Querida Patroa

CAPÍTULO - 9

" As primeiras aparições de uma leve atração podem se tornar em algo mais… avassalador "

~ Dylan Batchelor ~

Estou indo à cafeteria em busca do café que ela me pediu. Enquanto caminho, penso nela. Tamanha beleza me faz ficar quase hipnotizado, digamos assim. Como se não pudesse acabar não admirando ela no final.

Fracamente, não é à toa que o seu rosto aparece com frequência nas capas de revista. Mas a vendo pessoalmente, é um pouco diferente…

Em meio aos meus pensamentos pego o café e volto pro caminho onde passei. Ando até ficar diante da porta onde é o escritório dela. Bato três vezes e escuto um impaciente e irritado: Entre!

Arqueio uma sobrancelha diante do tom, encarando um pouco a porta. Ignorando isso, abro ela e adentro o escritório, percebendo que o clima no ambiente está tenso. Além da minha chefe, tem um homem com uma estatura mediana com cabelos pretos e usando óculos. Ele está sentado do outro lado da mesa, com um semblante sério.

Já a senhora Mither está bem pior. As suas sobrancelhas estão próximas, só que abaixadas; a tensão em torno da boca comprime os lábios. Está com uma expressão bem séria.

Os seus olhos estão fixos na tela de um notebook, como se estivessem tentando decifrar algo ou pensando em alguma coisa.

Não sei o que aconteceu, mas deve ser algo  problemático para os dois estarem com expressões tão fechadas. Mantenho a postura relaxada apesar do clima meio pesado que está pairando no ar. Deixo o café em cima da mesa ao lado de Esther.

— Obrigada, Sr. Batchelor — Exclamou Esther me olhando rapidamente e depois voltou o foco no computador novamente.

— De nada, Sra. Mither — olho em seu delicado rosto com um pouco de preocupação, pois mesmo fechada, percebo um certo resquício de cansaço nele.

Sem mais nada o que fazer, me retiro do escritório. Ando pelo pequeno corredor e fico pensando o que deve estar acontecendo. Será que tem haver com o que aconteceu ontem? As coisas ficaram meio estranhas depois desse ocorrido e agora isso…

Não pode ser uma coincidência, com certeza está relacionado com o ocorrido de ontem. Mas como posso ajudá-la? Ela parecia estar estressada.

Hmm, ser dona de uma grande empresa não deve ser fácil, ein...

Penso um pouco nas opções que posso fazer para ajudá-la. No fim, concluo que tudo o que posso fazer é cumprir com o meu trabalho e torcer pra que esse problema seja resolvido, se ela precisar de mim, irei apoiá-la no que puder.

Chego na minha mesa e ligo o computador, com o objetivo de começar a trabalhar. Enquanto mexo nele, o homem que estava no escritório de Esther aparece e passa direto diante da minha mesa, saindo do local.

Fico olhando por onde ele passou e me pergunto se o problema foi resolvido ou não. Me viro para a Judite.

— Judite.

— Sim, Dylan? — Ela responde tirando a vista do computador.

— Estou um pouco… Preocupado com a Sra. Esther. Não sei se é impressão minha, mas estou percebendo que ela parece cansada hoje  — Falo lembrando da sua expressão mais cedo.

— Eu também percebi isso —  Disse Judite com um semblante preocupado — Tem períodos que realmente as coisas ficam movimentadas por aqui, e ainda mais com o problema que teve ontem… É uma bagagem em cima da outra.

Pondero sobre o que ela disse. Cruzo os meus braços e me deparo olhando pelo corredor onde no final dela está o escritório da Esther.

— Entendo…