Cap. 20

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Dizem que dá azar comemorar aniversário antes da data.

Mas, eu não costumava acreditar nesse tipo de superstição. Bem, não até Jungkook quebrar o pé no banheiro hoje de manhã.

Talvez eu tenha amaldiçoado os meus amigos ao aceitar que eles me levassem para um passeio surpresa em comemoração ao meu aniversário. Era para irmos a um parque de diversões Maia revelara a alguns minutos, quando estávamos ao telefone. Fora uma ligação caótica. Ela lamentava dramaticamente o ocorrido e pedia milhares de desculpas, enquanto Jungkook teimava em dizer que era apenas uma luxação.

Fato é que, luxação ou não, o passeio havia sido cancelado. Ou pelo menos foi o que pensei.

Aparentemente, Jimin estava vindo.

Não sei por que, não sei como e não sei quando (Quer dizer, eu sei sim, ele está chegando, mas veja, disse apenas para efeito dramático). De qualquer modo, estava vindo. Graças a Maia e suas articulações malignas.

Ela não queria que eu passasse o dia sozinha, porque discuti com os meus pais na noite anterior para poder ficar em casa e sair com meus amigos, ao invés de ir a um evento num sítio com eles. Mas, um dia inteiro sozinha com Jimin... O pensamento me causava um frio na barriga.

Havia coisas entre mim e o garoto do ônibus que eu não podia adiar mais.


...


O barulho da campainha reverberou pela casa.

O barulho dos meus batimentos cardíacos reverberou pelos meus tímpanos.

Juntos eles formavam uma sinfonia intrigante, eu diria.

Um chamado para a aventura, ressoando simbolicamente com um "ding dong", e um desespero quase animalesco. Sentimentos conflituosos que eu esperava não estarem pintados sobre a minha face quando eu abrisse a porta para a visita.

Ou melhor, para o garoto do ônibus.

Eu não tinha nem sequer o benefício da dúvida. Sabia que era ele atrás daquela porta, porque tinha me mandado mensagem avisando que estava por perto.

Nem preciso dizer que passei todo o intervalo de tempo, desde que desligara a ligação com Maia, sofrendo por antecipação. Arrumando uma casa que já estava arrumada, mas não me esforçando demais para não suar e ficar fedida. Meu deus! Parecia até que eu nunca tinha trazido um garoto para dentro de casa escondido.

As palmas da minha mão suavam de nervosismo. As enxuguei no tecido do shorts, antes de segurar a maçaneta.

Quando abri a porta, primeiro senti o calor, estava abafado e eu comemorei internamente por ter escolhido uma regata larguinha e confortável para vestir. Depois, como se não bastasse sol intenso da manhã, meus olhos foram ofuscados pelo esplendor do ser humano diante de mim.

Jimin vestia uma saia masculina.

Repito. Jimin. Numa. Saia. Masculina.

E uma camiseta de botões estampada, ligeiramente aberta demais.

— Oi. — Disse sorrindo.

— Oi... — O encarei, também sorridente. — Entra aí.

Dei espaço para que passasse pela porta.

— Tudo bem? — Ele se aproximou, me dando um beijo rápido na bochecha.

Eu tranquei a porta, meio desnorteada.

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⏰ Última atualização: Jun 26, 2021 ⏰

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O Garoto do ÔnibusOnde histórias criam vida. Descubra agora