaço pra mim em nenhuma tenda. É bom providenciar, se não... — falei até ser interrompida.

— Se não o que? Vai voltar para Cair Paravel sozinha no meio da noite? — perguntou ele.

— Você me trouxe pra cá. Você me nomeou sua "serva pessoal". Você resolva isso. Eu não vou me meter em briga com os outros servos.

— Eu não vou sair da minha tenda para ir lá reclamar com eles, se vira.

— Então eu também não saio daqui.

— Pode ficar aí feito uma estátua.

— Eu te odeio.

— Acha que eu ligo?

— Deveria.

— Por que? Vai me matar por isso?

— Não sou uma assassina.

— Então para de ser chata e arruma um cantinho pra você dormir.

— Não tem cantinho nenhum.

— Que culpa eu tenho?

— Para de ser sonso garoto.

— A única cama que tem é a minha e eu vou me deitar nela agora. Boa noite.

— Vai lá arranjar um cantinho pra você então.

Corri e me joguei em sua cama. Ele foi até o pé da cama. Não sei se pretendia me arrastar para fora dela.

— Eu sou o rei, a cama é minha. — ele reclamou.

— Não conhece o ditado? Primeiro as damas. — falei e fui ajoelhada até a ponta da cama, onde estava Edmundo. A vontade era de dar-lhe um bom tapa.

— Eu não sou um cavalheiro qualquer, sou o rei. — disse ele e se aproximou de mim.

— Um rei chato que só pensa em si mesmo.

— Deveria ter avisado antes que seu irmão viria, eu teria providenciado uma cama a mais.

— Não jogue a culpa em mim, deveriam ser mais prevenidos.

— Bom, então pode ficar nesse lado, não me importo em dividir com você. — ele disse e sentou-se no lado vazio da cama. Tirou suas botas e se deitou ao meu lado. — Só não puxe uma adaga no meio da noite e me mate.

— Isso é sério?

— Está achando engraçado?

Deixei meu desconforto de lado e me deitei pra dormir. Melhor dividir com ele do que dormir no chão.

O problema é que as noites são frias e só tinha um cobertor. Tivemos que dividir também.

Me acordei inúmeras vezes com frio, já que Edmundo puxava o lençol enquanto dormia. E as vezes me chutava.

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Eu amo um plot clichê
E real na época q eu escrevi esse capítulo eu não fazia ideia de como escrever "só tem uma cama".
Spoiler: até hj n sei

𝑆ℎ𝑒 𝑤𝑖𝑙𝑙 𝑏𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑒𝑛 | 𝐸𝑑𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑣𝑒𝑛𝑠𝑖𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora