Loucura

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- Vão lá, coelhinhos. – Ela zombou da gente e saímos envergonhados.

Fomos caminhando até a praia, já deveria ser por volta de 16h e o clima era agradável, sem o calor excessivo do sol. O hotel ficava numa área mais afastada, de forma que a praia era privativa aos hóspedes. Íamos andando em silêncio, cada um imerso em seu próprio universo.

Estar com Arthur desse jeito era estranho e, ao mesmo tempo, libertador. Os dois despreocupados, de mãos dadas, passeando ao ar livre. Palavras não eram necessários. Nós dois aproveitávamos o momento, cientes que aquela era a paz que sempre sonhamos.

- Aqui é muito lindo. – Arthur comentou. Admirei a paisagem e assenti com a cabeça, concordando com sua colocação.

- Sim, é perfeito. – Ele deu um beijinho no topo de minha cabeça e me virou de frente para ele, abraçando-me em seguida. – Quero te fazer um convite... – arqueei a sobrancelha e esperei seu complemento. – Aceitar sair comigo hoje a noite?

- Está me chamando para um encontro?

- Sim. – Falou manhoso. – Será que vou ter a honra da sua companhia? – seus dedos iniciaram um lento carinho por minhas costas.

- Aceito, lindo! – lhe dei uma bitoca e ele me levantou, começando a rodopiar comigo pela areia, nos conduzindo até a beira do mar.

- Sua dor de cabeça passou? – questionou. Só então parei para pensar em minha cabeça e garganta.

- Nossa, Arthur! Esqueci totalmente disso. – falei levando a mão até minha testa.

- Sinal que não está doendo nada. – Ele concluiu.

- É... Bem... – comecei a rir desembestada. – Eu acho que estou um pouco bêbada. Assim... Levemente alterada. – Arthur me olhou desconfiado. – Não deveria misturar os remédios com o álcool.

- Agora já era. Espero que você não fique ruim amanhã, por causa do trabalho. – Nessa hora me dei conta que amanhã eu teria compromisso durante todo o dia. – Vai dar em nada, amor. Relaxa. – Tentou me tranquilizar ao ver meu semblante de preocupação.

- Espero que não mesmo.

- Bora dar um mergulho? – ele já foi me puxando para a água.

- Hey, eu não 'tô de biquini. – Apontei ao meu vestido.

- Se molhar, vai ficar transparente?

- Acho que não.

- Bora fazer uma loucura? – Ele propôs já com tom de malícia.

- Que loucura, Arthur? 'Tá doido?

- Olha em volta. Não tem ninguém aqui. Fica de calcinha e sutiã. – ele sugeriu indicando que entrássemos na água azul esverdeada. Percorri o local, localizando pessoas a uma boa distância de nós. Sua expressão parecia confiante que eu aceitaria e, quer saber, eu ia mesmo. Talvez o álcool me ajudasse com essa decisão e quando percebi, já corria para o mar apenas com minhas vestes íntimas. Arthur havia retirado a roupa e estava somente com sua boxer.

Entramos correndo na água. O gelado do mar não me assustou. Começamos a mergulhar e brincar, jogando água um no outro. O mar ia nos puxando mais pro fundo e logo eu me vi no colo dele, incapaz de tocar o chão com meus pés.

Arthur me segurava com propriedade, me fazendo dele cada vez mais. Inconscientemente, nossos corpos se buscavam. Era instinto, como a presa que se vê atraída pelo predador. Me prendi ainda mais a ele, rocando meu centro de prazer ao dele.

O mar estava calmo, colaborando para nosso agarramento. Uma de suas mãos segurou meu queixo, forçando minha boca de encontro a sua. Eu gostava daquela possessividade, de me sentir dele. Não no sentindo de propriedade, mas no sentido erótico. Arthur fazia eu me sentir desejada a todo tempo. Seu toque firme era constante, sua mirada me despia tamanha a intensidade e calor. Eu correspondia a ele, gostava de provocá-lo, de estimulá-lo a me querer ainda mais.

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