Querida Patroa

CAPÍTULO - 5

"A bondade é como um pacote com limite..."

~Esther Mither ~

Estou sentada no meu escritório olhando para a porta que tinha acabado de fechar. Aliviada por finalmente não ter que fazer mais um monte de perguntas pra mais ninguém. 

Me aconchego mais na cadeira, cruzo os meus braços e começo a refletir sobre a entrevista que acabei de fazer. 

O Sr. Batchelor é um homem interessante, tem notas muito boas da sua universidade e uma experiência mediana, digamos assim. Diria que aceitável. Mas aqui é uma empresa grande.

É como uma aposta, tenho que ver se ele é capaz de aguentar o trabalho ou não.  

Segundo ele, supostamente, é uma pessoa séria com os seus deveres, e disse com tanta certeza que me deu uma pequena vontade de dar uma chance. Além de que, estou em um momento onde não posso ficar sem um secretário por um dia inteiro, estamos na época de lançamentos de novos produtos da linha, a empresa está uma loucura, e se eu não tiver alguém pra me dar uma assistência, é capaz de eu enlouquecer com tanta coisa.

O modo como me olhou e falou eram seguros e,  aparentemente, sinceros, mas não posso contratá-lo logo de cara. Preciso ver se o Sr. Batchelor é mesmo um homem competente e dedicado ao trabalho. Como tinha me dito antes.

Já os outros candidatos, não posso dizer o mesmo. Cada um era pior do que o outro. Não passaram uma sensação nem um pouco agradável. Se não ficavam falando besteiras para me impressionar, tentavam flertar comigo. Minha cabeça começa a doer só de lembrar. 

É isso que acontece quando você tenta contratar alguém às pressas, aparece todo tipo de gente querendo a vaga de qualquer maneira. Tinha até alguns com currículos bons, mas infelizmente acabaram me decepcionando no final. 

Suspirei, me sentindo um pouco cansada. Preciso de um secretário que seja competente, que consiga lidar bem com a rotina.

O único que conseguiu me convencer foi esse homem. Sem querer me lembro do jeito como ficou me encarando, tão insistentes e determinados.

Me posiciono na cadeira e estico o meu braço para baixo, abrindo a última gaveta ao meu lado esquerdo.

Vou organizar esses arquivos e fazer uma reunião com os administradores da empresa para discutir sobre a parte financeira e depois com os fornecedores sobre as vendas desse ano com os novos produtos de maquiagem.

Quando consigo pegar, coloco os arquivos na mesa e começo a olhar cada uma delas, e depois de um tempo, registro no meu computador as partes mais importantes e às salvo na minha pasta. 

Olho para o meu relógio de pulso e vejo que demorei uma hora fazendo tudo isso. Fico um pouco surpresa, pois não tinha nem percebido que fiquei tanto tempo assim.

Certifico se está tudo correto. Vendo que está feito e pronto, pego o meu telefone e ligo para a Judite. Preciso imprimir esses dados e deixar separados para a reunião. 

— Sim, Senhora Esther? — diz Judite do outro lado da linha.

— Preciso saber se está tudo pronto para o novo secretário.

— Sim, coloquei a mesa dele e está tudo pronto para começar a trabalhar.

— Ótimo, me passa o número de telefone da mesa dele. Quero lhe dar a primeira tarefa. 

— Okay. Me dê uns cinco minutos — Fala e um pequeno intervalo de silêncio fica, mas logo termina quando volta pro telefone — Está bem, vou passar o número.