Todo o amor do mundo

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- Sei que nos reencontramos ontem e que eu posso estar me precipitando aqui, mas eu quero você inteira, Carla. Quero dormir e acordar com você, quero compartilhar minha vida contigo. Quero que a gente se desentenda e faça as pazes no mesmo dia, que a gente seja cúmplice um do outro. Esse tempo em que estivemos separados foram os piores meses da minha vida e eu entendi que a minha felicidade é você. – Ele trouxe as duas mãos até meu rosto. – Eu te amo, de um jeito que eu não sei explicar. Eu demorei demais para aceitar tudo isso. Mas, hoje, eu não quero mais lutar contra esse sentimento. Eu quero você, todos os dias, para sempre. – Nossa conexão visual me permitia ver a sinceridade de suas palavras. Ele limpou uma lágrima solitária que caia por minha bochecha. – Você aceitar ser a minha parceira na vida? – me fitou com esperança, aguardando minha resposta.

Todo o ar sumiu e meu coração perdeu uma batida. Olhei para ele, surpresa com seu discurso.

- Ainda não é um pedido de casamento. Esse vai ser muito melhor! Mas aqui e agora eu quero saber se posso te incluir nos meus planos, se posso planejar minha família contigo e se podemos ser felizes juntos. – Levei a mão até sua barba e acariciei os pelos para, em seguida, encostar meu nariz ao dele. Senti o cheiro de sua pele e me apertei a ele, mostrando com meu corpo qual seria minha resposta.

- Lindo, eu não vou mais a lugar nenhum sem você.

Respondi simplesmente e assisti um sorriso iluminar seu rosto. Sim, Arthur, eu aceito! Aceito, de uma vez por todas, me render a esse amor e aceito toda a felicidade que vem com ele. Ele me esmagava em um abraço apertado, de alívio e gratidão.

Continuamos nos declarando, fazendo juras de amor um para o outro. Depois, Arthur ligou uma luz branca e salivei ao ver o colorido dos sushis à minha frente. Arthur tinha pegado dois roupões e nos vestimos para jantar. Conversamos a noite inteira e planejamentos nossas vidas juntos. Quantos filhos teríamos, o que cada um queria ter na casa do casal, viagens que faríamos juntos, restaurantes que visitaríamos... Todos os detalhes foram percorridos e organizados e eu me sentia confiante de que agora tudo daria certo.

5 anos depois...

- 'Ta bom, amor. Eu vou indo. Já estamos nos arrumando para sair. – Arthur se despedia. – Que você tenha uma boa gravação. Com toda certeza eu gostaria de estar aí com vocês.

- Eu sei que sim. Quando eu acabar aqui, te ligo. Te amo. Cuidado aí. Bom jogo! – Pedi, afinal ele estava indo para um estádio de futebol entupido de gente.

- Pode deixar, até mais tarde!

Encerramos a ligação e eu suspirei, queria muito que ele estivesse aqui hoje. Uma assistente de palco fez o sinal e eu me juntei a Dona Mara, Keh e Júlia. Hoje gravaríamos o "Tamanho Família" e eu estava preparada para me divertir e me emocionar, mas gostaria que Arthur estivesse aqui também. Ele, por sua vez, estava escalado como comentarista do jogo de hoje e não poderia faltar, motivo que não o permitiu estar aqui. Maria estava em outro camarim com Ana, babá de Maria e minha segunda mãe, então eu estava tranquila. Sabia que Maria faria alguma participação no momento da homenagem, mas não tinha a menor ideia do que seria.

Márcio iniciou o programa e eu, minha mãe, minha prima e minha melhor amiga mergulhamos no espírito competitivo e fizemos de tudo para ganhar todas as provas. Rimos muito durante as provas e, mesmo tentando com afinco, éramos desastrosas em alguns momentos.

No outro sofá sentava a Pocah com sua família e eu só soube que gravaríamos com ela quando entramos no studio.

- Amiga, cadê o tóxico? – Pocah me questionou no primeiro intervalo do programa.

- No jogo de hoje. Está escalado como o comentarista da noite.

- Ah sim. Poxa, faz tanto tempo que não o vejo. – Ela lamentou. – E Maria? Toya sempre pergunta por ela.

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