Times Square.

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Acordei com meu celular vibrando debaixo do travesseiro. Olhei para a tela e quase tive um surto, é o número da minha mãe. Bufei esfregando os olhos e atendi a ligação.

– Oi. – Falei com a voz ainda sonolenta.

– Maeva, você pensa que é quem pra ficar ignorando minhas mensagens dessa forma? – Maisha disse, já com o tom de voz alterado, posso imaginar a expressão de raiva que ela está nesse momento.

– Mãe...– Engoli em seco– Desculpa, não queria ter feito isso. – Respondi.

– Pois fez, foi seu irmão né? – Maisha indagou.

– Não! – Dei pressa para responder. – Eu que dei a ideia de vir. – Não quero ferrar mais meu irmão em relação aos meus pais.

– Haha, que engraçado Maeva, sei que foi o Jon. – Maisha bufou. – Bom, quando voltar iremos conversar e você vai ficar longe do seu irmão.

– QUE? – Arregalei os olhos. – MÃE!

– E para de gritar, é pro seu bem, ele fica te levando pra esses caminhos que você não iria se não fosse ele.  – Maisha disse me interrompendo. Dói muito ver minha mãe falar do Jon dessa forma...porra, é o filho dela.

– Mãe, eu não vou me afastar do Jon, não vou mesmo. – Limpei algumas lágrimas que já caiam no meu rosto.

– Você não trabalha, não estuda, não faz MERDA NENHUMA. Acha que vai mandar em alguma coisa?

– EU TÔ CANSADA. VOCÊ NÃO DEIXOU EU SEGUIR O MEU SONHO E AGORA QUER COBRAR TRABALHO CARALHO? – Gritei. Por alguns minutos até tinha me esquecido que dormi com Dylan essa noite, mas lembrei assim que ele se assustou com meu grito segurando meu braço.

– O SEU SONHO É O VÔLEI. – Maisha gritou do outro lado do telefone.

– NÃO É, VOCÊ SABE DISSO PORRA! – Olhei para o espelho que ficava em frente a cama de Dylan e meu rosto estava muito vermelho de tanto chorar e gritar. Dylan arregalou os olhos e tentou pegar o celular da minha mão. – O SONHO DO MEU IRMÃO É O VÔLEI.

– MAEVA, SEM CONVERSA, VOCÊ VOLTA NO FINAL DE SEMANA E NÃO SE ATREVA A SE APROXIMAR DO JON DE NOVO. E NEM PENSE EM LARGAR O VÔLEI.

– EU TE ODEIO MAISHA, EU TE ODEIO. – Gritei e desliguei a chamada. Joguei meu celular na cama e coloquei as duas mãos no cabelo os puxando forte.

– Bê...– Dylan me puxou em um abraço e me encostou em seu peito. Dei alguns murros nele, pra tentar passar o ódio, tadinho, ele nem se mexeu e tenho certeza que doeu. – Ei, o que foi isso?

– Minha mãe. – Falei com a voz ainda embargada por conta do choro. Dylan me abraçou mais forte e levou sua mão até meu cabelo, fazendo um carinho. – Bê, ela disse pra eu me afastar do Jon...

– Que? O Jon é seu irmão. – Dylan me olhou franzindo o cenho. – Ela não pode fazer isso.

– Eu já perdi muita coisa por conta dos meus pais, especificamente minha mãe. – Limpei algumas lágrimas teimosas do meu rosto. – Meu sonho não é o vôlei, por mais que eu goste disso. Eu sempre joguei pelo Jon, quando aconteceu o acidente e ele decidiu parar, eu também quis.

– E seus pais não deixaram? – Dylan indagou.

– Não. Parece que eles querem me tornar a filha perfeita como o Jon no passado. – Revirei os olhos.

– Bê, o que você quer de verdade? – Dylan segurou minhas duas mãos e me olhou fixamente. Balancei a cabeça em negação a abaixando. – Fala. – Dylan levantou meu rosto pelo queixo com seu dedo indicador.

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