"Eu nunca fui a filha que vcs tanto queriam"

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Pov LARYSSA


- Onde quer chegar com todas essas perguntas? - Eu pergunto a ela, a mesma estava cabisbaixa.


- Vc mudou, Laryssa. Dps daquele dia, vc mudou completamente...- Ela fala olhando-me, logo desvia o seu olhar. É sério que ela vai querer tocar neste assunto?

- O que espera de uma pessoa igual a mim? Amor, Carinho, Compreensão...?
- Ah... por favor! - Eu digo enquanto ajeito meus quadros de pinturas que estavam no chão.

- Eu acho que o seu problema, Laryssa, é que ninguém lhe odeia mais do que vc mesma, e vc sabe disso.- Ela diz.

  Ela tem razão, eu me odeio ao extremo. Eu não sou uma pessoa confiante, eu sou insensível, estranha socialmente e tenho tantas inseguranças, que.... Aaa...


As pessoas sempre procurarão razões para não confiar em mim, eu sou um verdadeiro desastre.



- Eu nunca fui a filha que vcs tanto queriam, não é, diferente do meu irmão que sonhava em ser alguém na vida, e era o orgulho de todos vcs. - Eu digo tentando segurar as lágrimas, mas foi em vão, logo eu sinto uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, imediatamente, eu enxugo-a .


- Vc se afastou de todos nós, eu tentei va...- Eu fala, mas eu a interrompo.


- Não, vcs que se afastaram de mim!
- Se afastaram no momento que eu mais precisei de vcs. - Eu digo.

- Laryssa...- Ela fala.

- Lembra quando a senhora me pediu um tempo? - Eu digo dando uma pausa,  logo eu me viro para olha-lá e volto a falar - A senhora não queria tempo coisa nenhuma, e sim, espaço de mim, distância de mim.- Eu falo, logo em seguida, respiro  fundo.

- Erramos... Mas não podemos voltar no tempo para corrigir esse erro, mas podemos recomeçar agora. - Ela diz. Como? Como vou recomeçar uma vida que parou há anos?

- Não tem como, eu não tenho mais 7 anos de idade, eu cresci, e foi da pior forma que uma criança poderia crescer. - Eu digo me levantando, logo eu pego meus quadros e ponho em cima da cama. - Vcs me deixaram naquele colégio interno sozinha, pq queriam espaço de mim. - Eu digo me sentando na borda da cama, logo eu coloco minhas mãos à cabeça, tentando controlar-me.

- Já te pedimos desculpas. - Ela diz.

- Desculpas não vão me fazer me sentir melhor e esquecer tudo que aconteceu. -Eu digo ainda com minhas mãos sobre a minha cabeça,  com os meus dedos entrelaçados em meus cabelos.

- O que quer que eu faça?
- O que quer que eu faça pra corrigir o meu erro? - Ela diz, rapidamente, eu a olho, ela se levanta e fica em pé olhando-me. Pq essa mudança repentina? O que ela quer com isso? Por quê?

- Tenta ser minha mãe, pelo menos uma vez na vida. - Eu digo cabisbaixa. Ela fica por uns instantes em silêncio. Não deveria ter dito isso.

- Então... Pra vc, eu não sou sua mãe? - Ela diz.

- Me diz a senhora.
- Quantas festas no meu colégio no dia das mães a senhora foi?
- Quantos parabéns a senhora me desejou em meus aniversários?
- Quantas vezes me perguntou sobre os meus estudos, se eu estava indo bem ou não?
- Quantas vezes, me diz?!- Eu pergunto-a, imediatamente, ela vai até a sacada e fica em pé no centro dela.

- Eu preciso de uma chance, só isso. Eu preciso recuperar o tempo perdido que eu poderia ter passado ao seu lado como mãe, e... também...- Ela fala dando uma pausa. - Como amiga, assim como fui com sua irmã e seus irmãos. - Ela diz me olhando de lado sobre os ombros enquanto está apoiada na sacada.

   Eu apenas permaneço em silêncio, tentando racionar tudo isso que ela estava falando. Isso é novo pra mim, tudo que está ocorrendo em minha vida nos últimos dias é novo pra mim: A Giana... Meu pai... Minha mãe...
Por quê? Por que justo agora?
Por que não antes?

 

- Eu não espero uma resposta sua agora, mas, por favor, me dê essa chance?! - Ela diz chegando em minha frente, logo ela se agacha em minha direção, e põe sua mão sobre uma das minhas que estava apoiada em minha perna. Eu não penso duas vezes, rapidamente, tiro minha mão que estava em baixo da sua e me levanto.

- Eu quero ficar sozinha, estou um pouco cansada. - Eu digo indo em direção a porta, logo eu abro e me viro para olha-lá, a mesma estava em pé me olhando.

- Tá bom, tenha uma boa noite! - Ela diz saindo e ficando parada em frente a entrada me olhando, logo eu abaixo a minha cabeça esperando-a sair,a mesma estava com seus olhos marejados. Há muito tempo não a via assim, e creio que eu estava do mesmo jeito, mesmo odiando demostrar minhas fraquezas para as pessoas, foi inevitável.

- Boa noite. - Eu falo fechando a porta. O que foi tudo isso?

  Me jogo na cama, ficando-me de bruço sobre o travesseiro, ainda com turbilhões de pensamentos e dúvidas em minha mente, perguntas sem respostas, teorias sem fundamentos, sentimentos confusos...

  Isso é um sonho ou um pesadelo? É um erro ou um acerto? Devo me sentir bem ou devo me sentir mal?


  Eu penso tanto, que meu psicológico está fraco e abalado. Meu corpo reage a cada sentimento diferente que estou sentido.
  Realmente, preciso descansar. Nada que uma boa noite de sono não melhore.
  Não demorou muito pra eu pegar no sono, sinto meus olhos se fecharem lentamente, e então, logo eu apago.

















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A Laryssa tem seus motivos por agir da maneira que ela age, falar da maneira que ela fala, pensar da maneira que ela pensa.

    Ela não teve ninguém quando mais precisou de alguém, ela tem traumas que nunca iram superados, mesmo ela dizendo que é uma pessoa insuficiente, bizarra, não confiável, e outros adjetivos lá... Ela sabe e sente que só está magoada, e a sua única defesa foi  se fechar pro mundo e pra todos.

Em algum lugar no mundo tem alguém que realmente se importa com ela, e que confia nela, temos como exemplo a Giana que, mesmo não conhecendo a Laryssa, ela confiou várias vezes na mesma.

A Laryssa mesmo não admitindo, ela tbm confiou na Giana, foi tipo um laço criado pela necessidade das duas de obterem a confiança entre elas.


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Até outro dia, minha gente!
😳😫👉👈

Espero que tenham gostado desse cap!

O Preço Do Desejo // GilaryOnde histórias criam vida. Descubra agora