Cap. 9

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- O-Oi.

O garoto do cabelo roxo estendeu uma mão para mim.

Um pouco sem graça, eu a peguei. Ela era surpreendentemente macia e quentinha.

- Obrigada! – eu disse.

- Por nada. - respondeu ainda com um sorriso em seus lábios. Ele se virou e foi até o rack da sala, voltando com duas canecas fumegantes. - Chocolate quente?

Uau.

Eu estava de queixo caído, o garoto só podia ser um anjo.

- Você vai ficar de pé? - Balancei a cabeça negativamente e me agachei ao seu lado, sentando na mesma almofadinha de antes.

Jimin me olhou e riu. Não sorriu. Riu, como se eu tivesse feito algo engraçado.

- Pode segurar para mim um minutinho? – questionou passando-me sua caneca. - Volto num minuto!

E tão breve quanto surgiu, ele desapareceu dentro do apartamento.

Intrigada, procurei entender por que ele havia dado risada. Olhei ao redor e não achei nada, olhei minha cara na câmera do celular e estava tudo mais ou menos normal. Será que ele é maluco? Quer dizer, eu sei que provavelmente tenho a maior cara de palhaça e meu cabelo deve estar uma droga depois de várias horas pulando feito uma idiota numa festa, mas ainda assim, não peguei o motivo da risadinha.

Um minuto depois, Jimin voltou com duas almofadas e uma manta.

- Vamos gatinha, saia daí! - Franzi o cenho de forma afiada, quando eu tinha dado essa intimidade para ele?  Percebendo minha reação, o garoto do cabelo roxo explicou-se. – Você está sentada em cima da cama do Étienne.

- Em cima da cama de quem?

- O gatinho do Jk, - Que tipo de nome era esse? Arqueei a sobrancelha - eu sei, é um nome péssimo, todo mundo já disse isso a ele, mas Jungkook é teimoso. Agora levanta e vamos trocar a caminha pela almofada antes que ele te veja aí.

O Gato ou o Jungkook? Por que sinceramente, com um nome como aquele, acho que o gato teria muito mais pelo que reclamar. Pensei em dizer, mas achei melhor não falar nada.

- Ok...

Assim, depois que Jimin "arrumou a varanda", me sentei sobre a almofada, peguei minha caneca e a levei até próximo do meu rosto, sentindo o cheiro do chocolate e da canela. Então era daí que vinha o cheiro...

Tomei um gole da bebida, sentindo o líquido quente e encorpado descer pela minha garganta. O sabor da canela abraçava a minha língua calorosamente. Aquilo estava tão bom. Eu poderia gemer de pura satisfação.

Vi o garoto do ônibus sorrir e alcançar a pequena manta que trouxera (Que era estranhamente infantil. Tinha essas carinhas dos Vingadores versão chibi). Ele a jogou rapidamente sobre as minhas cochas.

O olhei no mesmo instante.

- Deveríamos dividir. – Falei.

- Nah. Eu não estou com frio. E você está de short, deve estar congelando. – respondeu, olhando para o horizonte a nossa frente.

Como eu continuei olhando para ele, o garoto do cabelo roxo repetiu que estava tudo bem, porém eu não me sentia bem com isso.

Que se dane! Pensei.

Cheguei um pouco mais perto do garoto e coloquei metade da manta sobre as suas pernas.

Ele olhou para mim um pouco surpreso, mas depois de olhar para as próprias pernas, sorriu.

O Garoto do ÔnibusOnde histórias criam vida. Descubra agora