"Gosta dela, não é? "

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Pov Laryssa


  Chegando na sala, eu pego minha mochila que eu tinha jogado em cima do sofá logo quando cheguei.

- A chave...- Peço ao Théo, mas ele nega - A chave do carro...- Peço mais uma vez, chegando próxima dele.

- Deixa que eu te levo. É o meu trabalho. Não parece estar em condições de dirigir- Ele fala.

- Não vou repetir novamente.
- A chave...- Eu digo erguendo minha mão até ele, imediatamente, ele me entrega e se retira da minha frente.

- Lary!
- Lary! - Meu irmão me chama descendo às escadas, enquanto vou a porta de saída da sala.

- Agora não, Nicolas. Agora não!- Eu digo sem olhar pra trás, continuando a andar até à porta.

- Lary, me leva, por favor!
- Não quero ficar aqui com papai e mamãe.- Ele pede, correndo em minha direção, enquanto abro a porta.

- Laryssa... - Escuto a voz do meu pai me chamando.

- O papai vai brigar comigo de novo. - meu irmão diz, parando em minha frente.

- Vai, passa. - Eu falo olhando.

- Ebá! - Ele diz animado.

** No carro **

- Põe o sinto. - Eu digo, olhando-o no banco de trás, imediatamente, ele coloca-o.

- Por que papai e mamãe brigam tanto com você, Lary ? - Ele me pergunta, enquanto eu tiro o carro da garagem.

- Não sei, Nicolas!
- Não enche minha cabeça.- Eu falo em um tom rigoroso.

   Quando me dei conta de que eu fui grosseira com ele, imediatamente, eu  olho-o pelo retrovisor, percebendo sua expressão de tristeza.

- Relaxa! Tá legal?
- Desculpas! - Eu falo olhando-o pelo retrovisor, em seguida, eu lhe olho rapidamente.

- A gente vai ver Gigi? - Ele me pergunta. Gigi? Quanta audácia, Nicolas!

- Não!
- Nesse horário ela deve estar na aula. -Eu falo enquanto dirijo em direção à cobertura.

- A Gigi gosta de você, e você gosta da Gigi, não é? - Ele me pergunta.

   Eu apenas olho para ele pelo retrovisor, o mesmo estava com a sua cabeça encostada no banco, olhando para a janela. Eu acho que gostar é pouco, Nicolas. E isso é tão novo que chega a ser estranho.

- Gosta dela, não é? - eu pergunto prestando atenção no volante.

- Sim. Ela é super legal.
- Sabia que ela me disse que eu posso ser um herói de verdade igual nas historinhas em quadrinhos? - Ele pergunta.  Giana não cansa de me surpreender.

- Herói?
- Quer ser um herói?-  eu pergunto, faltando duas quadras para chegar na cobertura.

- É... - Ele diz.

- Por quê? - eu pergunto curiosa.

- Os heróis não salvam os inocentes dos violões? - ele pergunta.

- Aham! -Eu respondo.

- Então... O papai, a mamãe e a Any é os vilões, tu é a inocente, e eu sou o herói. - Ele diz. Ele é tão inocente.

- Quer me salvar então? - Eu pergunto extremamente surpresa.

- Simm! - ele diz. É estranho ele ser realmente filho daqueles dois.

- O que garante que eu não sou também uma vilã? - Eu pergunto, adentrando no estacionamento do apartamento.

- Tu é muito chata, mas não briga comigo sempre. - Ele fala, tirando o sinto de segurança.

- Pirralho, você tem mesmo 7 anos? - Eu pergunto, tirando o sinto de segurança também.

- Aham! - Ele diz, logo depois, saímos do carro e subimos para a cobertura.

- Maria, faz algum lanche pra ele comer, por favor! - Eu peço a Maria.

- Certo! - Ela responde.

- Tia Mariaaaa!- O Nicolas corre até a Maria.

- Que saudades que eu estava desse menino lindo.- Ela fala abraçando-o. - Tudo bom? - Ela pergunta.

- Uhum! - Ele responde.

- Bom... Eu vou subindo. - Eu digo, logo em seguida eu subo às escadas, em direção  ao meu quarto.

- Já almoçou? - Maria me pergunta, enquanto subo às escadas.

- Não estou com fome.- Eu respondo.

- Pensamentos on-

Eu preciso esfriar minha mente. Essa tortura está me matando.
  Tudo isso não entra na minha cabeça. Eu estava lá, eu vi.

- Pensamentos off-

    Pegando o celular para ver o horário, eu percebo que são 3hs. E, então, eu decido tomar dois comprimidos para tentar dormir. Pelo menos tentar acalmar toda essa bagunça e tormento que está em minha cabeça.

    Passar alguns minutos, meus olhos começaram a arder, e todos os meus músculos imploravam por um sono. A minha cabeça pedia descanso.

Como consequência dos remédios, eu fui ficando sonolenta até meus olhos se fecharem por completo e minha cabeça parar de girar.

  

 

O Preço Do Desejo // GilaryOnde histórias criam vida. Descubra agora